Dieta da proteína: cardápio e como fazer para emagrecer
Famosa (e um pouco controversa, convenhamos) por contribuir para o emagrecimento, ativar o metabolismo e ajudar na manutenção de massa magra, a dieta da proteína nada mais é do que um plano alimentar que incentiva uma diminuição drástica na ingestão de carboidratos para focar na proteína. A seguir, saiba mais sobre ela, veja um exemplo de cardápio e entenda os cuidados que você precisa ter ao adotar a estratégia alimentar:
O que é e para que serve a dieta da proteína
Também chamada de dieta hiperproteica, a dieta da proteína se apoia na premissa de que, ao excluir o consumo de carboidrato (principal macronutriente que garante energia ao corpo em forma de glicose), o organismo é forçado a utilizar as reservas de gordura como fonte de combustível e, assim, ocorre a perda de peso e o efeito “seca barriga”.
Além disso, o carboidrato estimula a produção de insulina, hormônio que, entre outras funções, provoca a fome.
Diminuindo o nutriente, consequentemente, vai haver uma diminuição do hormônio, fazendo com que a pessoa sinta menos fome. Estas são explicações para o rápido emagrecimento proporcionado a quem segue a dieta.
Quais as diferenças entre dieta da proteína e dieta low carb?
À primeira vista, a dieta da proteína parece muito com a estratégia low carb, não é mesmo? Contudo, cada uma possui características que as tornam únicas. Por exemplo, na low carb, há uma redução no consumo de carboidratos, mantendo um equilíbrio entre os outros macronutrientes — ou seja, proteínas e gorduras.
Por outro lado, a dieta da proteína prioriza a ingestão de alimentos fontes de proteína em detrimento da gordura e do carboidrato — este último, inclusive, é quase zerado em algumas fases do protocolo.
Como fazer a dieta da proteína
Como você se sente sem batata, arroz, macarrão ou pão? Se a resposta for que a grande presença de carnes no cardápio te dará maior sensação de saciedade e que a restrição desses alimentos ricos em carboidratos não fará grande falta, siga em frente.
Isso porque é justamente esse o intuito da metodologia alimentar: reduzir o consumo dos carboidratos presentes em doces, refrigerantes, massas, pães e bolos; e aumentar a ingestão de carne, leite, derivados e ovos no cardápio.
Inicialmente, será necessário se adaptar a uma menor variedade de alimentos, principalmente na primeira fase da dieta. Passada a primeira fase, novos alimentos poderão ser adicionados, dando preferência aos integrais — por exemplo, pão integral, arroz integral e massa integral.
O plano alimentar não exclui a ingestão de legumes e frutas. Entretanto, dependendo da fase em que se encontra, alguns poderão ser restringidos ou não poderão fazer parte do cardápio. A ingestão de bebidas alcoólicas é proibida, inclusive o vinho.
Para que você entenda melhor como funciona, é importante saber que um cardápio “normal” funciona mais ou menos assim:
- 55% a 60% de carboidratos;
- Até 30% de gorduras;
- Cerca de 15% de proteínas.
No caso da dieta da proteína, esses valores mudam para:
- 40% a 50% de carboidratos;
- 22 a 45% de proteínas;
- Restante de gorduras.
Quem pode fazer a dieta da proteína?
É claro que antes de iniciar qualquer mudança na sua rotina alimentar, é essencial contar com a ajuda de um nutricionista. Isso porque as quantidades e a escolha dos alimentos podem mudar conforme características como sexo, idade, peso a ser perdido, prática (ou não) de atividades físicas e doenças existentes.
Além disso, vale lembrar que nem toda dieta funciona para todas as pessoas. Por isso, consulte um especialista para entender se o protocolo hiperproteico funciona para você. Dito isso, vamos conhecer melhor todas as fases da dieta da proteína.
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Fases da Dieta da Proteína
Indução
Durante duas semanas, estão liberados carnes, queijos e outros produtos ricos em proteína; enquanto apenas os vegetais com baixo teor de carboidratos são permitidos. Por exemplo: brócolis, tomate e alface — mas limitados a apenas três porções pequenas por dia.
Ademais, as calorias que você ingere diariamente serão drasticamente reduzidas — por isso, a perda de peso inicial é mais acentuada. Nessa etapa, lembre-se de pegar mais leve nos exercícios para evitar sintomas como tontura e fraqueza.
Perda de peso contínua
A segunda fase é menos restritiva e dura cerca de cinco semanas. Alguns itens proibidos podem voltar ao cardápio, desde que apenas um por semana. O ideal é priorizar vegetais e frutas com baixo e médio índice glicêmico.
Pré-manutenção
O objetivo dessa fase é descobrir o quanto de carboidratos podemos comer e ainda perder peso, por isso, aumenta-se a quantidade de legumes. Essa etapa dura até que se esteja a três a cinco quilos de seu peso ideal. Pode-se adicionar dez gramas de carboidratos por dia. Esta fase dura de dois a três meses.
Manutenção
O objetivo é manter os hábitos alimentares adquiridos nas fases anteriores, com cerca de 100 gramas de carboidratos por dia.
Dieta da proteína: exemplo de cardápio
Confira, a seguir, um exemplo de cardápio baseado na dieta da proteína — mas lembrando que as quantidades e os alimentos podem sofrer alterações de acordo com a fase e as características individuais de cada um, consulte seu nutricionista.
Café da manhã
- Opção 1: Shake proteico: 200ml de leite desnatado e 2 col (sopa) de whey protein + 2 fatias médias de queijo minas 0% de gordura + 2 fatias de presunto light;
- Opção 2: 100g de iogurte desnatado e 2 col (sopa) de whey protein + 1 fatia de queijo minas + 4 fatias de peito de peru light.
Lanche da manhã
- Opção 1: 100g de iogurte desnatado;
- Opção 2: 2 fatias médias de queijo minas 0% de gordura + 2 fatias de peito de peru;
- Opção 3: 1 xíc (chá) de café com leite desnatado e adoçante.
Almoço
- Opção 1: 120g de peito de frango grelhado + salada de folhas;
- Opção 2: 120g de filé mignon grelhado + salada de folhas;
- Opção 3: Salada completa: 4 col (sopa) de atum e folhas verdes de sua preferência.
Lanche da tarde
- Opção 1: Shake proteico: 200ml de leite desnatado e 2 col (sopa) de whey protein;
- Opção 2: 100g de iogurte desnatado e 2 col (sopa) de whey protein.
Jantar
- Opção 1: Omelete: 1 gema e 2 claras com 2 xíc (chá) de brócolis cozidos no vapor;
- Opção 2: 200g de peixe branco ou 120g de peito de frango grelhado + salada de folhas;
- Opção 3: 120g de peito de frango grelhado + 1 prato (fundo) de creme de brócolis.
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Prós e contras da dieta da proteína
- As proteínas são nutrientes de digestão lenta, o que pode contribuir para prolongar a sensação de saciedade;
- Não há limitação de quantidade de alimentos, somente os tipos de alimentos que você deve evitar;
- Redução de peso em curto prazo, mas não necessariamente de gordura;
- Com o consumo drasticamente limitado de carboidratos, ingestão abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) — que são de 55 a 75% das calorias totais do dia —, o organismo tende a converter gordura em energia acarretando na liberação de corpos cetônicos, componentes que em altos níveis podem ser prejudiciais às células, além de causarem mau hálito;
- Os adeptos da dieta também ficam expostos a quadros de tonturas, fraqueza e desmaios, e frequentemente são acometidos por constipação intestinal devido ao baixo consumo de fibras;
- Em virtude do grande consumo de alimentos proteicos, a quantidade de gorduras saturadas e colesterol é elevada ao ponto de contribuir para aumentar os níveis de colesterol ruim (LDL) e favorecer a ocorrência de problemas cardiovasculares;
- O excessivo consumo de proteínas pode também ocasionar sobrecarga renal e, se mantida a longo prazo, há o risco do desenvolvimento de insuficiência renal.
Diante de todas essas características, é muito importante consultar o seu médico antes de pensar em adotar a dieta da proteína — principalmente se você possui hipertensão, colesterol alto ou problemas no coração. Além disso, é preciso recorrer a um nutricionista, que irá adaptar as fases e as porções das refeições para você.
Alimentos permitidos na dieta da proteína
Na dieta da proteína, você deve priorizar alimentos ricos em proteínas, além de verduras, legumes e outros:
- Peixes: atum, bacalhau e sashimi;
- Frutos do mar: camarão, lagosta, siri ou caranguejo e mexilhões;
- Carnes: todos os cortes de frango, aves, porco e boi;
- Derivados do leite: queijos, iogurtes, coalhada;
- Verduras: salsa, repolho, chicória, cebola, alface, agrião, espinafre, couve-flor, couve, brócolis, acelga, aspargos e salada verde;
- Legumes: vagem, chuchu, tomate, cenoura, sopa de legumes, pimentão, abobrinha verde, rabanete, quiabo, pepino, nabo, berinjela e cogumelo;
- Outros: sal, ovos, omelete, gelatina dietética, pimenta, azeitona com tempero, azeite, manteiga, margarina, limão e jiló;
- Bebidas: chá, café descafeinado, água com gás, água tônica diet e água natural.
Alimentos para evitar na dieta da proteína
Por fim, confira o que você deve evitar na estratégia alimentar:
- Pães;
- Doces;
- Massas;
- Batatas;
- Macarrão;
- Arroz;
- Grãos, como feijão e grão de bico;
- Refrigerantes e sucos industrializados;
- Alimentos ultraprocessados.