O que comer se você estiver com influenza
Diversos estados brasileiros vêm sofrendo com o aumento dos casos de de gripe causados pelo vírus Influenza A – H3N2, o mesmo que está em alta no hemisfério Norte do planeta. E apesar desse micro-organismo já circular pelo mundo desde 1960, é a sua mutação, gerada na Austrália, a grande responsável pelo surto da doença em muitas cidades. Por isso, quem a contraiu pode se perguntar: o que comer com influenza?
O que é a influenza A — H3N2
Primeiramente, vale entender: o vírus H3N2, que é facilmente transmitido de pessoa para pessoa através de gotículas expelidas por meio da tosse, do espirro ou até da fala, surgiu em Hong Kong, na década de 1960. No entanto, uma nova mutação ocorrida na Austrália está preocupando autoridades médicas. Chamada de Darwin, a variante tem sido a responsável pelo aumento do número de casos no Brasil.
A alta nos casos chamou atenção pelo período em que ocorre: pouco antes da chegada do verão, estação em que picos da doença não costumam surgir. Algumas causas são apontadas, como o relaxamento das medidas de proteção contra a Covid-19, além da falta de adesão à campanha nacional de vacinação contra a gripe e a ineficácia da vacina contra a nova variante.
Isso porque apesar da imunização atual ter sido projetada para enfrentar a H3N2, ela não protege contra a Darwin. De acordo com o Instituto Butantan, uma nova fórmula do imunizante contra a gripe incluirá a cepa, e deve começar a ser produzida em janeiro, segundo recomendação da Organização Mundial de Saúde.
Contraí influenza. E agora?
O sistema imunológico é o sistema de vigilância do nosso corpo, trabalhando 24 horas por dia para identificar e eliminar os vírus e as bactérias que podem nos deixar doentes. Assim, ele é um dos sistemas mais complexos do corpo e é composto de vários órgãos, células e proteínas — incluindo pele, córneas, mucosa do sistema respiratório, trato gastrointestinal e sistema linfático.
Ele está sempre ativo, realizando vigilância, mas sua atividade é intensificada se um indivíduo for infectado. Desse modo, a taxa de metabolismo do corpo aumenta, exigindo fontes de energia e substratos para o combate à infecção e para a formação de novas moléculas. E como garantir o estoque adequado de nutrientes ao corpo? Com uma dieta equilibrada, é claro!
Leia também: Gripe H3N2: o que é, sintomas, transmissão e tratamento
Mas o que comer (ou beber) com influenza?
Tente manter a alimentação mais natural possível. A falta de apetite é um dos sintomas da gripe, mas ficar sem comer pode prolongar a ação da doença. Por isso, justamente por estar comendo menos, o ideal é escolher refeições estratégicas e extremamente nutritivas. Veja como fazer isso:
Água, chás e sopas
Pratos e bebidas ricos em água são essenciais, uma vez que eles hidratam o corpo. Além disso, o vapor dos itens servidos quentes alivia a congestão nasal. Do mesmo modo, as plantas e as ervas têm propriedades calmantes, relaxantes e anti-inflamatórias que contribuem para amenizar a sensação de mal-estar.
Por fim, vale caprichar nos líquidos: cerca de 35ml para cada quilo de peso corporal por dia.
O que comer com influenza: Proteínas de boa qualidade
Peito de frango, ovos, carnes com pouca gordura, tofu e cogumelos carregam aminoácidos essenciais, compostos importantes para o funcionamento de diversos processos do corpo (incluindo os imunológicos).
Carboidratos complexos
Eles são fontes de energia, mas são lentamente digeridos pelo corpo, o que faz com que a glicose (açúcar) caia na corrente sanguínea de forma controlada. De quebra, ainda concentram muitas fibras. Bons exemplos: alimentos integrais, batata-doce, aveia, mandioca, grãos e castanhas.
O que comer com influenza: Frutas e verduras
Uma alimentação rica em frutas e verduras garante todo o aporte de vitaminas e minerais necessários para reforçar o organismo. Portanto, priorize itens in natura como frutas vermelhas, folhas verde-escuras, brócolis e laranja.
Alimentos ricos em vitamina C
O ácido ascórbico, popularmente conhecido como vitamina C, auxilia a absorção de ferro pelo corpo, possui ações anti-inflamatória e antioxidante, e estimula a produção de glóbulos brancos (pequenas estruturas que previnem e combatem infecções).
Por isso, consumir ingredientes ricos nesse nutriente não necessariamente vai curar milagrosamente a gripe, mas pode dar uma forcinha para o sistema imunológico. Invista em: brócolis, couve, pimentão amarelo, caju, goiaba, mamão, manga, acerola, laranja e limão.
Leia também: Surto de influenza: Saiba fortalecer o sistema imunológico
O que comer com influenza: Raízes e temperos naturais
Os temperos e as raízes são, muitas vezes, utilizados como estratégias dietéticas para dar um melhor suporte ao sistema imunológico. Confira os principais:
- Cúrcuma ou açafrão-da-terra: é constituída por um ativo vegetal chamado curcumina. Seus principais benefícios são tratar infecções e também ter propriedades antibacterianas, antivirais e antifúngicas;
- Gengibre: o rizoma de gengibre tem muitos elementos bioativos, entre eles, os gingeróis, que têm ação contra fungos, bactérias e vírus;
- Pimenta-do-reino: rica em retinol (vitamina A), em ácido ascórbico (vitamina C) e em minerais como ferro e potássio. Ajuda na manutenção diária do sistema imunológico;
- Hortelã: possui ativos como o mentol e o ácido ascórbico;
- Manjericão: tem como principal ativo o eugenol, que é um composto natural que possui diversas atividades imunológicas. Assim, ele tem um efeito inibitório apreciável sobre o estresse oxidativo e a resposta inflamatória.
Fibras e probióticos
Você sabia que intestino e imunidade estão intimamente ligados? Isso acontece pois, lá, vivem bactérias extremamente benéficas ao sistema imune. Portanto, priorizar uma dieta rica em fibras e probióticos potencializa o bom funcionamento do sistema digestivo, contribuindo para a proteção do corpo.
Leia mais: Agende sua vacina contra a gripe