Jejum pode engordar? Veja os principais erros cometidos

Alimentação Bem-estar
08 de Novembro, 2022
Jejum pode engordar? Veja os principais erros cometidos

O jejum para emagrecer não é exatamente o mesmo utilizado para melhorar a imunidade e a longevidade, sabia? Quando você faz jejum e passa horas seguidas sem se alimentar (e faz isso de forma irregular), você pode não só desregular o metabolismo, como também engordar.

“Ficar sem comer sem planejamento faz com que o seu metabolismo fique mais lento. E se você comer um pouquinho a mais, vai engordar e ganhar peso em forma de gordura”, alerta Sarina Occhipinti, especialista em clínica médica.

Uma pesquisa de revisão da Universidade da Flórida, publicada pela The Obesity Society, demonstrou que para que o jejum tenha uma atividade metabólica, isto é, para que ele não faça seu metabolismo ficar lento, ele precisa cumprir algumas regras.

De acordo com o estudo, durante o jejum é necessário mudar o “disruptor metabólico” do gasto de energia. “É como se fosse a chave geral do seu metabolismo. Isto é, o corpo precisa parar de dar preferência à queima de glicose para queimar gordura. Isso é tudo que você quer, não é mesmo?”, questiona a profissional.

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Afinal, jejum pode engordar? Como evitar

Com o jejum metabólico, o corpo passa a queimar gordura em indivíduos com sobrepeso. E, consequentemente, otimiza processos que evitam o adoecimento e melhoram o gasto energético ao longo do tempo. Veja, portanto, como fazer isso:

Período certo

A pesquisa concluiu que jejuns muitos curtos (menores que 14 horas) não são eficazes para mudar o “disruptor metabólico”. “Eu costumo indicar jejuns de 16 a 18 horas. Outro cuidado importante é o horário das refeições. Um estudo recente demonstrou que as calorias ingeridas pela manhã são consumidas de modo 2,5 vezes mais rápido pelo seu corpo do que as ingeridas pela noite. Assim, jejuns que pulam o jantar são mais metabólicos, isto é, aceleram seu gasto de energia e diminuem a chance de você voltar a engordar”, conta a médica.

Ou seja, de acordo com os cientistas, é melhor optar por uma estratégia que pule o jantar do que uma que pule o café da manhã. “Esse estudo confirma o que outros já falavam, concentre as calorias de dia, e não de noite.”

Alimentos e treinos certos

Por fim, a especialista cita mais dois cuidados essenciais para quem faz jejum: o que você come na chamada janela alimentar (isto é, o período de alimentação normal) e como você treina.

“Tem que ter um equilíbrio de macronutrientes: carboidratos, gorduras e proteínas. Além de um cálculo das calorias para que a dieta não seja restritiva demais e não conte com alimentos inflamatórios, por exemplo, ultraprocessados e açúcares refinados”, explica Sarina Occhipinti.

Além disso, o tipo de atividade física que você faz pode determinar se o jejum será benéfico para o seu corpo. Um estudo publicado na revista Nutrients constatou que se os jejuns realizados sem exercícios físicos adequados podem impactar no metabolismo e provocar uma diminuição da massa magra.

O estudo testou a realização do jejum combinada com treino resistido (musculação). E demonstrou que o protocolo, além de emagrecer, aumenta o metabolismo basal (ou seja, a quantidade de calorias que queimamos em repouso).

“Fica uma dica para refletirmos: não basta fazer o jejum intermitente, tem que fazer no tempo certo, com a dieta certa e com o treino certo. Caso contrário, você não aproveita os benefícios do jejum e ainda pode engordar ao longo do tempo”, finaliza Sarina. Portanto, já sabe: não adote a estratégia sem contar com a ajuda e o acompanhamento de um profissional qualificado!

Fonte: Sarina Occhipinti, especialista em clínica médica.

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