Acne: o que é, sintomas, tratamentos e causas

Beleza Bem-estar Saúde
01 de Setembro, 2022
Acne: o que é, sintomas, tratamentos e causas

Ao contrário do que grande parte das pessoas imagina, a acne é uma doença de pele que não atinge somente os adolescentes. De acordo com Karen Von Kossel, dermatologista do Hospital Santa Catarina, o desconforto também pode incomodar na vida adulta.

“A acne severa é mais comum em adolescentes. Mas formas leves, como pré-menstrual, ou por efeitos hormonais, chamamos de acne da mulher adulta”, explica a dermatologista. Afinal, quais são as causas da acne? E como proteger a pele e quando ela é considerada grave? Esses e outros questionamentos responderemos a seguir.

O que é acne?

A acne é uma inflamação na pele que ocorre pela obstrução das glândulas sebáceas por oleosidade e pele morta. Desse modo, ao ficarem obstruídas, as glândulas não conseguem eliminar as impurezas, o que acaba gerando um foco para as bactérias e resultando em mais oleosidade. Esse cenário gera cravos e espinhas, que são particularidades da acne.

Essa doença de pele é comum na adolescência, pois os hormônios sexuais causam mais produção de oleosidade na pele. Contudo, pode ocorrer em adultos também. Além do rosto, a acne pode aparecer em vários lugares do corpo, como nas costas, no peito e no ombro.

Leia também: Glúten pode afetar a pele e causar acne?

Quais são as causas da acne?

De acordo com a dermatologista Alice Jaruche, as alterações hormonais são os principais motivos pelos quais a acne ocorre, que também pode trazer uma série de modificações na pele.

No diagnóstico da acne, os hormônios que são responsáveis por essas alterações recebem o nome de “andrógenos” e “estrógenos”. No caso dos homens, a produção é feita pelos testículos, enquanto nas mulheres, o processo ocorre pelo ovário. Contudo, é fundamental deixar claro que a produção dos hormônios também é feita pelas glândulas suprarrenais. Isso porque elas também têm como missão produzir sebo e células mortas no corpo.

Quais são os tipos de acne?

Grau 1: não inflamatória ou comedônica

Em geral, é o tipo de acne mais comum e começa na puberdade, por volta dos quinze anos de idade. Assim, ela ocorre tanto em meninas como em meninos e equivale a cravos que aparecem na testa, no nariz e nas bochechas.

Grau 2: pápulo-pustulosa

Conhecida por grande parte das pessoas como espinha, esse tipo da doença está relacionado a elevações arredondadas na pele e que contêm pus. Elas são avermelhadas, endurecidas e, em alguns casos, causam dor no paciente.

A espinha surge em virtude da proliferação de micro-organismos na região. Um bom exemplo é a bactéria Propionibacterium acnes, que causa inflamação das glândulas sebáceas.

Grau 3: nódulo-cística

Conhecida também como espinha interna, esse tipo da doença apresenta nódulos internos sob a pele, que podem surgir em diversas regiões do corpo, entre as quais: rosto, tórax e costas. Os motivos hormonais são as principais causas dessa doença, que é dolorosa e palpável.

Grau 4: conglobata

Esse tipo é definido por um grupo de lesões próximas umas das outras e com presença de pus. Nelas, pode ocorrer a formação de abscessos e fístulas na pele.

Grau 5: fulminante

A acne fulminante é um tipo raro, mas é importante ter atenção redobrada. Afinal, ela traz diversos sintomas, entre os quais: febre, mal-estar e dor nas articulações. A princípio, os homens são os tipos de pacientes mais afetados pela acne grau 5, que pode aparecer no peitoral, nas costas e no rosto.

Acne neonatal

Assim que os bebês nascem, é nítida a sensibilidade que eles possuem na pele. Dessa forma, é comum o surgimento de acne neonatal, que são bolinhas vermelhas que se parecem com espinhas. Elas costumam aparecer no rosto de bebês recém-nascidos nas primeiras 4 semanas de vida, podendo conter pus e até cravos. Por ser um problema comum, cerca de 30% dos recém-nascidos podem apresentar essa condição. As bolinhas ​​são mais recorrentes no dorso nasal, nas bochechas e no lábio superior do bebê, mas podem se espalhar pelo corpo.

Acne medicamentosa

Nesse caso, a acne surge devido ao uso de certos medicamentos, por exemplo: anticoncepcionais, tratamentos hormonais ou com cortisona e suplementação prolongada de vitamina B.

Alimentos que pioram a acne

Nossa alimentação influencia bastante a saúde da pele. Com a acne, não é diferente: certos alimentos podem agravar a oleosidade e a inflamação, colaborando para o quadro. O motivo é que aumentam o açúcar no sangue mais rapidamente do que outros. Então, quando o açúcar no sangue aumenta, o corpo libera um hormônio chamado insulina. Como consequência, o excesso de insulina pode fazer com que as glândulas sebáceas produzam mais óleo, aumentando os riscos de acne. Veja alguns exemplos:

E o chocolate?

Fernanda Massaoka, dermatologista da Clínica Carvalho Concept, explica que o chocolate também pode piorar a acne. “Na verdade, alimentos com alto índice glicêmico, quando consumidos em excesso, podem levar a uma piora das espinhas.” A especialista afirma ainda que quem tem cabelos oleosos tem também a pele mais oleosa. Por isso, maior tendência a apresentar acne.

“Contudo, a acne é uma doença complexa, cuja oleosidade não é o único fator envolvido no quadro. Além disso, existem até pacientes de pele seca que têm acne”, destaca.

Alimentos que podem ajudar a melhorar a condição

Por outro lado, uma dieta rica em alimentos com baixo índice glicêmico, como carboidratos complexos, pode reduzir a formação da acne. Os carboidratos complexos são encontrados em:

  • Grãos e pães integrais.
  • Frutas e legumes amarelos e alaranjados, como cenoura, damasco e batata-doce.
  • Espinafre e outros vegetais verdes e folhosos escuros.
  • Quinoa.
  • Sementes de abóbora.
  • Feijãoervilha e lentilha.
  • Salmão e outros tipos de peixes gordurosos.
  • Oleaginosas: nozes, amêndoas e castanhas, que exigem moderação no consumo.

Como funciona o tratamento da acne?

Existem vários tipos de tratamentos para a acne. Por exemplo:

  • Esfoliação da pele: atua na prevenção do acúmulo de células mortas e também na desobstrução dos poros afetados.
  • Antibióticos tópicos e orais: a aplicação de cremes e loções à base de eritromicina e ácido fusídico na área afetada ajudam a eliminar as bactérias que se concentram no orifício do folículo.
  • Tratamento hormonal: as mulheres podem fazer um tratamento hormonal que equivale à ingestão de contraceptivos orais. Isso é importante, pois neutraliza os efeitos do excesso de hormônio masculino.
  • Retinoides tópicos: responsável por regular o ciclo de vida das células do folículo, funcionando como um escudo contra formação de comedões.
  • Retinoides orais: atuam na redução de sebo das glândulas e consistem no consumo diário de derivados de vitamina A, como a isotretinoína ou ácido isotretinoína, durante quatro a seis meses. Além disso, vale lembrar que é essencial ter o acompanhamento de um dermatologista.

Leia também: Vitamina A ajuda no tratamento da acne. Saiba mais

Quais são as formas de prevenção da doença de pele?

Para prevenir o surgimento de acnes, recomenda-se tomar alguns cuidados. Veja abaixo:

  • Não esprema espinha e cravos.
  • Lave as áreas predispostas apenas duas vezes ao dia.
  • Além disso, faça a utilização de produtos suaves para higienizar o rosto.
  • Evite sabonetes que ressecam muito a pele.
  • Faça a remoção correta da maquiagem antes de dormir.
  • Por fim, lave o rosto depois de exercícios intensos.

Perguntas frequentes sobre acne

Tive covid-19 e logo depois comecei a ter acne. Existe relação?

A acne pós-Covid é um provável efeito colateral da infecção. Embora faltem estudos que comprovem a relação, existe uma hipótese. Quando uma pessoa contrai o vírus, a imunidade fica comprometida em alguns casos. Como resultado, podem ocorrer mudanças importantes na estrutura e na manifestação de alguma doença pré-existente, como a psoríase, dermatite atópica e a acne.

Afinal, usar maquiagem pode agravar a acne?

Sim, principalmente se você utiliza produtos comedogênicos — aqueles que não deixam a pele respirar — e passa o dia todo com eles. Em contrapartida, há uma série de cosméticos que não obstruem os poros e, e outros que até “tratam” a pele durante o uso. Portanto, na dúvida sobre a melhor escolha, converse com seu dermatologista sobre as opções. Mas se você usa maquiagem apenas de vez em quando, não há motivos para se preocupar, desde que siga uma rotina de limpeza adequada para a pele.

Fontes: Alice Jaruche, formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e fez Residência médica em dermatologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP); Karen Von Kossel, dermatologista do Hospital Santa Catarina – Paulista; Fernanda Massaoka, dermatologista da Clínica Carvalho Concept – CRM 157.695.

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