Segundo trimestre de gravidez: sintomas, exames e cuidados

Já falamos aqui sobre as mudanças que ocorrem nas mulheres logo após receberem o resultado positivo de gravidez. Assim que entram no primeiro trimestre, é indispensável redobrar o cuidado com a saúde e abandonar velhos hábitos. Agora, falaremos sobre o segundo trimestre da gravidez, que abrange da 14ª a 26ª semana gestacional.

Desenvolvimento do bebê no segundo trimestre da gravidez

Para começar, é importante saber como está o desenvolvimento do bebê ao longo desse período. No segundo trimestre de gravidez, o pequeno desenvolve todas as estruturas essenciais do corpo. Os rins começam a formar a urina, o fígado secreta a bile e os ouvidos já estão desenvolvidos para escutar sons. Nesse momento, há também o amadurecimento do sistema reprodutor e, por isso, os pais podem descobrir o sexo do pequeno.

Além disso ele começa a realizar movimentos de engolir e sucção – inclusive chupa o dedo! Isso permite que o bebê inspire o líquido amniótico, fazendo com que os pulmões amadureçam cada vez mais até o fim da gestação.

Nesse período também é comum que o pequeno comece a se mexer com frequência e a mãe sinta seus primeiros movimentos – os famosos chutinhos. 

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Afinal, quais mudanças são vividas pela mãe no segundo trimestre da gravidez?

Como dito anteriormente, por volta da 20ª semana, já é possível sentir o bebê mexer. Além disso, o crescimento do útero se intensifica e a barriguinha começa a aparecer.

Os mamilos, por sua vez, escurecem e a pigmentação da pele também aumenta em outras áreas do corpo. Como resultado, em algumas mulheres consta-se a linha nigra, uma linha vertical no meio da barriga. Os melasmas – manchas escuras que surgem principalmente no rosto – também podem aparecer, por isso, use protetor solar sempre.

Sintomas mais comuns

Já os desconfortos do primeiro trimestre tendem a desaparecer, pois os níveis de hormônios começam a estabilizar. Geralmente, o segundo trimestre da gravidez é a fase em que a gestante se sente mais disposta.

No entanto, podem surgir desconfortos físicos e, por isso, um fisioterapeuta especializado pode ser necessário para ajudar a aliviar os incômodos nesta etapa da gestação, além de auxiliar no fortalecimento e preparação da musculatura pélvica para suportar o peso da barriga e também para o parto.

Além disso, apesar de ser o período em que a futura mamãe costuma curtir a gravidez, pois não os enjoos do primeiro trimestre, nem o peso da barriga do terceiro trimestre, algumas gestantes podem sentir:

• Dores nas costas;
• Cãibras;
• Constipação intestinal;
• Azia;
• Dores na região pélvica.

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Os principais cuidados no segundo trimestre de gravidez

Assim é importante que a gestante procure se manter saudável e ativa, praticando atividades físicas (se o obstetra liberar, é claro!). O ideal é evitar esportes com risco de queda, preferindo aqueles que a gestante já estava acostumada a praticar antes da gravidez. Algumas atividades são indicadas, como caminhadas, musculação (com a supervisão profissional), pilates, yoga, natação e hidroginástica.

Também é essencial seguir uma alimentação equilibrada – aqui vale o ditado: desembrulhe menos e descasque mais. Opte por alimentos naturais e evite os industrializados. É importante controlar o ganho de peso e, se necessário, consultar uma nutricionista para garantir o consumo de todos os nutrientes indispensáveis para o bom desenvolvimento do bebê. É importante também beber bastante água, além de hidratar a pele para evitar o aparecimento de estrias.

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Exames essenciais

No segundo trimestre, o obstetra repete alguns exames laboratoriais realizados no início da gestação, como hemograma, algumas sorologias e urina. A seguir, veja mais detalhes dos principais:

• Ultrassom morfológico: indica-se que ele seja realizado entre a 18ª e 24ª semana de gestação para verificar como está o bebê dentro do útero. Nesse exame, especialistas diagnosticam más-formações genéticas, como Síndrome de Down, e cardiopatias congênitas. É por meio dele também que os pais descobrem o sexo do bebê;
• Curva glicêmica: esse exame também recebe o nome de teste de tolerância oral à glicose e acontece por volta da 24ª semana de gestação. Ele serve para identificar diabetes gestacional;
• Hemograma: popularmente conhecido como exame de sangue, ele avalia a quantidade de hemácias, hemoglobinas, leucócitos e plaquetas da gestante. Assim, é possível saber se a mulher está ou não com anemia, uma vez que a condição pode acontecer nesse período;
• Sorologias: elas servem para identificar a presença (ou ausência) de anticorpos relacionados a alguma patologia, especialmente sífilis, HIV, Hepatites B e C e Toxoplasmose;
• Medir a pressão arterial: essa avaliação é importante para verificar se há risco de pré-eclâmpsia durante a gravidez, ou seja, se a pressão está alta. Ela pode ocorrer devido a hábitos negativos, como má alimentação e falta de exercícios físicos ao longo da gestação;
• Urina e urocultura: em suma, a avaliação da urina durante a gravidez é importante para identificar possíveis infecções urinárias o quanto antes e assim evitar complicações na própria gestação ou no parto. Caso alguma alteração seja vista no exame de urina tipo 1, o especialista parte então para o pedido de urocultura;

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Dicas para evitar os desconfortos do segundo trimestre da gravidez

Como dito anteriormente, a gestante tende a se sentir melhor durante o segundo trimestre da gravidez quando comparado ao primeiro. No entanto, alguns desconfortos físicos podem surgir. Dessa forma, veja como aliviá-los!

• Dores nas costas: com a liberação do obstetra, é importante realizar exercícios para alongar e fortalecer a musculatura das costas. Além disso, indica-se que a gestante não passe muito tempo de pé e evite cruzar as pernas ao sentar. Caso haja indicação do especialista, a cinta para grávida pode ajudar a dar suporte para a barriga e, consequentemente, as dores nas costas melhorarem;
• Cãibra: massagens e compressas na região da cãibra tendem a ser o suficiente para amenizá-la. No entanto, para preveni-la, é fundamental que a gestante se mantenha hidratada e tenha uma alimentação rica em cálcio, potássio e magnésio, por exemplo;
• Constipação intestinal: a prática de exercícios físicos associada a uma dieta balanceada com ingestão de frutas, vegetais e grãos ricos em fibras ajudam a melhorar os movimentos intestinais. Além disso, manter o corpo hidratado com o consumo de água pode aliviar o desconforto;
• Azia: é indicado que a gestante não fique de estômago vazio por muito tempo, procurando fazer pequenas refeições a cada duas ou três horas;
• Dores na região pélvica: por fim, fortalecer o assoalho pélvico deve ser o foco para diminuir o incômodo na região pélvica. Além disso, ficar em repouso e evitar pego peso também diminuem a incidência da dor no local. No entanto, se ela for muito intensa e persistente, a gestante deve procurar pelo seu obstetra imediatamente.

Fontes:

• Dr. Gabriel Monteiro, ginecologista e obstetra e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro (UNISA);
• Dr. Jorge Mendes, ginecologista do hospital HSANP.