Entenda os perigos do efeito sanfona, vivido pelo ator de “Stranger Things”
Logo que o mês de julho chegou, os fãs de “Stranger Things” ficaram vidrados com a segunda parte da quarta temporada da série. Entre os atores que voltaram a ganhar destaque, principalmente pela entrega à produção, está David Harbour, quem dá vida à Jim Hopper, pai de Eleven. Para interpretá-lo, o artista eliminou 34 quilos (de 120 kg para 86 kg) com treinos intensos e alimentação regrada. No entanto, agora, David vive os perigos do efeito sanfona.
Isso porque depois de gravar a quarta temporada de “Stranger Things”, ele foi chamado para encenar um papai noel em um filme que estreia no fim de 2022. Assim, ele precisou engordar novamente. Todavia, com o anúncio da quinta parte da série, David está lutando para emagrecer mais uma vez.
Embora as transformações vividas pelo ator façam parte da sua trajetória como artista, o ato de ganhar e perder peso consecutivas vezes tende a ser prejudicial para a saúde diante de diferentes perspectivas.
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Por que o efeito sanfona acontece?
Antes de entender as consequências do efeito sanfona, é preciso ter consciência do porquê ela ocorre. De acordo com a Associação Brasileira para o Estudo de Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), ele acontece pela soma de dois fatores.
A pessoa costuma adotar métodos para emagrecer que são difíceis de serem mantidos a longo prazo, como dietas restritivas. Além de praticar exercícios físicos como se eles fossem uma punição e em uma quantidade que chega a causar esgotamento físico e mental.
Além da parte comportamental, o físico também influencia nessa ida e vinda do peso. Em suma, o organismo passa a ir contra a eliminação dos quilos com o intuito de estocar gordura e, consequentemente, energia. Isso ocorre devido ao instinto de sobrevivência presente no ser humano contra a escassez de comida.
“A reação de preservar nossa vida faz com que a fome aumente e o gasto de energia diminua. Assim, a pessoa tende a recuperar o que perdeu ou preservar o peso para se manter vivo”, explica o endocrinologista Thiago Fraga Napoli, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo – SBEM-SP.
Ainda de acordo com o especialista, essa dificuldade em perder o peso ocorre porque, caso a pessoa tenha engordado e permanecido no sobrepeso por um longo período, o hipotálamo grava esse valor no cérebro. Assim, quando o organismo tenta se regular no processo, ele costuma voltar para esse número alto.
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Os perigos do efeito sanfona
Com a consciência das causas do efeito sanfona, o próximo passo é entender quais são as consequências de ganhar e perder peso consecutivas vezes. A princípio, essa mudança na balança leva ao desiquilíbrio de hormônios como a insulina e leptina. Em suma, eles são importantes para o controle neural do comportamento alimentar.
Sabe-se também que o efeito sanfona faz com que a composição corporal piore. Em outras palavras, a pessoa tende a acumular massa gorda e perder a magra entre as idas e vindas dos quilos a mais. Esse processo, inclusive, faz com que a pessoa viva períodos de estímulos inflamatórios intermitentes quando há o consumo excessivo de calorias.
Assim, os riscos de problemas cardiovasculares são maiores. “Além disso, por se viver grandes períodos acima do peso, aumentam-se os riscos de carga de peso nas articulações, apneia do sono, hipertensão e diabetes”, destaca Dr. Thiago.
A saúde também pode ficar comprometida nesse movimento de altos e baixos, sendo gatilho para o surgimento de problemas psicológicos como ansiedade e depressão.
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Como contornar os perigos do efeito sanfona?
Quando o organismo percebe a diminuição do estoque de energia no processo de emagrecimento, ele vai tentar reverter a situação. Assim, a primeira a orientação do endocrinologista, para contornar o efeito sanfona, é se alimentar corretamente para que a fome seja controlada.
Junto a isso, entra a prática de exercícios físicos para rebater o gasto de energia reduzido associada a musculação para garantir a massa muscular e continuar tendo o metabolismo. “Inclusive, se a pessoa perdeu peso e usou medicação, a tendência é mantê-la a longo prazo porque essa questão de reganho aparentemente é eterna”, completa Dr. Thiago.
Por fim, ele também reforça que a ida regular a um especialista faz parte do tratamento do efeito sanfona. “Quando se faz a consulta médica, a pessoa está renovando, para si mesmo, um voto de manutenção dos hábitos de vida”, destaca o especialista.
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Fonte: Dr. Thiago Fraga Napoli, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo – SBEM-SP.
Referências:
Associação Brasileira para o Estudo de Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO)