6 mitos e verdades sobre a gestação de gêmeos

Gravidez e maternidade Saúde
02 de Junho, 2022
6 mitos e verdades sobre a gestação de gêmeos

Se esperar a chegada de um bebê já é um processo rodeado de dúvidas, especialmente para pais de primeira viagem, a jornada é ainda mais delicada para quem aguarda dois pequenos ao mesmo tempo. Para ajudá-los neste momento, conversamos com duas obstetras que solucionaram os principais mitos e verdades da gestação de gêmeos. Confira:

1. Gêmeos obrigatoriamente nascerão prematuros

Mito. De acordo com Laura Penteado, ginecologista e obstetra da Theia, especialista em gestação de alto risco, é possível acompanhar a gravidez com segurança até por volta das 38 semanas, aguardando a maturidade fetal, quando os gêmeos são dicoriônicos. Em outras palavras, quando cada um tem a sua placenta e bolsa amniótica.

Já para os gêmeos que dividem a mesma placenta, com bolsas amnióticas iguais ou diferentes, os riscos tendem a aumentar a partir do terceiro trimestre, em torno de 34 semanas. “Então, normalmente, fazemos o parto por volta desse período e, neste caso, há mais chances de serem bebês prematuros”, completa a especialista.

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2. Casos na família aumentam as chances de se ter gêmeos

Verdade. Segundo Mariana Rosário, ginecologista, obstetra e mastologista, membro do corpo clínico do Hospital Albert Einstein, existe uma questão genética ligada à gravidez gemelar.

Só que não é só este fator que influencia diretamente na gestação de dois fetos ao mesmo tempo. “Mulheres acima dos 35 anos têm mais chances de terem gravidez múltiplas e atualmente, com a reprodução assistida, as taxas de gestações gemelares aumentaram”, enumera Laura.

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3. Consumo calórico diário da mãe de gêmeos deve ser maior

Verdade. No entanto, é preciso cuidado com esta afirmação, porque há outras razões que precisam ser levadas em consideração. A primeira delas é que isso não significa comer por dois ou três, como costumava-se falar.

“O aumento do consumo calórico é de 20% a 30% comparado ao de uma gestação de um bebê só. Portanto, precisa ser um ajuste firme e bem discreto de algumas calorias”, explica Mariana.

Ainda segundo Laura, caso a gestante esteja com um IMC adequado no início da gravidez ou, ao contrário, esteja com sobrepeso e até mesmo obesidade, o consumo calórico diário precisará ser repensado com cautela. “Por isso, o ideal é consultar uma nutricionista para que ela avalie qual é o status atual da grávida e a ingesta calórica ideal na gravidez múltipla”, orienta a obstetra.

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4. Os incômodos na gestação de gêmeos são mais intensos

Verdade. Por exemplo, “o enjoo pode ser mais intenso, porque há um aumento maior do beta HCG no início da gestação gemelar, que é o hormônio que causa esse sintoma”, de acordo com Mariana.

Além disso, os edemas, popularmente conhecidos com inchaços, também são mais comuns no fim da gestação gemelar. Segundo Laura, isso ocorre porque o volume abdominal maior, conforme o desenvolvimento de mais de um feto, leva a compressão de mais vasos sanguíneos. Assim, dificulta-se a circulação do sangue, principalmente nas extremidades do corpo, como as pernas.

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5. O pré-natal da gestação de gêmeos tem mais consultas

Verdade. A tendência é que a mãe de gêmeos passe por mais ultrassons ao longo da gravidez para que se possa acompanhar o desenvolvimento dos fetos e consequentemente garantir mais segurança de que tudo está dentro do esperado.

Além disso, Mariana explica que por volta da 29ª semana, as consultas tendem a ser quinzenais e a partir da 34ª, os encontros com o obstetra tornam-se semanais. “E, às vezes, dependendo dos problemas que foram desenvolvidos durante a gestação, o espaçamento menor entre as consultas pode começar antes”, completa a especialista.

Nesse sentido, é importante saber que a gestação gemelar aumenta o risco de condições como pré-eclâmpsia e diabetes gestacional. Portanto, nestes casos, as consultas e exames de sangue serão mais frequentes quando comparados aos realizados em uma gravidez de um único bebê.

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6. Gêmeos não podem nascer por meio de parto vaginal

Mito. Para as mulheres que desejam a vinda dos filhos por meio do parto vaginal, saibam que a possibilidade não deixou de existir por estar à espera de gêmeos. No entanto, algumas condições são necessárias para que o nascimento desta forma seja seguro tanto para a mãe quanto para os bebês.

Caso cada feto tenha sua placenta e bolsa amniótica, é prudente acompanhar o trabalho de parto e o nascimento por via vaginal. Contudo, deve-se estar atento à posição dos pequenos. O primeiro bebê que vai nascer precisa estar encaixado, de cabeça para baixo. Já se ele estiver sentado ou na posição transversa, a cesárea torna-se mais segura.

Igualmente acontece se os fetos dividirem a mesma placenta e bolsa amniótica. Dessa maneira, a via de parto mais segura é por meio de uma cesariana porque aumentam-se alguns riscos durante o parto vaginal, principalmente relacionado a asfixia do segundo bebê.

Fontes: Laura Penteado, obstetra e ginecologista da Theia, femtech voltada para a saúde da mulher gestante e Mariana Rosário, ginecologista, obstetra e mastologista, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein.

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