Diástase abdominal: o que é, sintomas, causas e tratamentos

Saúde
05 de Agosto, 2022
Bianca Carolina Pichirilli
Revisado por
Educadora Física • CREF 144786-G/SP
Diástase abdominal: o que é, sintomas, causas e tratamentos

Você sabia que a distensão da musculatura do abdômen pode provocar flacidez e levar a dores na região lombar? Esse problema de saúde é chamado de diástase abdominal. Se você ainda não ouviu falar sobre o assunto, confira a seguir as principais informações a respeito do tema!

O que é diástase abdominal?

A diástase abdominal, de acordo com Marcelo Sampaio, especialista em cirurgia geral e cirurgia plástica pelo Hospital das Clínicas (USP), acontece quando os músculos retos abdominais, que ficam localizados na região central do abdômen, se afastam, deixando um espaço enfraquecido entre eles. 

“Geralmente, isso acontece depois da gravidez e provoca uma saliência do abdômen. É possível percebê-lo mesmo em pessoas magras, provocando uma grande insatisfação estética. A deformidade não melhora com atividade física nem com o emagrecimento, pois trata-se de uma alteração anatômica”, completa o especialista.

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Sintomas

De acordo com o cirurgião geral, o principal sintoma da diástase é a alteração no abdômen que se torna saliente globalmente. Em suma, essa mudança acontece nas regiões acima bem como abaixo do umbigo e pode ser acentuada quando a mulher agacha, levanta peso ou até mesmo depois das refeições. 

“A diástase leva à fraqueza abdominal, flacidez na barriga e pode acentuar a dor lombar, na pelve e/ou durante a relação sexual. A prisão de ventre também é uma queixa frequentemente associada”, detalha Dr. Marcelo.

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Causas da diástase abdominal

O aumento da pressão intra-abdominal provoca o afastamento dos músculos retos abdominais, que são paralelos e estão localizados na região anterior do abdômen. Portanto, todas as situações que aumentam a pressão interna e empurram os músculos podem provocar a diástase, mas a situação mais frequente é a gravidez.

“O crescimento uterino faz com que os músculos se abram. No primeiro filho quase sempre o músculo volta para sua posição anatômica, no entanto, as gravidezes subsequentes costumam acentuar a deformidade, fazendo com que o músculo laceie. Também pode aparecer por conta da obesidade e de várias cirurgias na região”, esclarece o especialista. 

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Tipos de diástases 

Para falar sobre os tipos de diástase abdominal, conversamos com a Dra. Raíssa Quaiatti Antonelli, cirurgiã plástica estética e reconstrutora do Grupo Surgical. Veja quais são eles:

  • Umbilical: quando a fraqueza da parede abdominal ocorre na região ao redor do umbigo.
  • Infraumbilical: quando a fraqueza da parede abdominal ocorre abaixo da região do umbigo, acima da púbis.
  • Supraumbilical: quando a fraqueza da parede abdominal ocorre acima da região do umbigo
  • Total: quando a fraqueza da parede abdominal ocorre em toda a parede abdominal, acometendo todas as regiões supracitadas.

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Consequências da diástase abdominal 

Infelizmente, a diástase abdominal traz algumas consequências para as mulheres que sofrem desse problema, como ter baixa autoestima, sofrer com perdas urinárias, dores nas costas e, como resultado disso, baixa qualidade de vida. 

“Casos mais graves podem estar relacionados com a dor e até dificuldade de locomoção, mas geralmente a principal condição da diástase abdominal é a saliência da parede abdominal”, ressalta a especialista em cirurgia plástica. 

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Afinal, como saber se é gordura ou diástase?

Muitas pessoas têm dúvidas sobre a diferenciação da gordura e a diástase, mas esse último não sai com dieta ou protocolo para queimar gordura, só com cirurgia plástica

“É importante saber que a diástase não é gordura. Portanto, a gordura localizada no abdômen, especialmente após a gestação, costuma regredir com alimentação saudável e atividade física, a diástase não”, diferencia a médica reconstrutora do Grupo Surgical.

Sendo assim, a gordura visceral (intra-abdominal) não é sinônimo de diástase bem como não tem correção cirúrgica. “A abundância do conteúdo intra-abdominal às manobras de aumento de pressão são a diástase e podem ser confirmadas com exame de ultrassom de parede abdominal. O que não for identificado no exame físico nem ao ultrassom provavelmente é gordura”, distingue a médica.

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Exames para saber se tem diástase 

A melhor maneira de saber se tem diástase é por meio de exame físico e da avaliação dos músculos abdominais pelo cirurgião plástico. Os exames solicitados são de imagem, como ultrassom e tomografia computadorizada para avaliar com detalhes esses músculos e confirmar o diagnóstico. 

Além disso, de acordo com o Dr. Marcelo, existe mais uma forma de diagnosticar essa condição: deitar com a barriga para cima, fazer um movimento de flexão do tórax (exercício abdominal) e na região central do abdômen, logo acima do umbigo, tentar palpar um vão entre os dois músculos retos abdominais. Assim, é possível sentir um degrau entre eles.

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Exercícios físicos para fechar o abdômen com diástase 

É importante lembrar que a recomendação dos exercícios físicos para fechar o abdômen com diástase é muito individual, pois depende do grau e do tipo de diástase. Portanto, é necessária a criação de um plano de atividades específicas para cada pessoa e, mesmo assim, pode não desaparecer completamente ou mesmo aumentar. 

Os abdominais hipopressivos, por exemplo, aparecem como a melhor técnica para tratar o problema. “Outra opção boa é o abdominal realizado em máquinas, no qual o movimento é controlado. Prancha, suas variações e demais abdominais são indicados apenas quando a diástase tem menos de 5 milímetros, (um dedinho). Aí, sim, esses exercícios não irão prejudicar o nível da diástase”, explica a profissional de educação física da Vitat, Bianca Pichirilli.

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Possíveis tratamentos  

É necessário primeiramente avaliar o grau e o tipo da diástase, no entanto, normalmente os tratamentos indicados são a cirurgia plástica, fisioterapia e atividade física.

“Quando leve, o tratamento consiste na realização de exercícios físicos que fortaleçam a parede abdominal. Quando severa, o tratamento é eminentemente cirúrgico e consiste na amarração dos músculos retos abdominais (onde estão fracos), realizada normalmente durante o procedimento de abdominoplastia”, explica a cirurgiã plástica estética. 

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Cuidados durante a intervenção cirúrgica

Por fim, quando o tratamento é cirúrgico é necessário seguir um planejamento de recuperação pós-operatória. A médica especialista informa que a programação completa de cuidados pós-operatórios pode variar entre os cirurgiões, mas lembra da necessidade de repouso por 10 a 15 dias de atividades que requerem mais esforço do abdômen. 

“Deve-se ter cuidado ao subir escadas, não agachar em demasia, não se esforçar em serviços domésticos e os exercícios físicos em academia, especialmente os abdominais, estão suspensos pelo período médio de 30 dias”, finaliza. 

Fontes: Dr. Marcelo Sampaio, especialista em cirurgia geral e cirurgia plástica pelo Hospital das Clínicas (USP) e Dra. Raíssa Quaiatti Antonelli, cirurgiã plástica estética e reconstrutora do Grupo Surgical.

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