Dietas ou treinos elaborados pelo Chat GPT são seguros?

Ultimamente, um assunto domina as rodas de conversa: inteligência artificial e como ela pode facilitar diversas tarefas do nosso dia a dia. Nas redes sociais, tem até gente que resolveu desafiar essa tecnologia e montar um treino ou uma dieta utilizando o chat GPT – aquele assistente virtual que vem gerando muita curiosidade.

Contudo, e apesar de parecer inovadora a ideia de ter um cardápio ou um planejamento de musculação em mãos sem nenhum esforço, especialistas alertam para os perigos que treinos e dietas “genéricos” podem trazer.

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O que é o Chat GPT?

Chat GPT (Generative Pre-trained Transformer) nada mais é do que uma ferramenta de inteligência artificial treinada e projetada para simular uma conversa virtual. A tecnologia usa um grande banco de dados e um algoritmo de aprendizagem profunda para interagir com o usuário de várias formas, como apenas bater um papo, fazer redações, redigir discursos, programar… E até prescrever um plano alimentar!

Ou seja, quando você faz uma pergunta ou um pedido qualquer, o Chat GPT busca todas as informações que possui sobre o assunto para formular a resposta. Além disso, a cada papo, o Chat GPT vai se aprimorando e acumulando mais conhecimento.

Parece mágico, não? Justamente por isso, a ferramenta deu o que falar assim que foi lançada. Logo, milhares de pessoas começaram a usar a mesma para otimizar as tarefas do trabalho, da faculdade, da escola, do dia a dia…

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Realmente, parece que a inteligência artificial veio para ficar e pode nos trazer incontáveis vantagens. Mas e quando ele gera riscos? É esse o questionamento que surge, por exemplo, ao falarmos em montar um treino ou uma dieta com a ajuda do Chat GPT. Vamos entender melhor:

Riscos de montar uma dieta com o Chat GPT

De acordo com a nutricionista Vanessa Costa, não importa o objetivo (se é emagrecer, ganhar massa magra ou melhorar a saúde), a melhor dieta sempre será aquela pensada exclusivamente para o seu caso e que você consegue manter por um longo período. E isso, infelizmente, o Chat GPT ainda não consegue fazer.

“É preciso entender que a conduta do profissional de nutrição vai além de um plano alimentar”, explica a especialista. Para isso, ela dá um exemplo:

“Se Maria, João, Luciana e José fizerem o mesmo pedido para o Chat GPT (‘quero um plano alimentar de 1800 calorias para hipertrofia’), a tecnologia não vai levar em consideração fatores como peso, idade, sexo, genética, saúde metabólica e intestinal, marcadores inflamatórios e condições de treino, sono, estresse, descanso, trabalho e exposição a poluentes”, afirma a nutricionista.

Ou seja, provavelmente a ferramenta vai entregar cardápios extremamente parecidos para todas essas pessoas, o que não é interessante. “Seguir um plano alimentar não orientado pode trazer consequências gravíssimas, uma vez que o site não recebe de você nenhuma informação sobre a sua condição clínica, seu estado de saúde atual e as suas reais necessidades — o que chamamos de individualidade biológica”, reforça Vanessa Costa. Os riscos incluem desde o não atingimento da meta a deficiências nutricionais.

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Mas e os riscos de montar um treino com o Chat GPT?

Na verdade, o personal trainer Hernandes Moura explica que o costume de fazer treinos genéricos não é novo: basta uma rápida pesquisa no Google para encontrarmos centenas de sessões focadas em diferentes grupos musculares e para diversos objetivos. Mas qual é o problema disso?

“A pessoa pode fazer os movimentos de forma inadequada. O que gera condições como distensão muscular, tendinite, ruptura de ligamentos e tendões, lombalgia, entre outros”, alerta o educador físico. Por isso, é essencial ter a supervisão de um profissional durante a realização dos exercícios.

Sem contar que, assim como no caso da dieta, a inteligência artificial não é capaz de levar em conta todas as suas características individuais na hora de elaborar o seu plano de treinamento. “Muitas vezes, pego clientes com desvios na coluna, dores no joelho e falta de mobilidade ou alongamento, e eles nem sabem que têm esses problemas — é aí que entra o papel da inteligência humana!”

Hernandes Moura também lembra que ao montar um treino pelo Chat GPT, os resultados podem não ser os melhores. Isso porque um dos papéis do personal é te ajudar a evoluir em variáveis como intensidade, volume, carga, frequência, tempo de descanso e seleção de exercícios.

“O professor estuda o aluno desde o primeiro dia. Ele avalia o seu desenvolvimento no treinamento. Por exemplo: se você não está conseguindo executar um exercício da forma correta, o profissional pode refletir se o movimento realmente cabe no seu treino, ou então se você precisa voltar para um exercício educativo”, explica.

Por fim, existe ainda o risco de você exagerar na dose ao fazer um treino “genérico”. “O indivíduo pode entrar em overtraining, com cansaço excessivo, fadiga, irritabilidade, dores nas articulações, queda da imunidade, dificuldade para dormir, alteração de humor e desânimo.”

Então, o Chat GPT é ruim?

É claro que, apesar das considerações, não precisamos ter medo da nova tecnologia. Afinal, não é indicado montar treino ou dieta com o Chat GPT, mas ele é capaz de auxiliar em outras situações:

• Dicas de motivação: pode dar dicas de motivação para ajudá-lo a permanecer comprometido com sua meta. Isso inclui citações inspiradoras e um passo a passo de como começar a jornada fitness;
• Conhecimento: a ferramenta também pode trazer estudos e informações para você ficar mais familiarizado com certos termos. Por exemplo, você pode perguntar ao Chat o que são carboidratos complexos, ou quais estudos científicos falam sobre os benefícios da musculação;
• Receitas saudáveis: você pode pedir sugestões de preparos saudáveis e deliciosos. Essas receitas podem ser adaptadas pelo seu nutricionista para atender às suas preferências alimentares, por exemplo;
• Apoio: ele é capaz de fornecer dicas e estratégias para ajudá-lo a superar os desafios e atingir seus objetivos de saúde e bem-estar.*

*Lista gerada pelo próprio Chat GPT

Fontes:

• Vanessa Costa, nutricionista especializada em Nutrição Estética e Saúde da Mulher, criadora do Método Reset;
• Hernandes Moura, educador físico e personal trainer.