Toxoplasmose na gravidez: Conheça os sintomas e como tratar

Gravidez e maternidade Saúde
22 de Setembro, 2021
Toxoplasmose na gravidez: Conheça os sintomas e como tratar

A toxoplasmose é uma doença parasitária causada pelo Toxoplasma gondii e contraída pelo consumo de água e alimentos contaminados, como frutas, carnes e derivados mal cozidos ou crus. Os animais — galinhas, porcos e cordeiros, por exemplo — são infectados da mesma forma que os humanos, sobretudo por meio da água. Outra forma de ter a toxoplasmose é ingerir frutos do mar, como mexilhões, ostras e moluscos crus, pois podem vir de uma fonte de água contaminada. Além disso, a toxoplasmose pode trazer sérios riscos à saúde do bebê na gravidez. Entenda:

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Gatos e toxoplasmose: Devo me preocupar se tiver um bichano?

A resposta é não — e você não precisa se livrar do seu pet, como muitas pessoas fazem por falta de conhecimento. Embora os gatos contraiam, sim, o parasita, eles se tornam os hospedeiros definitivos. Isto é, não transmitem o parasita para os seres humanos e outros animais.

No entanto, é preciso ter atenção a uma fase específica de contaminação do felino: na primeira vez que o animal contrai o Toxoplasma gondii, ele elimina nas fezes os oocistos, que são os ovos do parasita, durante algumas semanas. Passado esse período, acaba-se o risco de transmissão.

Em caso de gatos domésticos, que vivem em um ambiente controlado, não saem de casa e se alimentam apenas de ração, a chance de contrair o parasita é pequena. Contudo, é preciso ter cuidado caso haja suspeita de toxoplasmose no seu bichano. Os principais sintomas no animal são falta de apetite, apatia e dificuldade para enxergar. Desse modo, ao primeiro sinal de mudança de comportamento, leve seu gato para o veterinário e evite contato com a caixa de areia do animal.

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Toxoplasmose e gravidez

Agora que você já sabe a forma de transmissão da toxoplasmose, certamente sua principal dúvida está relacionada ao risco para a gestação. A resposta é: depende. Geralmente a toxoplasmose é adquirida na infância e na adolescência, e os sintomas são bem leves: febre, cansaço, dificuldade em enxergar e dor muscular. Algumas pessoas são assintomáticas, então sequer percebem que foram contaminadas.

No pré-natal, é possível descobrir se o parasita está no organismo. Chamado de sorologia da toxoplasmose, o exame é feito pela coleta de sangue, que avalia o IgG e o IgM. Se o IgG estiver positivo, é sinal de que a gestante já contraiu o parasita — o que significa que ela é imune à doença.

Se acusar negativo, por outro lado, o exame será feito com frequência para acompanhar os riscos da infecção durante a gravidez. No caso de IgM positivo, é possível que a gestante tenha contraído toxoplasmose recentemente. Caso esteja na fase inicial da gravidez, pode ser feito um teste complementar para estimar o período de contaminação, pois pode ser anterior ao início da gravidez.

Porém, se a gestante nunca contraiu o parasita e isso ocorre durante a gravidez, é preciso se preocupar e recorrer ao tratamento precoce. As sequelas podem ser o parto prematuro, deficiência visual, macro ou microcefalia, surdez, convulsões e deficiência mental. Esse risco é maior quando a toxoplasmose é adquirida no início da gestação, sobretudo no primeiro trimestre, que é a fase mais delicada do desenvolvimento do bebê.

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Sintomas da toxoplasmose na gravidez

São os mesmos da toxoplasmose contraída em qualquer outro estágio da vida: febre, dor muscular, cansaço e falta de apetite. Algumas pessoas, gestantes ou não, podem ainda sentir dor de garganta acompanhada do aumento dos gânglios da região. Todos esses sintomas merecem atenção e visita ao médico, que prescreverá o tratamento adequado de acordo com o momento da gestação, geralmente realizado com antibióticos.

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Aprenda a se prevenir

  • Beba apenas água filtrada;
  • Evite consumir alimentos crus, principalmente frutos do mar e carnes;
  • Higienize frutas e verduras antes de se alimentar;
  • Cozinhe bem carnes e evite o preparo mal passado;
  • Ao manusear carne crua, lave as mãos imediatamente após prepará-la para não tocá-las na boca e nos olhos;
  • Lave bem os utensílios após o corte de carnes e outros alimentos.

Fonte: Adriana de Góes, mestre em Ginecologia Obstetrícia e Doutora na área de Tocoginecologia, pela Unicamp. Faz parte da Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, da Sociedade Americana de Imunologia da Reprodução e da Sociedade Americana e Europeia de Reprodução Assistida. Site: https://adrianadegoes.med.br/ Instagram: https://www.instagram.com/dra.adrianag/ CRM: CRM-SP 96001

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