Rosácea: o que é, causas, tipos, cuidados e tratamentos

Beleza Bem-estar
12 de Setembro, 2022
Rosácea: o que é, causas, tipos, cuidados e tratamentos

A rosácea é uma doença vascular inflamatória crônica, que tem como principal característica a vermelhidão na pele do rosto, especialmente no centro da face, mas podendo também aparecer em áreas como as bochechas, o nariz, a testa e o queixo.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), este quadro atinge de 1,5% a 10% das populações estudadas, sendo mulheres de 30 a 50 anos as pessoas com maiores chances de ter o problema.

Quanto aos homens, apesar de não serem os pacientes em maior número, os sintomas costumam surgir de forma mais grave, com o quadro evoluindo continuamente para a rinofima, ou seja, o aumento gradual do nariz por espessamento e dilatação dos folículos.

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Origem e causas da rosácea

Segundo a SBD, a origem da rosácea ainda é não é conhecida e pode ter uma série de fatores diferentes.

“Há, contudo, uma predisposição individual (mais comum em brancos e descendentes de europeus) que pode ser familiar (30% dos casos têm uma história familiar positiva), evidenciando uma possível base genética. Há também forte influência de fatores psicológicos (estresse)”, diz o site da entidade.

Além disso, há também os fatores desencadeantes da doença, que são aqueles que provocam a dilatação dos vasos sanguíneos.

São eles:

  • Bebidas quentes;
  • Alimentos picantes;
  • Bebidas alcoólicas;
  • Cafeína;
  • Queijos;
  • Exercícios físicos intensos;
  • Exposição ao sol;
  • Exposição à temperaturas muito altas ou muito baixas;
  • Irritação da pele por cosméticos;
  • Estresse, ansiedade e nervosismo.

Por fim, sabe-se também que a infecção por um ácaro que faz parte da flora normal da pele, chamado Demodex foliculorum, contribui para a piora da doença.

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Sintomas

De acordo com a SBD, a rosácea se caracteriza por uma pele sensível, mais seca, que começa a ficar avermelhada facilmente e se irrita com ácidos e produtos dermatológicos, no geral.

Com o passar do tempo, a vermelhidão pode se tornar permanente, acompanhada pelo aparecimento de pequenos vasinhos e pápulas que lembram acne, podendo, portanto, levar a edemas e nódulos.

Além disso, também é possível notar com frequência alguns sintomas oculares, com olhos secos e sensíveis à inflamação nas bordas das pálpebras, que é chamada de blefarite.

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Vale ressaltar, contudo, que um sintoma pode se destacar mais que outro, variando muito de pessoa a pessoa. Além disso, nem sempre as lesões evoluem, podendo se manter da mesma forma por um bom período.

Assim, estes são os sinais e sintomas mais comuns da rosácea, segundo a SBD:

  • Flushing facial: períodos de sensação repentina de vermelhidão e calor na pele, como se fosse um surto de vasodilatação;
  • Telangiectasias: dilatação de pequenos vasos permanentes;
  • Persistente eritema facial: possível edema facial;
  • Pápulo-pustulosas: aparecimento de nódulos na pele, que quando numerosas, podem eventualmente formar placas granulomatosas;
  • Rinofima: espessamento irregular da pele do nariz e dilatação de folículos, levando ao aumento e deformação do nariz;
  • Alterações oculares: irritação, ressecamento, blefarite, conjuntivite e ceratite que ocorrem em 50% dos casos.

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Tipos de rosáceas

A rosácea tem alguns subtipos, cada um com características distintas. Eles podem, inclusive, se apresentar de forma misturada, ou seja, através da combinação de dois quadros diferentes.

Veja a seguir quais são eles:

Eritemato telangectasia – Subtipo 1

A pele fica com o tom avermelhado ou rosado. Além disso, alguns vasos bem pequenos se destacam, principalmente na região central do rosto, próximo da lateral do nariz.

Neste caso, é comum ter a sensação da pele queimando ou pinicando e, portanto, não é indicado usar cremes abrasivos ou ácidos, uma vez que a pele é mais sensível.

Pápula pustulosa – Subtipo 2

Além da cor avermelhada, também pode ser notado o aparecimento de lesões parecidas a espinhas, chamadas pápulo pustulosas. Conhecido também como “acne rosácea”, este tipo é mais comum nos homens e pode se confundir com os sintomas da acne comum.

Fimatosa – Subtipo 3

Tipo menos frequente, ele é considerado a etapa final da rosácea. Também mais comum em homens, em especial naqueles com mais de 50 anos, essa rosácea apresenta o aumento e a infiltração de áreas como as glândulas sebáceas do nariz, levando, portanto, a uma pele mais grossa, endurecida, avermelhada e com poros dilatados, que pode fazer com que o nariz até dobre de tamanho.

Ocular – Subtipo 4

Como o próprio nome diz, esse é o tipo de rosácea que se manifesta na região dos olhos. Neste caso, o diagnóstico também pode ser feito por um oftalmologista, uma vez que se manifesta através de uma inflamação chamada blefarite, que leva à descamação e tom avermelhado na região dos cílios.

Este tipo pode acompanhar qualquer um dos outros ou vir sozinho, e é considerado o mais grave, pois é capaz de evoluir para a perda da visão.

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Rosácea granulomatosa

Variação da rosácea pápula pustulosa, ela também tem como característica principal o surgimento de pequenos nódulos de cor vermelha amarelada ou café clara, parecidos com espinhas. Por ser o tipo mais raro, seu diagnóstico e tratamento também são um desafio para os dermatologistas.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da rosácea é clínico, feito por profissionais da área da dermatologia ou, no caso da rosácea ocular, também por oftalmologistas.

Sendo assim, o quadro costuma ser identificado através da avaliação da aparência da pele através de um exame físico, associada a informações como a idade do paciente e os relatos dos primeiros sintomas.

Vale ressaltar, contudo, que em alguns casos pode ser necessário fazer uma biópsia para chegar ao diagnóstico diferencial com outras doenças.

Tratamentos

Não existe cura para a rosácea, mas a doença pode ser tratada e controlada.

Tudo depende da fase clínica que o paciente está, se apresenta mais o eritema periódico ou o persistente, se há mais pápulas, nódulos ou rinofima (hipertrofia do nariz)…”, afirma o site da SBD.

Portanto, o dermatologista precisa avaliar em consulta o grau, a fase e o paciente como um todo para indicar qual pode ser o melhor tratamento. Além disso, também é importante manter um acompanhamento com um oftalmologista, caso a rosácea ocular se manifeste.

De maneira geral, o tratamento é feito a partir do uso de sabonetes adequados, protetor solar de alto fator contra UVA e UVB e antimicrobianos tópicos (metronidazol) e antiparasitários (ivermectina).

Já em fases mais avançadas, segundo a SBD, também pode ser necessário prescrever o uso de medicamentos derivados de tetraciclina (doxiciclina e outros) orais.

Há, ainda, a possibilidade de tratamentos feitos com laser, luz pulsada, radiofrequência e até mesmo cirurgia, mas apenas depois de avaliação e indicação médica.

É importante ressaltar que, por ser uma pele mais sensível, é contraindicado o uso de produtos químicos e físicos como sabões, higienizadores alcoólicos, adstringentes, abrasivos e peelings.

Dá para prevenir a rosácea?

Não existe prevenção para a origem da rosácea, mas sim para as causas que levam à manifestação da doença.

De acordo com a SBD, a avaliação do próprio paciente quanto a fatores pessoais, psicológicos e externos, por exemplo, pode ajudar a monitorar e controlar o quadro.

Para isso, portanto, é indicado seguir algumas orientações gerais:

  • Se informar sobre a doença com fontes confiáveis;
  • Manter um diário de observação dos fatores agravantes para o seu caso;
  • Manter a proteção solar diária;
  • Evitar os agravantes da doença;
  • Não se automedicar;
  • Manter as consultas com o dermatolologista;
  • Não usar água muito quente, especialmente para lavar o rosto.

Alimentação da pessoa com rosácea

Como explicado anteriormente, a alimentação pode ser um fator desencadeante da rosácea. Por este motivo, é importante saber quais ingredientes são recomendados e quais devem ser evitados por pessoas que sofrem com a doença.

Veja a seguir:

Melhores alimentos para quem tem rosácea

  • Vegetais

Comer vegetais, especialmente os ricos em antioxidantes e fibras, pode ajudar a acalmar a pele e aliviar o tom vermelho. Os mais indicados são: aspargo, couve-flor, espinafre, couve, ervilha e pepino.

  • Ervas

Algumas ervas são conhecidas por serem calmantes, como é o caso da camomila. Além de ajudar a melhorar o humor e diminuir o estresse e a ansiedade, suas propriedades também acalmam a pele e, por isso, ela é recomendada para quem sofre com a rosácea, assim como a erva-cidreira, a kava-kava, a flor de maracujá e a valeriana. 

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  • Salmão

Alimentos ricos em ômega-3 como o salmão são ideais para aliviar os processos inflamatórios que ocorrem no corpo e levam ao aparecimento das rosáceas. Outras opções são a sardinha, o atum, as oleaginosas, o óleo de fígado de bacalhau e a chia.

O queijo de cabra é uma ótima fonte de proteína e não contém grande quantidade de lactose. Portanto, por conta de suas propriedades, ele é de grande ajuda contra a inflamação provocada pela rosácea. 

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Piores alimentos para quem tem rosácea

  • Alimentos e temperos picantes 

Alimentos, temperos e ervas picantes pode causar a sensação de “queimação” na pele sensível. Alguns exemplos são: gengibre, cominho, pimenta-preta, feno-grego e cravo-da-índia, assim como a menta e o óleo de eucalipto.

Além disso, segundo um estudo feito pela Universidade de Coimbra, em Portugal, esses itens também podem piorar o quadro da rosácea quando encontrados nas fórmulas de cosméticos.

  • Bebidas alcoólicas 

Elas são inimigas das peles mais sensíveis. O vinho tinto, em especial, tem um efeito quase instantâneo: provoca a dilatação dos vasos sanguíneos do rosto e, assim, causa o surgimento do tom vermelho no rosto.

  • Doces e refrigerantes 

Por causa da grande quantidade de açúcar presente em suas fórmulas, os dois podem causar inflamação no corpo, levando ao quadro de rosácea.

Cuidados com as rosáceas no frio

Veja a seguir 6 orientações da dermatologista Karla Lessa:

  • Evite banhos quentes: a água quente piora a sensação de queimação no rosto;
  • Não consuma bebidas e alimentos vasodilatadores: eles devem ser evitados por piorar a doença de pele;
  • Não use cosméticos com toque seco: eles podem sensibilizar ainda mais a pele do rosto;
  • Tome cuidado com a exposição direta ao sol: por causa da sensibilidade da pele com rosácea, ela pode causar um dano crônico;
  • Use filtro solar: escolha um com FPS acima de 30 e aplique de novo de duas em duas horas;
  • Aposte na água termal: ela é rica em minerais que ajudam a acalmar, hidratar e melhorar a qualidade da pele.

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Cuidados com a rosácea no calor

Confira as dicas das dermatologistas Adriana Vilarinho e Paula Cordeiro:

  • Aplique o protetor solar todos os dias: este é o principal cuidado no calor;
  • Lave o rosto com água fria: aproveite as altas temperaturas para evitar a água quente;
  • Use produtos calmantes: eles ajudam a manter a pele bem cuidada e longe das manifestações da rosácea;
  • Use barreiras físicas: itens como chapéu, boné e óculos de sol também têm a função de prevenção;
  • Mantenha a rotina de skincare: os cuidados do dia a dia também podem ajudar a diminuir a manifestação da doença.

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Skincare para a pele com rosácea

Independente de ser frio ou calor, os cuidados com a pele de quem tem rosácea devem ser basicamente os mesmos, uma vez que o foco é tratar as manchas avermelhadas e evitar que elas fiquem mais intensas.

Abaixo, a dermatologista Karla Lessa indica o passo a passo:

  • Use água termal gelada para contrair os vasos e diminuir o tom avermelhado da pele;
  • Passe um hidratante com ativos prebióticos. “Eles auxiliam na recuperação da barreira protetora da pele, promovendo uma ação calmante”;
  • Termine com o filtro solar com FPS acima de 30.

Fontes: Sociedade Brasileira de Dermatologia; Karla Lessa, dermatologista, do Espírito Santo; Adriana Vilarinho, dermatologista, de São Paulo; Paula Cordeiro, dermatologista, do Mato Grosso.

Sobre o autor

Ana Paula Ferreira
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em beleza e bem-estar.

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