Dieta low carb na gestação é permitida?
Embora seja uma alternativa popular dentro da nutrição, a dieta low carb na gestação não é recomendada por especialistas. Para entender isso, é preciso que se saiba primeiro o que é esse tipo de regime alimentar para, então, entender por que não se deve indicá-lo durante a gravidez.
De acordo com a nutricionista Natashe Nassif, focada em saúde da mulher, nutrição estética, funcional e alimentação infantil, a dieta low carb não constitui em retirar completamente o carboidrato do cardápio. O intuito é reduzi-lo e substitui-lo por aqueles que têm baixo índice glicêmico e que, consequentemente, o organismo digere mais lentamente.
Dessa forma, segundo Juliana Passarella, também nutricionista, esse tipo de dieta costuma ser uma boa aliada no emagrecimento saudável. Além disso, auxilia na perda de gordura corporal bem como na diminuição de triglicérides. Por fim, ela também reduz a glicemia e os níveis de insulina do sangue, ajudando no tratamento do diabetes tipo II.
Portanto, os benefícios da técnica são diversos para a população geral. No entanto, como reforça Natasha: “Na gestação, não se indica nenhuma dieta restritiva”, como a low carb.
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Os riscos da dieta low carb na gestação
Em suma, não se recomenda esse tipo de dieta na gravidez porque o bebê depende de todos os tipos de nutrientes para crescer saudável. “Inclusive, os carboidratos são as principais fontes de energia para a formação do feto e, por isso, eles não podem ser excluídos da alimentação da gestante”, completa a nutricionista focada em saúde da mulher.
Para mostrar a gravidade de retirá-lo do cardápio gestacional, a ginecologista e obstetra Carolina Cunha, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, traz um estudo recente da Universidade da Carolina do Norte. “A pesquisa encontrou um número 30% maior de bebês com má-formações (anencefalia e espinha bífida) entre gestantes que tiveram uma dieta que reduziu ou eliminou a quantidade de carboidratos”, comenta a especialista.
Assim, em vez de retirar um tipo de alimento do cardápio, o mais importante é equilibrá-lo durante a gestação. Em outras palavras, deve-se combinar corretamente o carboidrato com fibras, lipídios, vitaminas e minerais. Para isso, uma nutricionista deve acompanhar a grávida de perto durante os nove meses.
“Dessa forma, alterações podem ser feitas de maneira leve para se adequar às diferenças entre as pacientes no que diz respeito ao peso e estado nutricional. No entanto, elas devem sempre ser orientadas e supervisionadas pelo obstetra e nutricionista ou nutrólogo”, finaliza Dra. Carolina.
Fontes:
- Natashe Nassif, nutricionista com foco em saúde da mulher, nutrição estética, funcional e alimentação infantil;
- Dra. Carolina Cunha, ginecologista e obstetra da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo;
- Juliana Passarella, nutricionista.