10 mitos e verdades sobre o parto

Gravidez e maternidade Saúde
25 de Junho, 2021
10 mitos e verdades sobre o parto

O nascimento de uma criança é um acontecimento que proporciona muitas transformações, mas também gera algumas incertezas — o que é completamente normal. Seja com parto normal, humanizado, natural ou uma cesárea, é muito importante que a futura mamãe saiba o que é realmente verdade e o que não passa de mito quando se trata da hora tão esperada.

Pensando nisso, a médica ginecologista e obstetra Mariana Lima, do Hospital Anchieta de Brasília, listou 10 perguntas que ela mais escuta no consultório. Confira, então, a seguir:

Mitos e verdades sobre o parto normal, natural ou cesárea

1 – O “pique” é sempre necessário

MITO. O procedimento conhecido como pique é, na verdade, a episiotomia. Ele consiste em um corte na vagina feito pelo médico para facilitar a passagem do bebê. Antes, ele era realizado rotineiramente.

Mas estudos já comprovaram que o corte não é necessário. “O que pode acontecer durante a passagem do bebê pelo canal vaginal são as lacerações perineais, ou seja, rompimentos espontâneos da vagina ou do ânus”, explica a especialista.

2 – Parto normal ou cesárea: o segundo sangra mais

VERDADE. Em um parto vaginal, a mulher perde cerca de 500 ml de sangue. No cesariano, por outro lado, esse volume dobra. “Além disso, por se tratar de uma cirurgia, há o risco de lesões operatórias, que podem aumentar essa perda sanguínea”, diz.

3 – Romper a bolsa antes de entrar em trabalho de parto é sinônimo de cesariana

MITO. Quando a bolsa se rompe espontaneamente depois de 20 semanas de gestação, mas antes de 37, o quadro leva o nome de rotura prematura — e geralmente ocorre em aproximadamente 10% das grávidas.

A conduta pode variar conforme a idade gestacional e o estado clínico da paciente. Normalmente, quando isso acontece antes das 34 semanas, a mamãe precisa ser internada e o bebê acompanhado por médicos. Por outro lado, se a rotura for após esse período, é possível fazer o parto normal induzido.

“Bolsa rompida antes do trabalho de parto não é indicação absoluta de cesariana, cada caso deve ser avaliado com cuidado.”

4 – Posso escolher a data do meu parto

VERDADE. A gestante pode escolher entre parto normal ou cesárea. No segundo caso, ela também consegue decidir qual a melhor data para o nascimento com o seu obstetra. “O Conselho Federal de Medicina permite ao médico atender a vontade da paciente, desde que ela tenha completado 39 semanas. A medida visa reduzir o número de nascimentos prematuros.”

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5 – Se o cordão está enrolado no pescoço do bebê, é preciso uma cesárea

MITO. O cordão umbilical é uma estrutura composta de duas artérias e uma veia, e pode chegar a até 50 cm. Ele garante as trocas de nutrientes e oxigênio entre o feto e a placenta.

Por ser gelatinoso e móvel, durante os movimentos dentro da barriga, o bebê pode se enrolar e até prender o cordão no pescoço. Mas a situação é mais comum do que parece, e os exames de ultrassom raramente conseguem diagnosticá-la.

Muita gente acha que isso pode sufocar a criança. “Porém, a respiração fetal é feita pelo cordão. Portanto, o bebê não vai se asfixiar. Ele pode nascer de parto normal, inclusive com mais de uma circular de cordão envolta no pescoço.”

6 – O ideal é depilar a virilha antes do parto normal ou cesárea

MITO. Antigamente, quando as pacientes chegavam ao hospital sem a depilação íntima, a equipe médica ou de enfermagem já fazia a retirada dos pelos, procedimento chamado tricotomia.

Contudo, a médica afirma que a prática não apresenta nenhum benefício. Na verdade, ela pode até aumentar as chances de infecção ou de foliculite (famosos pelos encravados). “Hoje em dia, a mulher tem a liberdade de escolher se deseja ou não. O médico, por sua vez, não pode decidir por ela”, diz Mariana.

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7 – A analgesia de parto é feita apenas com remédios

MITO. Existem duas formas de analgesia, estratégia que visa interromper ou diminuir as dores: com medidas farmacológicas (remédios) ou, então, não farmacológicas.

Dentre as medidas não farmacológicas, há massagens com óleos essenciais, cromoterapia, aromaterapia, banho na água morna (tanto no chuveiro quanto na banheira), exercícios na bola suíça, acupuntura e escolha da melhor posição para parir.

Além disso, se essas medidas não funcionarem, entra em ação a analgesia farmacológica (peridural, raquianestesia ou uma combinação das duas).

8 – Parto normal deixa a vagina larga

MITO. Por ser um órgão muscular, a vagina é capaz de esticar e até dobrar de largua durante relações sexuais e, é claro, quando o bebê precisa passar. No entanto, nos primeiros três meses após o nascimento, ela volta ao seu tamanho original.

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9 – Posso comer em trabalho de parto (normal)

VERDADE. Antigamente, quando as mães davam entrada no hospital para terem as crianças de parto natural, elas deixavam de se alimentar normalmente e recebiam soro glicosado na veia.

Com a evolução da medicina e dos estudos científicos, essa prática já caiu. “A paciente pode comer o que quiser durante o trabalho de parto normal, desde líquidos a refeições completas. Portanto, é proibido deixar a paciente sem comer durante o trabalho de parto. O jejum de 6h a 8h é exigido apenas nos casos de cesariana”, explica a médica.

10 – Uma equipe multiprofissional é importante para parto normal ou cesárea

VERDADE. É importante começar a se preparar para o parto já durante a gravidez, principalmente o normal. A fisioterapia pélvica, por exemplo, é indicada a partir da 20ª semana, pois auxilia na preparação da musculatura do períneo e reduz o risco de lacerações. Já a doula pode contribuir para o controle emocional e para as medidas não farmacológicas da dor, juntamente com a enfermeira obstetra.

Sobre o autor

Amanda Panteri
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em alimentação saudável.

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