Manter ansiedade sob controle pode reduzir risco de perda cognitiva

Bem-estar Equilíbrio Saúde
21 de Março, 2023
Manter ansiedade sob controle pode reduzir risco de perda cognitiva

Manter ansiedade sob controle a partir de tratamentos com psicoterapia pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver demência na velhice. É o que sugere um novo estudo publicado no The Lancet. Embora os resultados ainda não sejam conclusivos, eles indicam uma associação entre melhora de qualquer tipo de transtorno de ansiedade com uma menor chance de desenvolver Alzheimer e/ou perda cognitiva, isto é, quando o paciente não consegue mais fazer atividades básicas do seu dia a dia.

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Pesquisa investigou a importância de manter ansiedade sob controle

Com o crescimento dos casos de demência, pesquisadores vêm se debruçando sobre possíveis fatores de risco da doença. Buscam, inclusive, uma relação com as doenças mentais. No caso da depressão, essa associação já está bem estabelecida. Então, agora o objetivo é entender os impactos da ansiedade neste quadro.

Para isso, primeiramente os pesquisadores colheram informações de diversas bases do sistema de saúde britânico. Depois, eles cruzaram dados de quase 130 mil pacientes que passaram por serviços de psicoterapia e que tinham algum distúrbio de ansiedade.

Eles avaliaram apenas aqueles com mais de 65 anos, atendidos entre 2012 e 2019 e que não tinham diagnóstico de demência inicialmente. Após esse período, aqueles que apresentaram uma melhora nos quadros de ansiedade tiveram menos risco de desenvolver perda cognitiva.

“Este é um estudo interessante que tenta jogar luz sobre essa relação, mas ainda não sabemos se há uma relação causal”, diz a geriatra Ana Cristina Canêdo, da diretoria da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.

Cortisol causada pela ansiedade contribui para perda cognitiva 

Alguns fatores, como os biológicos e até o estilo de vida, poderiam explicar a associação da ansiedade com a perda cognitiva. “A ansiedade tem uma carga de estresse e faz o organismo liberar cortisol, o que traz efeitos negativos no hipocampo, região do cérebro ligada à memória”, explica a especialista.

Mas os próprios autores reconhecem que o estudo tem várias limitações. Dessa forma, ainda não é possível estabelecer um elo causal entre os dois. Além disso, algumas informações não estavam disponíveis nas bases analisadas e podem enviesar os resultados, como nível de educação, risco genético, história familiar, patologias vasculares e uso de remédios psicotrópicos.

Sabe-se, por enquanto, que alguns transtornos comportamentais leves, que poderiam ser confundidos com sintomas de ansiedade, podem ser marcadores precoces de demência quando aparecem na faixa dos 50 anos.

“Mas, na dúvida, a gente precisa sempre tratar os transtornos de saúde mental. A ansiedade é menos diagnosticada e tratada do que a depressão e deve ser rastreada, prevenida e tratada”, orienta a médica.

Sinais de alerta

A pessoa que sofre de ansiedade normalmente é taxada de nervosa ou estressada. Mas quando isso começa a prejudicar a sua vida diária, causando perda funcional e dificuldades no trabalho e nas relações, é hora de procurar ajuda. Medos excessivos ou pânico podem causar angústia a ponto de impedir a pessoa de fazer o que ela precisa, como sair de casa ou conviver com outras pessoas.

Fonte: Agência Einstein.

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