Estresse pós-traumático é mais comum em sobreviventes da Covid-19

Bem-estar Equilíbrio
14 de Setembro, 2021
Estresse pós-traumático é mais comum em sobreviventes da Covid-19

Desde o início da pandemia, os cientistas vêm estudando as consequências causadas pelo coronavírus – tanto para a saúde mental quanto física. Recentemente, um estudo chinês publicado no periódico científico Neurobiology of Stress descobriu que o estresse pós-traumático é comum entre os sobreviventes da Covid-19.

A pesquisa contou com 50 indivíduos que contraíram o coronavírus entre fevereiro e março de 2020 em Wuhan, na China. Cerca de seis meses após saírem do hospital, eles passaram por exames de ressonância magnética cerebral e por uma análise do bem-estar emocional. Em seguida, foram comparados com 43 voluntários que não tiveram Covid-19.

Dessa maneira, os pesquisadores investigaram o estado emocional e o cérebro de pacientes que tiveram Covid-19 no passado. Assim, ao analisar os resultados, eles observaram um aumento significativo de estresse pós-traumático e padrões anormais de conectividade cerebral. Além disso, também foi detectado alterações nas funções sensoriais e motoras.

De acordo com psiquiatra Michel Haddad, do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o trabalho é importante por mostrar que essa doença seria capaz de provocar estresse pós-traumático — e que isso teria a ver inclusive com mudanças cerebrais. No entanto, ele destaca que a pesquisa possui um número pequeno de voluntários, e que todos vinham de um mesmo local. 

Problemas graves de saúde realmente podem impactar o bem-estar mental. “Pessoas que permaneceram muito tempo em terapias intensivas ou que tiveram grande risco de morrer desenvolvem estresse pós-traumático com maior intensidade”, afirma Rodrigo Leite, psiquiatra pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo.

Leia também: Perda cognitiva é uma das sequelas da Covid-19, diz estudo

Como reconhecer o estresse pós-traumático

O estresse pós-traumático costuma aparecer semanas ou mesmo meses após o evento que causou o trauma. Sendo assim, o indivíduo fica em um constante estado de alerta e revive na sua cabeça os fatos que o marcaram.

Sintomas como alterações do sono, irritabilidade, falta de apetite e consumos de drogas e bebidas alcoólicas costumam ser os primeiros a aparecer. Ansiedade, síndrome do pânico, depressão e outros transtornos psiquiátricos também podem surgir, principalmente em situações mais graves.

O estresse pós-traumático é subdividido em agudo, quando dura de um a três meses depois do evento; ou crônico, se persiste por mais de 3 meses. “Em alguns casos, ele começa mais de seis meses após o trauma”, informa Haddad, que também é presidente do Grupo de Estudos Psiquiátricos do Hospital do Servidor Público Estadual. Segundo ele, o quadro pode surgir de maneira isolada, ou — o que é mais comum — vir acompanhado de outros sintomas e transtornos psiquiátricos.

Diante da condição, o ideal é procurar ajuda de profissionais especializados. “É importante saber o que a pessoa está passando para lidar com a situação”, afirma Haddad.

O uso de medicamentos e sessões de psicoterapia podem ajudar a minimizar os efeitos do estresse pós-traumático, inclusive no contexto da Covid-19. Ademais, a prática de atividades físicas e uma dieta balanceada são essenciais durante o tratamento.

(Fonte: Agência Einstein)

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