Fenilalanina: O que é e para que serve? Descubra aqui!

Alimentação Bem-estar
15 de Dezembro, 2021
Fenilalanina: O que é e para que serve? Descubra aqui!

Já ouviu falar sobre fenilalanina? Se ainda não, então está no lugar certo! Isso porque nós iremos contar tudo o que você precisa saber sobre esse aminoácido indispensável para o funcionamento adequado do nosso sistema nervoso central.

Por isso, esse aminoácido é indicado para pessoas que sofrem com ansiedade, depressão, transtorno de déficit de atenção, hiperatividade (TDAH), entre outras patologias.

Mas ainda existem diversos benefícios ao consumir fenilalanina através da ingestão de alimentos. Saiba mais sobre o assunto a seguir!

O que é fenilalanina?

No dicionário da língua brasileira Michaelis, fenilalanina é um aminoácido cristalino, precursor da adrenalina e da tiroxina, que faz parte de numerosas proteínas.

Para explicar melhor, conversamos com a nutricionista funcional e fitoterapeuta Adriana Stavro, especialista em doenças crônicas não transmissíveis. “Fenilalanina é um aminoácido aromático essencial em humanos, o que significa que precisa ser consumido por meio da alimentação”.

Isso porque o corpo não consegue produzir esse tipo de aminoácido natural de maneira endógena (origem interna). Portanto, a alimentação é a principal aliada.

Leia também: Maneiras de consumir proteína sem precisar comer carne

L-fenilalanina e D-fenilalanina: o que são?

Existem duas formas: L-fenilalanina e D-fenilalanina. Segundo Adriana, a forma L da fenilalanina é incorporada às proteínas, enquanto a forma D atua como um analgésico.

Portanto, as formas de fenilalanina apresentam funções biológicas distintas: a L-fenilalanina é utilizada pelo organismo como um precursor na síntese de neurotransmissores relacionados ao humor e ao prazer, já a D-fenilalanina está envolvida na regulagem da dor.

Para que serve?

O aminoácido desempenha um papel fundamental na biossíntese de outros aminoácidos: “Ele é importante na estrutura e na função de muitas proteínas e enzimas, é convertida em tirosina, usada na biossíntese dos neurotransmissores dopamina e norepinefrina”, ensina Stavro.

Sendo assim, ele serve para formar tirosina, uma substância que está diretamente relacionada à produção de importantes neurotransmissores, como a adrenalina, noradrenalina e dopamina.

Então, entenda melhor sobre os neurotransmissores que podem ser produzidos pela fenilalanina, formada pela tirosina:

  • Adrenalina: é um hormônio liberado quando o corpo é exposto a alguma situação de forte emoção;
  • Noradrenalina: é um hormônio capaz de transmitir sinais nervosos que ajudam a regular funções cerebrais importantes como humor, concentração, atenção e memória;
  • Dopamina: neurotransmissor responsável por levar informações para várias partes do corpo, inclusive o cérebro, liberando sensação de prazer e aumento da motivação.

Por isso, a especialista em doenças crônicas não transmissíveis, Adriana Stavro, informa que a fenilalanina serve para ser usada por quem sofre de depressão, transtorno de déficit de atenção, hiperatividade (TDAH), doença de Parkinson, dor crônica, osteoartrite, artrite reumatoide, sintomas de abstinência de álcool e vitiligo.

Leia também: Dieta da proteína: cardápio e como fazer para emagrecer

Alimentos e produtos que contém fenilalanina

Como já sabemos que o nosso corpo não consegue produzir a fenilalanina, então devemos recorrer à alimentação ou à suplementação para manter o bom funcionamento do nosso organismo.

A Dra. Adriana Stavro listou quais são os alimentos e produtos são ricos no composto:

  • Carne: boi, porco e cordeiro;
  • Aves: frango e peru;
  • Frutos do mar: salmão, atum, camarão e lagosta;
  • Ovos;
  • Laticínios: leite, queijo e iogurte;
  • Nozes: amêndoas, pistache, nozes, macadâmia, castanha de caju e nozes;
  • Sementes: abóbora, girassol e cânhamo (planta de Cannabis cultivada por suas sementes, fibras e caule);
  • Manteigas: nozes, amendoim, amêndoa e caju;
  • Leguminosas: lentilhas, ervilha, grão-de-bico, feijão preto e feijão vermelho;
  • Grãos integrais: quinoa, aveia, centeio, cevada e trigo;
  • Produtos de soja: tofu, edamame, suplementos proteicos e tempeh (alimento fermentado com a junção de grãos cozidos e o fungo Rhizopus);
  • Produtos dietéticos: refrigerante diet e sorvete sem açúcar, chicletes, balas e iogurtes feitos com aspartame (adoçante artificial).

Alimentos ou suplementos?

A nossa nutricionista consultada indica que uma das formas de ingerir fenilalanina é através da alimentação.

Porém, Adriana alerta sobre outra forma de ingerir esse aminoácido: “Quando usada para tratar doenças como depressão, vitiligo, problemas alcoólicos ou outras patologias, geralmente é suplementada, que deve ser monitorada por um médico ou nutricionista”, ressalta.

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Efeitos colaterais

É sempre importante saber quais os efeitos colaterais da ingestão de aminoácidos, porém, a fenilalanina não gera graves tipos de mal-estar.

De acordo com Adriana, em estudos de pesquisas, ela foi bem tolerada e causou poucos efeitos adversos como náusea, fadiga e alterações do sono.

Contudo, a nutricionista alerta que o consumo desse aminoácido não é indicado para pessoas que nascem com Fenilcetonúria, uma doença genética autossômica recessiva.

“Essa doença é causada por uma deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase, que normalmente converte a fenilalanina em tirosina. Desse modo, a falta desta enzima leva a um aumento da produção de fenilacetona — daí o nome da doença — e ao acúmulo de fenilalanina, resultando em níveis elevados no sangue e no cérebro, podendo levar a deficiência intelectual, danos cerebrais, convulsões e retardo mental”, explica Stravo.

A especialista explica que essa doença Fenilcetonúria deve ser tratada através de uma dieta livre de alimentos ricos em fenilalanina.

Tem fenilalanina no refrigerante?

É importante saber que existe fenilalanina no refrigerante diet. Portanto, pessoas que têm a doença de Fenilcetonúria precisam ler os rótulos das garrafas e não consumir esse tipo de bebida.

A doutora Adriana explica que sempre quando um produto é rotulado como “sem açúcar”, isso significa que ele contém um adoçante artificial no lugar do açúcar, também chamado aspartame — um aditivo alimentar utilizado para substituir o açúcar.

“Os ingredientes do aspartame são o ácido aspártico e a fenilalanina. Ambos são aminoácidos de ocorrência natural. O ácido aspártico é produzido pelo corpo e a fenilalanina é um aminoácido essencial obtido dos alimentos. Assim, o adoçante artificial aspartame contém fenilalanina sendo adicionado a muitos medicamentos, alimentos dietéticos e refrigerantes diet”, alerta Stravo.

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Fenilalanina emagrece?

Muitas pessoas que buscam ajuda no controle do peso acreditam que a ingestão de fenilalanina dá ao corpo a sensação de saciedade, inibindo o apetite natural e controlando a ingestão calórica para causar o emagrecimento.

Porém, apesar de opiniões contrárias por vários estudiosos, Adriana Stravo citou um estudo realizado em animais, apresentado na conferência anual da Society for Endocrinology em Bright, onde os pesquisadores descobriram que uma dose única da substância reduziu a ingestão de alimentos, aumentando os níveis de GLP-1 e diminuindo os níveis de grelina (hormônio que aumenta a fome).

Portanto, ainda não podemos dizer que a fenilalanina emagrece, mas há estudos sendo desenvolvidos e os resultados apresentados estão aumentando as chances desse aminoácido causar a perda de peso. Vamos aguardar os resultados dessas pesquisas!

Fonte: Adriana Stavro, nutricionista funcional e fitoterapeuta, especialista em doenças crônicas não transmissíveis.

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