Caroços na pele: o que são, sintomas, tratamentos e causas
- 1. O que são caroços na pele?
- 2. Diagnóstico dos caroços na pele
- 3. Causas dos caroços na pele
- 4. Tipos de caroços na pele
- 5. Sintomas dos caroços na pele
- 6. É possível evitar o surgimento dos caroços na pele?
- 7. Tratamentos para os caroços na pele
- 8. Medicamentos para caroços na pele
- 9. Quando se preocupar com um caroço?
O surgimento de caroços na pele deve causar preocupação? Qual a causa do aparecimento e como realizar tratamentos para tratar esse problema? Para responder essas e outras perguntas, neste post, vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre a questão, que atinge algumas pessoas ao longo da vida. Confira a seguir!
O que são caroços na pele?
Para explicar o que são caroços na pele, nós conversamos com um dermatologista e um oncologista que entendem do assunto.
O Dr Luann Lôbo, dermatologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explicou que caroços na pele, tecnicamente, podem ser nódulos, tumores ou pápulas.
“Essas lesões elementares de pele podem corresponder a diversas patologias distintas, como reações de hipersensibilidade, neoplasias (tanto benignas quanto malignas), infecções, entre outras”, informa o especialista.
Além disso, segundo o dermatologista, dependendo da origem, os sintomas provocados pelos caroços variam. “As lesões podem ser completamente assintomáticas ou podem gerar alguns sintomas, como dor ou prurido (vontade de coçar)”, complementa.
Diagnóstico dos caroços na pele
Ao notar o aparecimento de caroços na pele sem explicação aparente, o recomendado é procurar ajuda médica de um dermatologista.
O Dr Luann Lôbo informa como é feito o diagnóstico. “O exame e a avaliação clínica são imprescindíveis para guiar as hipóteses diagnósticas.”
Se necessário, o dermatologista comenta que a realização de exames de imagem (como ultrassonografia), exames de sangue, culturas e biópsias são alguns métodos complementares que podem ajudar a desvendar o caso.
Causas dos caroços na pele
Para explicar as causas do surgimento de caroços na pele, tiramos todas as dúvidas com o oncologista da Pro Onco – Oncoclínicas de Londrina, Dr Renato Furoni.
O especialista explica que os caroços na pele possuem inúmeras causas, desde situações benignas e mais simples até lesões neoplásicas — que podem ser tumores benignos ou malignos.
“Uma das causas mais comuns de caroços na pele são as picadas de insetos. Nesse caso, geralmente acompanhadas de vermelhidão, prurido e de evolução transitória, isto é, regredido em poucos dias”, comenta o oncologista.
Além disso, em alguns casos, essas picadas de inseto ou esses pequenos cortes na pele, quando associados a infecções secundárias por bactérias, podem evoluir para a formação de abscessos. Eles são formações císticas, ou seja, com conteúdo líquido, um resultado do acúmulo de pus em seu interior. A formação de um furúnculo ocorre de forma similar.
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Tipos de caroços na pele
O surgimento de um caroço na pele pode gerar muitas dúvidas, por isso, o Dr Renato Furoni ensina quais são os tipos de caroços que podem surgir na nossa pele. Veja a seguir:
Cistos cutâneos
Essa é uma condição que engloba cistos de várias causas, sempre benignas, e são classificadas de acordo com as suas histologia (formação tecidual originária) e localização.
Normalmente, a lesão cística possui uma consistência mais firme, de aparência globosa (redonda) e com limites regulares. Além disso, é móvel à manipulação, indolor e com tamanhos que pode variar de milímetros a centímetros.
A causa mais comum de cisto cutâneo é o cisto sebáceo, também chamado cisto de inclusão epidérmica, e normalmente se desenvolve a partir de um trauma ou pelo bloqueio de glândulas na pele.
Lipoma
Lipoma é um tumor benigno que se apresenta como uma protuberância de gordura localizada, geralmente entre a pele e a primeira camada de músculo.
É indolor e facilmente mobilizado quando pressionado. Uma das possíveis causas relacionadas ao surgimento do lipoma é um trauma local prévio.
Verruga
A verruga também é um tumor benigno caracterizado por uma proliferação anormal e acelerada da camada mais externa da pele, a epiderme, após a infecção cutânea pelo papiloma vírus humano (HPV). Existem vários tipos de verrugas que podem ter aspectos diferentes e irregulares.
Calos
São áreas de espessamento cutâneo causadas por atrito e/ou pressão prolongados sobre um determinado ponto da pele.
Linfonodomegalias
Alguns tipos de caroços ou nódulos na pele podem ser causados pela alteração dos linfonodos. Nesse grupo, basicamente encontram-se as chamadas linfonodomegalias.
Os linfonodos são estruturas normais do nosso organismo que estão difusamente distribuídos pelo corpo, geralmente não sendo palpáveis em condições normais. Eles possuem papéis importantes nos mecanismos de defesa e drenagem de líquidos, evitando a formação de inchaços (drenagem linfática).
Entretanto, em algumas situações, esses linfonodos podem aumentar de tamanho. O que gera, então, a linfonodomegalia. Nesse caso, o linfonodo pode ser percebido ao tocarmos o local com uma certa pressão.
- Linfonodomegalias benignas
As linfonodomegalias benignas (ou reacionais) são aquelas quase sempre relacionadas a processos inflamatórios ou infecciosos como amigdalites, caxumba ou até mesmo foliculites (inflamaõeso com ou sem infecção do folículo de um pelo).
Esses caroços costumam ser móveis, mais dolorosos e de consistência mais amolecida.
- Linfonodomegalias malignas
Por outro lado, as linfonodomegalias de causas malignas podem ser sintomas de câncer — seja ele do próprio sistema linfático, um linfoma ou uma metástase linfonodal (isto é, originada em outro local do corpo).
Por sua vez, esse tipo de linfonodomegalia tende a se apresentar com características um pouco distintas dos demais. Lesões fixas, de consistência pétrea ou endurecida e geralmente indolores são os principais sinais.
Câncer de pele
De acordo com o Dr Renato Furoni, infelizmente, alguns caroços na pele podem significiar algum tipo de câncer de pele. “Essa doença engloba de forma genérica um grupo de diversos tumores malignos, com aparência, evolução e prognósticos distintos”, acrescenta.
O oncologista da Pro Onco comenta que existem dois grandes grupos: “câncer de pele não-melanoma e melanoma cutâneo, esse último mais agressivo e de difícil prognóstico, porém, felizmente menos comum que o primeiro grupo”, lembra.
Além disso, os carcinomas do tipo não-melanoma geralmente geram lesões fiáveis, ou seja, que sangram facilmente, possuem aspecto áspero e que não cicatrizam.
Já o melanoma, na grande maioria das vezes, apresenta pintas acastanhadas ou enegrecidas, que podem aumentar de tamanho rapidamente, mudar de cor e apresentar bordas irregulares e assimétricas sem necessariamente causarem alguma protuberância ou caroço na pele.
“Habitualmente, quando o melanoma evolui com lesões nodulares palpáveis, estamos diante de uma doença já em fase mais avançada”, ressalta o especialista.
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Sintomas dos caroços na pele
Os principais sintomas dos caroços na pele, como dito anteriormente pelo Dr Renato Furoni, podem ser muito distintos.
“Podem ser formas assintomáticas, ou seja, caroços pequenos, com ou sem prurido e de evolução transitória (regressão espontânea); lesões maiores, dolorosas, móveis, com calor local denotando inflamação; ou, então, lesões endurecidas e aderidas (que não se mexem), podendo denotar indícios de malignidade”, diferencia o oncologista.
É possível evitar o surgimento dos caroços na pele?
De acordo com o nosso especialista consultado, é possível. “A maioria dos caroços de pele pode ser evitado com cuidados básicos diários como boa higiene, hidratação, uso regular de protetor solar, cuidado com a exposição solar excessiva e evitar produtos e procedimentos nocivos”, recomenda.
Tratamentos para os caroços na pele
O tratamento depende exclusivamente da etiologia, ou seja, da causa do caroço na pele, segundo o Dr Renato Furoni. “No caso dos lipomas e das verrugas, desde que não causem incômodos físico e/ou estético ao paciente, pode ser que nenhum tratamento seja necessário”, tranquiliza.
No entanto, caso haja alguma forma de incômodo, o oncologista informa que os caroços na pele podem ser submetidos a procedimentos estéticos de retirada.
“Já em um paciente com um abscesso ou furúnculo, podem ser necessário o uso de antibióticos e/ou anti-inflamatórios ou um procedimento de drenagem cirúrgica. No caso de um linfoma, na maioria das vezes, é necessário um tratamento quimioterápico. Em pacientes com câncer de pele, o paciente pode ser submetido à cirurgia”, diz o especialista.
Medicamentos para caroços na pele
O Dr Renato Furoni comenta que existem medicamentos para caroços na pele. Mas as recomendações dependem da etiologia da questão. Desse modo, em caso de um caroço resultante de uma picada de inseto, anti-histamínicos e anti-inflamatórios podem ser úteis.
“Cremes de ureia também costumam ser eficazes para calosidades. Entretanto, em relação aos caroços de causas oncológicas, é necessário tratamento específico”, acrescenta o oncologista.
Quando se preocupar com um caroço?
Quando se preocupar com um caroço? Um caroço pode ser câncer? A recomendação do especialista consultado é procurar o médico se surgirem sintomas como vermelhidão, dor ou calor locais.
“Esses sinais tendem a ser relacionados a causas benignas, assim como aqueles de consistência amolecida e móveis”, acalma o especialista da Pro Onco.
Entretanto, o oncologista ressalta que as lesões endurecidas, fixas (que não se movem), habitualmente indolores e que apresentam aumento progressivo podem indicar malignidade.
“De forma geral, frente a um caroço que não diminui de tamanho ou não desaparece entre 10 e 14 dias ou, em caso de dúvidas, é fundamental a avaliação médica. Principalmente quando se trata de um caroço endurecido, fixo, indolor ou com aumento progressivo de tamanho, além daquelas lesões cutâneas friáveis, de aspecto áspero e que não cicatrizam”, finaliza o oncologista.
Fonte: Dr Luann Lôbo, dermatologista, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e também da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD); e Dr Renato Furoni, oncologista da Pro Onco – Oncoclínicas de Londrina.