Por quanto tempo devo tomar coenzima Q10?
No universo da suplementação, pouco se fala da coenzima Q10. No entanto, esse nutriente pode ter uma ação importantíssima na produção de energia em nosso organismo, na melhora do desempenho esportivo e no combate aos efeitos dos radicais livres no corpo — graças à sua função antioxidante. Então, quando e como suplementar? A seguir, confira por quanto tempo tomar coenzima Q10 (e outras questões), de acordo com os especialistas ouvidos pela Vitat:
Afinal, por quanto tempo posso tomar a coenzima Q10?
A depender da deficiência nutricional ou da condição de saúde, a duração da suplementação pode ser contínua ou com data programada para acabar. Em outros casos, a prescrição médica pode até envolver pausa e retomada da suplementação. Mas é importante ressaltar que esse tempo é variável de pessoa para pessoa, e apenas um médico pode prescrever coenzima Q10 baseado nos exames médicos que comprovam a deficiência.
Por isso, agora que você já entendeu que o período de suplementação da coenzima Q10 depende muito de cada caso, e que seu uso não seve ser feito sem a indicação de um médico, que tal conhecermos um pouco melhor sobre esse nutriente e onde encontrá-lo naturalmente? Isso porque, na maioria das vezes, uma dieta balanceada já é suficiente para garantir os níveis necessários da chamada CoQ10!
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O que é a coenzima Q10?
A coenzima Q10, CoQ10 ou também ubiquinona é uma enzima produzida naturalmente pelo organismo humano. Ela é utilizada pelas nossas células para produzir e controlar a energia, além de possui efeitos antioxidantes, isto é, que combatem a ação desenfreada dos radicais livres em nosso corpo — muito relacionados ao envelhecimento precoce e até ao risco aumentado de algumas doenças.
Os níveis de CoQ10 normalmente são menores em alguns grupos, como é o caso de idosos e pacientes que convivem com certas condições crônicas — como câncer, problemas cardíacos, doença de Parkinson, diabetes e infecção por HIV ou AIDS.
Quais os benefícios da CoQ10?
Seus defensores garantem que a substância traz inúmeras vantagens à saúde, por exemplo:
- Melhora da aparência da pele (prevenindo o envelhecimento precoce);
- Aumento do desempenho em atividades esportivas;
- Auxílio na fertilidade;
- Mais saúde cerebral;
- Proteção da capacidade pulmonar;
- Alívio dos sintomas de enxaqueca.
E não para por aí: acredita-se que a CoQ10 possa ser especialmente benéfica para quem tem diabetes, insuficiência cardíaca e distúrbios neurológicos degenerativos. Ainda, ela também ajudaria a proteger o coração daqueles que tomam certos medicamentos para a quimioterapia e evitaria sintomas musculares típicos do uso de medicamentos para o controle do colesterol.
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Coenzima Q10: quando e como suplementar?
Apesar do cenário animador com relação à coenzima Q10, a ciência ainda não bateu o martelo a respeito da sua suplementação. Os resultados dos principais estudos ainda são inconclusivos e/ou contraditórios, o que reforça a necessidade de mais investigações.
Para se ter uma ideia, uma revisão de 7 trabalhos anteriores, feita em 2014, afirmou não haver evidências suficientes para defender ou refutar o papel da CoQ10 no tratamento da insuficiência cardíaca. Por outro lado, uma análise de 2017, que levou em conta 14 artigos, apontou que que os usuários do composto em questão apresentaram mais capacidade praticar atividades físicas e viveram mais tempo que os tratados com placebo.
Outras pesquisas têm relacionado a ubiquinona à redução de dores e desconfortos musculares (como fraqueza e cãibras), mas sua real eficácia ainda não foi comprovada.
Se você não possui nenhuma condição específica, muito provavelmente consegue obter doses adequadas de CoQ10 apenas com uma alimentação equilibrada.
Contudo, existem alguns casos e fases específicas da vida que podem demandar a suplementação via oral para garantir o bom funcionamento do organismo. O envelhecimento, por exemplo, é um dos principais casos. Isso acontece porque com o passar dos anos, o nosso corpo diminui a absorção de CoQ10.
A seguir, veja quando é necessário suplementar, segundo a nutricionista Bel Fagundes:
- Uso de medicamentos, como estatinas, que podem reduzir os níveis de CoQ10 no organismo;
- Doença cardíaca;
- Síndrome da fadiga crônica;
- Fibromialgia;
- Melhora do desempenho durante a prática de atividades físicas;
- Por fim, deficiência de CoQ10 identificada a partir de exames.
Fontes naturais de Coenzima Q10
Além de o corpo produzir naturalmente essa substância, ela também é encontrada em diferentes alimentos:
- Cereais integrais;
- Brócolis;
- Peixes gordurosos;
- Nozes;
- Tofu.
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Quantidade ideal por dia
A dose diária recomendada de coenzima Q10 é relativa de acordo com a deficiência apresentada. Contudo, segundo a nutricionista, na maioria dos casos, a quantidade varia de 50 a 200 miligramas por dia, dependendo da condição médica e das recomendações do profissional de saúde.
Lembrando que a substância pode ser encontrada em vários formatos — como cápsulas, softgels e comprimidos –, o que também pode alterar a quantidade indicada de uso.
Qual é o melhor horário para tomar a coenzima Q10?
Acredita-se que o melhor momento para consumir suplementos de coenzima Q10 seja durante ou após as refeições. Segundo especialistas, assa prática melhora a assimilação da substância pelo organismo. Contudo, vale reforçar: consulte seu médico ou nutricionista!
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Contraindicações
Embora a CoQ10 seja considerada segura para a maioria das pessoas, em alguns casos ela é contraindicada. Veja quais são:
- Grávidas e lactantes;
- Pessoas com hipoglicemia (a não ser que haja indicação médica);
- Pacientes com doença nos rins ou fígado.
A nutricionista ressalta ainda que não existem recomendações específicas de ingestão de CoQ10 para bebês e crianças em diretrizes nutricionais tradicionais. “A CoQ10 é geralmente sintetizada pelo organismo e, em geral, a suplementação não é necessária nesses grupos — a menos que haja uma condição médica específica que a justifique, e sempre sob orientação médica”, finaliza.
Interações e possíveis efeitos colaterais da coenzima Q10: dá sono?
Sim, o uso da CoQ10 (principalmente sem a ajuda de um profissional de saúde) pode gerar fadiga e sono. De acordo com o Manual MSD, possíveis outras consequências nada agradáveis do suplemento são:
- Sintomas digestivos, como dor abdominal, náuseas, azia, diarreia e vômito;
- Sintomas no sistema nervoso central, como tontura, sensibilidade à luz, irritabilidade e dor de cabeça;
- Coceira na pele;
- Erupção cutânea;
- Perda de apetite;
- Sintomas parecidos com os da gripe.
Por fim, é sempre bom ressaltar que esse tipo de produto pode interagir com remédios que reduzem a pressão arterial, além de diminuir a eficácia de medicamentos com varfarina, um anticoagulante.
Fontes:
- Dra. Bel Fagundes nutricionista Clínica Mantelli;
- Dra. Liliane Oppperman, Nutróloga pela Associação Brasileira de Nutrologia, Pós em Psiquiatria Einstein, Escritora e Palestrante
- Manual MSD.
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