Congestão nasal: saiba as causas e como evitar
A congestão nasal, ou o famoso nariz entupido, é um sintoma que aparece quando estamos resfriados, gripados, com algum outro tipo de infecção ou alergia. Embora a secreção em si não seja nociva, é desagradável pois o nariz escorre com frequência e impede o fluxo da respiração.
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Causas da congestão nasal
Provavelmente seu nariz já deve ter entupido com a mudança brusca de temperatura, ou depois de tomar chuva. A congestão nasal é uma resposta inflamatória do organismo a estímulos externos, como mudanças climáticas e exposição a condições adversas, mas existem outras causas. Por exemplo, uma infecção viral ou bacteriana é o suficiente para o entupimento das fossas nasais, que podem ficar nesse estado por alguns dias, até que a enfermidade melhore. Além disso, rinite causada por algum fator, como pelos de animais, ácaros, pólen e até alguns alimentos podem desencadear os espirros e a congestão nasal.
Contudo, existem outras razões para a congestão nasal recorrente, ligadas à estrutura das vias respiratórias. Um caso bem comum para o nariz entupido é o desvio de septo, que pode ser corrigido com cirurgia funcional. Os resultados geralmente são eficazes e melhoram a qualidade da respiração, inclusive para dormir. No entanto, outras causas podem contribuir para o diagnóstico, como:
- Fumaça de cigarro;
- Estresse;
- Uso extremo de descongestionante nasal;
- Alergia alimentar;
- Tempo seco;
- Problemas de tireoide;
- Gripe;
- Resfriado;
- Forte odor;
- Alimentos picantes.
Sintomas e tratamento
O principal sintoma é a dificuldade em respirar pelo nariz que pode estar acompanhada de outros desconfortos, tais como febre e dor muscular, caso se trate de infecções como a gripe. É importante observar a duração dos desconfortos, pois se os incômodos persistirem por mais de três ou quatro dias, é preciso procurar ajuda médica.
Outros sinais importantes são a cor e a densidade da coriza: se a coloração for amarelada ou esverdeada, com aspecto mais firme do que viscoso, pode ser infecção bacteriana. Em caso afirmativo, o médico irá prescrever antibióticos para combater o problema.
Febre, náuseas, vômitos, dor de cabeça e no corpo também podem acompanhar o diagnóstico. Então, nos bebês, os sintomas incluem dificuldade ao se alimentar e apneia do sono e o tratamento pode ser feito com lavagem nasal ou aspiradores de coriza.
Possíveis complicações
Se o caso for recorrente, a congestão pode, sim, gerar complicações. Ela pode resultar em sinusite, diminuição da capacidade auditiva e até mesmo atraso no desenvolvimento da fala.
Tratamentos caseiros
Os tratamentos caseiros para a congestão nasal são opções para quem tem receio de acabar ficar viciando em qualquer tipo de remédio. Dessa forma, alguns métodos ajudam a diminuir o desconforto da congestão nasal, sendo eles:
- Compressas quentes no nariz: basta molhar pano ou toalha com água morna e colocar sobre o nariz por 15 minutos. O método é recomendado por até 3 vezes no dia;
- Consuma bebidas quentes: dessa forma, o vapor das bebidas vai ajudar a aliviar a congestão das vias aéreas;
- Lavagem nasal com solução salina: a mistura salgada ajuda a eliminar bactérias das narinas e vias aéreas. É mais indicado para adultos e deve ser feito da mesma forma que a lavagem normal.
- Banho quente: já entrou no chuveiro e percebeu alívio da congestão? O hábito diário realmente ajuda a desentupir o nariz, já que, como as bebidas quentes, emite vapor e desobstrui as vias aéreas.
Qual profissional procurar?
O clínico geral pode ser consultado para a indicação do tratamento. Entretanto, se a congestão nasal for frequente, é preciso avaliar o caso com um otorrinolaringologista.
Faz mal usar muito descongestionante nasal?
Só quem convive com a congestão nasal sabe que o problema atrapalha a qualidade de vida. Para amenizar o quadro, uma das alternativas mais rápidas é o uso do descongestionante nasal, sobre o qual paira uma dúvida: seu uso frequente faz mal?
De acordo com Cleonice Hitomi Watashi Hirata, otorrinolaringologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, as substâncias vasoconstritoras dos descongestionantes contraem os vasos e provocam a diminuição do fluxo sanguíneo na região. A ação reduz o inchaço da mucosa e facilita a passagem do ar.
Assim, esse alívio temporário é benéfico em algumas situações. “O uso tópico pode ser administrado em quadros pós-operatórios quando há processo inflamatório e em infecções agudas de rinites e sinusites infecciosas”, explica.
Entretanto, segundo Watashi, o uso contínuo do descongestionante nasal cria dependência, aumentando a quantidade de aplicações ao longo do tempo. O efeito rebote pode causar em uma rinite medicamentosa. Por isso, evite a automedicação e consulte o médico para avaliar contraindicações e fatores de risco.
Congestão nasal em bebês: a lavagem é recomendada?
A situação é um pouco mais delicada nas crianças, afinal, eles não sabem como respirar pela boca. Para bebês muito pequenos, recém-nascidos ou com as narinas ainda pequeninas, não é recomendado fazer a lavagem nasal. O ideal é consultar um pediatra para saber se o procedimento está ou não liberado para a criança.
Por isso, muitos responsáveis têm medo de realizar a lavagem nos filhos. Dessa forma, é importante pedir para que seu pediatra ensine como fazer o método corretamente. Além da lavagem, uma boa opção para os desentupir o nariz do bebê é fazer nebulização com soro fisiológico por 20 minutos.
Outra dica é optar por um umidificador de ambiente, mas com atenção para não deixar que o ambiente fique úmido demais. Por fim, na hora de dormir, deixe o bebê com a cabeça um pouco mais elevada do que o corpo. Se ele fica deitado com todo o corpo na mesma altura, terá dificuldades para respirar.
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Fonte: Cleonice Hitomi Watashi Hirata, otorrinolaringologista do Hospital Edmundo Vasconcelos; e Rede D’Or São Luiz.