Síndrome dos Ovários Policísticos: quem tem pode engravidar?

Saúde
21 de Setembro, 2022
Síndrome dos Ovários Policísticos: quem tem pode engravidar?

Muitas mulheres apresentam dificuldade para engravidar e, por isso, acabam acreditando que não serão mães. Contudo, boa parte dos casos é apenas uma questão de disfunção hormonal que, se não investigada, fica invisível por muito tempo. A chamada Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), por exemplo, dificulta a gravidez, mas não impede o sonho da maternidade. Saiba mais:

Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) e infertilidade

De acordo com o ginecologista Marcos Sampaio, a infertilidade é um problema recorrente na população mundial e pode ser causada por diversos fatores. Um deles está relacionado à Síndrome dos Ovários Policísticos, que afeta cerca de 20% das mulheres em idade reprodutiva.

“Essa disfunção hormonal leva a uma não ovulação mensal, que se torna crônica. Nesse caso, não existe o crescimento de folículos, não há produção dos hormônios estrogênio e progesterona e, consequentemente, não há menstruação. Desse modo, a fecundação não ocorre”, explica.

Leia também: Síndrome dos Ovários Policísticos: Melhores exercícios físicos

Principais sintomas

Para o ginecologista, o grau de intensidade dos sintomas é diferente em cada mulher. “Quando mais graves, tendem a comprometer a qualidade de vida das pacientes e interferem na autoestima. Assim, resultando muitas vezes em transtornos emocionais, como ansiedade e depressão. No entanto, tudo isso pode ser controlado e a fertilidade restaurada. O diagnóstico precoce contribui para garantir maior eficácia no tratamento”, acrescenta.

É importante lembrar que um único sintoma não é suficiente para diagnosticar a doença.

Causas

A SOP pode surgir logo após a primeira menstruação ou tardiamente, em resposta a algum gatilho hormonal relacionado com aumento da insulina ou ganho de peso. Por exemplo: excesso de produção de insulina pelo pâncreas, problemas nas glândulas hipotálamo, hipófise e adrenais. A idade média da condição está entre 30 a 40 anos.

Embora a medicina não tenha um consenso sobre as causas da doença, nota-se que ela ocorre em maior frequência quando já há um caso anterior na família. A obesidade também está ligada às possíveis causas.

Como descobrir se tenho Síndrome dos Ovários Policísticos?

Para o diagnóstico da Síndrome dos Ovários Policísticos, o ginecologista analisa todos os sintomas e pede exames que avaliam os níveis dos hormônios FSH, LH e prolactina.

Além disso, a ultrassonografia é indicada para verificar se há indícios de aumento do volume ovariano. Então, podem ser detectados folículos que não se desenvolveram. Por isso o termo “ovários policísticos”.

Leia também: Envelhecimento ovariano: Por que a fertilidade feminina diminui com o passar do tempo?

Complicações e grupos de risco

Os grupos de riscos da SOP são compostos por pessoas acima do peso, com glicemia, hipertensão e também colesterol alto.

Quem convive com a síndrome dos ovários policísticos acaba tendo mais chances de desenvolver diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e câncer do endométrio, já que o hiper-estrogênio (excesso deste hormônio) é uma das características da síndrome.

Tratamento

O tratamento da SOP é feito com medicamentos eficazes. Dessa forma, não há necessidade de procedimentos mais invasivos, como cirurgias. Para quem tem a condição e quer ser mãe, o tratamento indicado é a indução da ovulação. No entanto, caso uma biópsia seja solicitada, amostras do tecido uterino são analisadas, podendo identificar lesões pré-neoplásicas ou câncer.

Para quem não deseja ter um bebê e busca a regulação do fluxo menstrual, adotam-se as pílulas anticoncepcionais com o intuito de equilibrar as disfunções hormonais. Ademais, atividades físicas e dieta balanceada são indicadas em todos os casos.

Prevenção

Como as causas são desconhecidas, não é possível se prevenir completamente da SOP. Entretanto, manter uma alimentação e vida saudáveis colaboram para que a síndrome fique controlada e normalizada.

Profissionais envolvidos no tratamento

Ginecologista: médico responsável desde o diagnóstico até o tratamento. Ele pode solicitar exames como os de sangue e ultrassonografia com ou sem doppler, para analisar melhor a condição de cada mulher. É preciso acompanhar o desenvolvimento dos ovários policísticos. Então, a consulta com o ginecologista deve acontecer ao menos uma vez no ano. Em casos de SOP, a visita deve ser mais frequente.

Nutricionista: como a dieta saudável é parte importante do tratamento, buscar por um nutricionista é sempre bom. O profissional deve montar um cardápio personalizado para o seu diagnóstico.

Educador físico: o profissional de Educação Física irá montar um treino ou acompanhar cada paciente na rotina de exercícios. De acordo com o diagnóstico, ele irá avaliar a intensidade em que as atividades físicas devem ser feitas sem oferecer riscos.

Perguntas frequentes sobre a síndrome dos ovários policísticos

A SOP tem cura?

Não. A doença é crônica e não tem cura. Entretanto, atualmente existem diversos métodos simples e acessíveis para controlar os sintomas causados pela SOP. Sendo assim, é possível viver normalmente com a condição.

É preciso, necessariamente, tratar com anticoncepcional?

O método de tratamento depende muito de cada caso. Por isso, é importante avaliar bem com o seu ginecologista. A forma mais comum é, sim, tratar a SOP com o anticoncepcional. Porém, se não for possível, outros meios devem ser buscados pelo profissional.

Dieta e exercícios físicos para a Síndrome dos Ovários Policísticos

Manter hábitos saudáveis é extremamente importante para que o diagnóstico evolua de maneira positiva. Portanto, a dica é manter o equilíbrio. Por exemplo, a dieta low carb funciona para quem convive com a condição. Neste caso, se observa a quantidade de gordura saturada e sódio presente nas comidas.

Mas isso não precisa acontecer somente na dieta. Se a paciente opta por não aderir, ela pode diminuir a gordura e sódio no seu cardápio diário. Também preciso evitar o consumo de alimentos ultraprocessados. Que tal apostar nas gorduras boas? Como o abacate, coco, azeite, castanhas e gorduras vegetais, sempre com moderação.

Se manter em movimento ajuda a aumentar a massa magra e diminuir a gordura do organismo. Assim, melhora a disposição e pode reduzir o risco de doenças ligadas à condição. Sendo assim, para as atividades físicas opte pela caminhada, natação, hidroginástica e HIIT.

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Fonte: Marcos Sampaio, ginecologista pela Universidade Federal da Bahia e diplomado em Fertilização in Vitro e investigação biomédica pela Faculdade de Medicina de Valência, na Espanha. Doutor em Ginecologia e Obstetrícia, pós-doutor em Embriologia e Fertilização In Vitro pela Universidade de Melbourne, na Austrália. Atualmente é Médico e Diretor do Centro de Medicina Reprodutiva — Clínica Origen.

Referências: Biblioteca Virtual em Saúde; Sociedade Brasileira de Patologia.

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