Como fazer chá de guaco? Conheça os benefícios e para que serve

Você já ouviu falar dos benefícios do guaco? Também chamado de erva-das-serpentes ou erva-de-bruxa, o guaco é uma planta medicinal amplamente conhecida por suas propriedades terapêuticas, especialmente no tratamento de problemas respiratórios. 

Normalmente consumido em forma de chá, o guaco age como broncodilatador e expectorante, aliviando sintomas como tosse, bronquite e outros desconfortos respiratórios.

O poder medicinal do guaco ocorre devido a sua alta concentração de cumarina, um composto com ação anticoagulante que relaxa a musculatura das vias aéreas, facilitando a respiração e promovendo maior conforto respiratório. Nativo da América do Sul, o guaco é encontrado em todas as regiões do Brasil, com maior predominância no Sudeste e Sul.

Para que serve o guaco?

Com propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e antioxidantes, o guaco pode ser utilizado no tratamento de diversas condições de saúde. A maioria de seus benefícios está associada aos seus compostos bioativos, em especial a cumarina. 

Ação broncodilatadora e expectorante: a ação broncodilatadora do guaco facilita a passagem de ar pelos pulmões, sendo muito eficaz para quem sofre de asma, bronquite e crises de tosse. Além disso, suas propriedades expectorantes ajudam a eliminar o muco acumulado nas vias respiratórias.

Propriedades antialérgicas: a planta também possui efeitos antialérgicos, o que a torna uma excelente opção para tratar alergias respiratórias, como rinite e sinusite, aliviando os sintomas associados, como espirros, coriza e congestão nasal.

Efeito anti-inflamatório: o guaco contém compostos com propriedades anti-inflamatórias, que podem ajudar a reduzir inflamações no corpo, especialmente em condições respiratórias crônicas. O efeito anti-inflamatório é benéfico tanto para doenças pulmonares quanto para outras inflamações sistêmicas.

Ação anticoagulante: a cumarina presente no guaco tem propriedades anticoagulantes, ajudando a prevenir a formação de coágulos no sangue. Isso faz com que ele seja útil no tratamento de problemas circulatórios, como trombose e hipertensão.

Auxílio no tratamento de doenças cardiovasculares: a planta pode ser utilizada como complemento no tratamento de problemas cardíacos, como angina e hipertensão, graças às suas propriedades vasodilatadoras e anticoagulantes, que ajudam a melhorar a circulação sanguínea e reduzir a pressão arterial.

Combate irritações na pele: além de ser utilizado em benefício do sistema respiratório, o guaco também pode ser grande aliada da saúde e beleza da pele. A explicação para isso são suas propriedades antialérgica, antimicrobiana e anti-inflamatória, que ajudam no combate de irritações e inflamações, como acne. Ou seja, estão entre os benefícios do guaco. 

Ajuda no funcionamento do intestino: o guaco possui forte ação antidiarreica, ou seja, ajuda na melhora do funcionamento do intestino, de forma que combate a diarreia. Isso é importante, pois a diarreia pode ocasionar perda excessiva de água do organismo e, consequentemente, desidratação. 

Leia mais: Remédio caseiro para garganta inflamada: quais funcionam?

Como consumir o guaco? 

O guaco pode ser consumido de várias formas, dependendo da condição a ser tratada e das recomendações do médico. As formas mais comuns de uso incluem:

Chá de guaco (infusão)

O chá de guaco é uma das maneiras mais populares de utilizar a planta. Para prepará-lo, basta adicionar 1 colher de sopa de folhas secas de guaco a uma xícara de água fervente, deixar em infusão por 10 minutos, coar e beber. Essa preparação é indicada principalmente para aliviar sintomas de problemas respiratórios, como tosse e bronquite.

Xarope de guaco

O xarope de guaco é amplamente utilizado no tratamento de tosse e problemas respiratórios, sendo uma das formas mais populares de consumo dessa planta medicinal. 

Contudo, deve ser utilizado com cautela, especialmente por crianças, idosos e pessoas com condições de saúde específicas, devido ao seu potencial anticoagulante e efeitos colaterais associados ao uso prolongado.

Tintura de guaco

A tintura é uma forma alcoólica concentrada da planta, que pode ser diluída em água e consumida em gotas. Ela é indicada para tratar uma variedade de condições, desde problemas respiratórios até inflamações sistêmicas.

Quem deve evitar o guaco?

O guaco deve ser evitado por alguns grupos, como crianças menores de 1 ano, devido ao risco de problemas respiratórios e intoxicação. Gestantes e mulheres em fase de amamentação também devem evitar o consumo, já que seus efeitos anticoagulantes e broncodilatadores podem prejudicar o feto ou o bebê. 

Pessoas com doenças hepáticas devem ter cautela, pois a cumarina presente na planta pode ser tóxica para o fígado. Aqueles que fazem uso de medicamentos anticoagulantes também devem ter cuidado, já que ele pode aumentar o risco de hemorragias. 

Por fim, pessoas alérgicas à cumarina ou à família Asteraceae devem evitar a planta para prevenir reações alérgicas.

Possíveis efeitos colaterais

Apesar de raros, os possíveis efeitos colaterais do guaco incluem hemorragias, especialmente em pessoas que utilizam medicamentos anticoagulantes, devido à presença de cumarina, que tem efeito anticoagulante. 

O uso prolongado ou em doses elevadas pode causar aumento dos batimentos cardíacos, vômitos, diarreia e reações alérgicas, principalmente em indivíduos sensíveis à cumarina. 

Leia também: Chá de pariparoba: a poderosa planta medicinal brasileira

Referências

SOARES E SILVA, Luciana et al. Preparation of dry extract of Mikania glomerata sprengel (Guaco) and determination of its coumarin levels by spectrophotometry and HPLC-UV. Molecules, v. 17, n. 9, p. 10344-10354, 2012. http://www.mdpi.com/1420-3049/17/9/10344.

CZELUSNIAK, K. E. et al. Farmacobotânica, fitoquímica e farmacologia do Guaco: revisão considerando Mikania glomerata Sprengel e Mikania laevigata Schulyz Bip. ex Baker. Rev. Bras. Plantas Med, v. 14, p. 400-409, 2012. http://www.scielo.br/pdf/rbpm/v14n2/22.pdf. 

NAPIMOGA, Marcelo H.; YATSUDA, Regiane. Scientific evidence for Mikania laevigata and Mikania glomerata as a pharmacological tool. Journal of Pharmacy and Pharmacology, v. 62, n. 7, p. 809-820, 2010. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1211/jpp.62.07.0001/full