Padrão alimentar: descubra o seu e veja como ele pode atrapalhar a perda de peso

Algumas pessoas se dão bem com o jejum intermitente. Já outras preferem a dieta low carb. Há aquelas, ainda, que não conseguem se adaptar a nenhuma delas, e preferem um cardápio mais natural, mas sem restrições. A verdade é que não existe receita mágica e global: para definir a melhor estratégia para emagrecer, é preciso levar em conta algumas características individuais. Uma delas é o chamado padrão alimentar.

Será que você é um típico beliscador, ou alguém que desconta emoções na comida? Descubra:

O que é padrão alimentar?

“É um dos itens que mais importam na história pessoal de cada um”, diz Paula Pires, endocrinologista e metabologista pela USP. Ao termos consciência do nosso padrão alimentar, somos capazes de identificar quais momentos ou situações nos levam aos excessos, assim como quais tipos de alimentos são verdadeiros gatilhos para nós.

“Traçar esse perfil ajuda a determinar o melhor plano alimentar e o melhor tratamento medicamentoso, se ele for necessário”, detalha a médica.

Leia também: Melhores alimentos para aliviar a cólica menstrual

Tipos de padrão alimentar

Hiperfágico prandial

É aquela pessoa que geralmente não come fora dos horários estipulados, mas que na hora da refeição, ingere uma quantidade calórica exagerada. Desse modo, os pratos são grandes e volumosos.

Beliscador

Come pequenas porções ao longo do dia, várias vezes ao dia. As porções não são tão grandes, o que leva a pessoa a achar que não come muito e que não sente fome. Assim, ela dificilmente tem noção de quantas calorias ingere diariamente. Às vezes, guarda alimentos na bolsa, nas gavetas do escritório e no carro, belisca enquanto cozinha e passa a tarde toda mastigando.

Padrão alimentar caótico

O indivíduo com um padrão alimentar caótico come ora de forma hiperfágica, ora de forma beliscadora. Não é incomum, então, que fique em jejum por períodos longos, sem se preocupar com os horários das refeições.

Além disso, não há organização ou preocupação com relação aos hábitos alimentares, muitas vezes não lembrando o que comeu no dia anterior.

Sofisticado

Nesse caso, a pessoa até estipula horários para se alimentar e prioriza alimentos saudáveis, mas exagera nas calorias justamente por elaborar demais o prato — ou seja, adicionar várias fontes de proteínas, de carboidratos e de gorduras saudáveis de uma só vez.

“Aquela salada gourmet, por exemplo, cheia de molhos, castanhas e queijos. Além de vinhos, licor e entradas antes das refeições principais. Ao rebuscar demais o prato, ela acaba exagerando nas calorias”, adverte a endocrinologista.

Alcoolismo

Acontece quando as calorias diárias vêm, sobretudo, do álcool ingerido. “Nesse caso, deve-se prestar atenção ao risco de deficiências nutricionais, mesmo que o paciente esteja acima do peso.”

Comportamento emocional

Hábito de se alimentar apenas para aliviar certas emoções do dia a dia. Fatores emocionais servem de gatilho para o ato de comer mesmo sem fome ou vontade.

Leia também: Azeites adulterados: o que observar na hora de comprar o seu

Você pode ter um padrão alimentar diferente em cada fase da vida

Dependendo do estado emocional, do nível de estresse, dos hormônios e de alguns outros fatores, o padrão alimentar pode mudar. Mulheres na TPM, por exemplo, tendem a ficar mais hiperfágicas e/ou beliscadoras.

“O maior desafio do profissional de saúde é ajudar o paciente a atingir a sintonia entre comida, mente e corpo. E lembre-se sempre: o primeiro passo é ter a consciência dos comportamentos alimentares que fazemos de forma automática, sem pensar”, finaliza Paula Pires.

Fonte: Paula Pires, médica endocrinologista e metabologista pela USP e membro da Endocrine Society, da SBEM e da ABESO.