Ginkgo biloba: o que é, para que serve e cuidados
Você já ouviu falar no extrato de ginkgo biloba? Trata-se de um composto fitoterápico encontrado em uma árvore originária da China. Ela chega a atingir até 35 metros de altura, e acredita-se que seja uma das plantinhas mais velhas do mundo — com cerca de 200 milhões de anos, ela é considerada um verdadeiro fóssil vivo pelos botânicos.
Outra característica surpreendente da árvore de ginkgo biloba é a sua resistência a fatores como poluição, toxinas, micro-organismos, insetos e até radiações mutagênicas: foi a primeira espécie de vida a se manifestar nas cidades de Hiroshima e Nagasaki após as explosões das bombas atômicas durante a Segunda Guerra Mundial. Por isso, ela é um símbolo de paz e longevidade no Japão até os dias atuais.
É claro que todas essas qualidades sempre despertaram muita curiosidade por parte dos médicos e pesquisadores. Tanto que, hoje, muita gente utiliza o extrato da planta para fins terapêuticos e medicinais. Saiba tudo sobre o assunto a seguir:
O que é o ginkgo biloba?
Como já explicado, é uma árvore asiática muito famosa por suas propriedades terapêuticas. O farmacêutico e naturopata Jamar Tejada explica que ela possui folhas com formato de leque que são caducas, ou seja, que caem em certas épocas do ano — geralmente nos meses mais frios e sem chuva.
“As árvores masculinas com mais de vinte anos florescem na primavera, e as árvores femininas adultas produzem uma fruta de cor cinzenta parecida com a ameixa”, complementa o especialista.
Normalmente, o extrato das folhas é retirado e utilizado para a fabricação de tinturas fitoterápicas e suplementos alimentares dos mais variados tipos.
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Para que serve o ginkgo biloba?
Apesar de poucos estudos robustos acerca da planta existirem atualmente, muita gente o utiliza buscando benefícios como:
Ação antioxidante
O farmacêutico explica que ele é rico em compostos antioxidantes diterpenos e flavonoides, que agem contra a ação desenfreada dos radicais livres no corpo e evitam a oxidação das células. Desse modo, há a ação anti-inflamatória e a prevenção do envelhecimento precoce.
Melhora da circulação sanguínea
“O ginkgo biloba também estimula a circulação sanguínea (seja a circulação arterial, venosa ou capilar), agindo na insuficiência vascular periférica, assim como também é protetor da barreira hematoencefálica, uma estrutura que impede e/ou dificulta a passagem de substâncias do sangue para o sistema nervoso central”, diz o especialista.
Prevenção da trombose
Além disso, Jamar Tejada afirma que os ativos do composto impedem que as hemácias formem trombos, regularizando o funcionamento dos nossos vasos sanguíneos.
Aprimoramento da memória
“Um dos principais efeitos que estimulam a busca por essa planta é sua atuação a nível cerebral, pois age em desordens de memória, distúrbios de atenção, diminuição da capacidade auditiva e vertigens, preservando por mais tempo a autonomia e a qualidade de vida.”
Desse modo, Michelle Reis, diretora farmacêutica da Phytocare Farmácia de Manipulação, explica que o ginkgo biloba geralmente é indicado para:
- Falta de memoria;
- Vertigem;
- Disfunção erétil;
- Depressão;
- Distúrbios de ansiedade.
Quem não pode usar?
- Gestantes e lactantes: “apesar de estudos experimentais não indicarem qualquer ação teratogênica do ginkgo biloba — substâncias que podem causar malformações congênitas —, recomenda-se evitar o uso durante a gestação, e apenas sob orientação médica durante a amamentação”, alerta Jamar Tejada;
- Pacientes com problemas de coagulação: devido à sua propriedade antiplaquetária, o extrato pode aumentar o risco de sangramentos em pacientes com problemas de coagulação ou em pessoas que fazem uso de medicamentos como aspirina;
- Pessoas com histórico de crises convulsivas: isso porque “existem relatos esporádicos de que a droga pode facilitar a ocorrência de crises epilépticas. Há também a possibilidade de o ginkgo biloba interagir e diminuir os efeitos dos anticonvulsivantes”, diz Jamar.
- Quem convive com hipertensão arterial: “por ser uma planta com alto poder estimulante, pessoas com hipertensão devem consumir somente sob orientação médica”, finaliza Michelle Reis.
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Quais os possíveis efeitos colaterais?
Podem ocorrer alguns efeitos colaterais, como distúrbios gastrintestinais, transtornos circulatórios, desequilíbrios da pressão arterial, cefaleia (dor de cabeça) ou reações cutâneas. Portanto, o acompanhamento de um especialista é imprescindível.
Como tomar o ginkgo biloba?
O extrato de ginkgo biloba pode ser encontrado em cápsulas, comprimidos, soluções orais com prescrição médica e até gomas. Algumas pessoas também utilizam o chá das folhas secas, mas alguns especialistas não recomendam essa forma de consumo.
A doses diárias recomendadas variam muito de acordo com objetivo, sexo e idade da pessoa — de 40 a 240 mg, e de uma a três vezes ao dia.
Fontes: Jamar Tejada, farmacêutico e naturopata; e Michelle Reis, diretora farmacêutica da Phytocare Farmácia de Manipulação.