Fases do trabalho de parto: entenda cada etapa do parto normal

Gravidez e maternidade Saúde
06 de Abril, 2022
Fases do trabalho de parto: entenda cada etapa do parto normal

O momento do parto é um dos mais esperados durante uma gestação. Mas você sabia que, antes de conhecer o rostinho do seu bebê, são necessárias algumas etapas? No caso do parto normal, são quatro fases do trabalho de parto que as mamães precisam passar.

De acordo com a Dra. Karen Rocha De Pauw, ginecologista, as fases do trabalho de parto são naturais e não podem ser interrompidas, exceto com uma anestesia para conter — mas não cessar — as contrações, como ocorre em quem opta pelo parto cesárea. “A anestesia do parto normal é uma anestesia diferente, pois não para as contrações da mulher”, explica. Entenda melhor como funciona cada uma delas e saiba como será no grande dia.

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As fases do trabalho de parto

De acordo com a Dra. Karen Rocha De Pauw, ginecologista, a mulher passa por 4 fases durante o trabalho de parto. A primeira é a dilatação do colo uterino, quando o colo tem que se abrir. 

A segunda parte é a da expulsão, quando bebê está nascendo. A terceira fase é a dequitação, ou seja, a saída da placenta. Por fim, a ginecologista explica que o quarto período, também chamado de período de Greenberg, “é o voltar, parar de sangrar e parar de deixar o lugar onde estava a placenta sangrando.”

O que ocorre em cada fase do trabalho de parto?

Fase 1: Dilatação do colo uterino

A primeira fase é a hora em que começam as contrações para empurrar o bebê para baixo. Assim, inicia-se o afinamento e abertura do colo de útero. Nessa etapa, ocorre também a famosa dilatação, causada pela contração do colo. 

Fase 2: Expulsão fetal

Nessa etapa, a dilatação já aconteceu, ou seja, o colo do útero está todo dilatado. “A gente precisa fazer força para que o bebe desça, saia pela vagina. Então, vem as contrações bem mais fortes com o tríplice gradiente descendente, ou seja, contração que começa no fundo e termina lá na frente, forçando que o bebê seja expelido pela vagina”, explica.

Fase 3: Dequitação

O terceiro período é a dequitação, ou seja, a saída da placenta pela vagina. Nessa fase, o bebê já saiu e o cordão umbilical já foi cortado. Assim, o útero começa a contrair, mas a placenta não tem elasticidade, então ela descola do útero. “E no lugar que ela estava, fica machucado, fica um sangramento ativo”, explica.

Fase 3: período de Greenberg

No último período, o útero precisa contrair o suficiente para que aquele ferimento que a placenta deixou pare de sangrar e para que essa mulher comece a se preparar para amamentar. “A gente chama de puerpério imediato. Ficamos de olho nessa pós-gestante pra ver se não vai ter sangramento, trombose, tromboembolismo amniótico, entre outros. É o período que compreende os 2 primeiros dias do pós-parto, por isso que a maioria das vezes a gente deixa as pacientes internadas. Mas basicamente é isso, parar de sangrar o local da placenta”, explica a ginecologista.

O que não fazer nas fases do trabalho de parto

A ginecologista revela alguns erros durante as fases do trabalho de parto. Um deles é tentar reduzir o tempo da primeira fase — a dilatação. “Abrir o colo do útero mecanicamente, por meio do toque, para fazer a primeira fase ser mais curta, é totalmente contraindicado. O colo do útero tem que quebrar, sozinho, as fibras de colágeno. Normalmente, as dilatações costumam ter 1 centímetro por hora”, explica.

No período expulsivo, outro erro comum é puxar o bebê, ato que também é contraindicado, a menos que o bebê esteja lá há muito tempo, ou que a paciente não esteja conseguindo mais ter contrações. “É difícil a gente querer fazer atalhos. O trabalho de parto tem um período certo para cada mulher e é individual. Abreviar esses períodos não é indicado”, completa.

Já na dequitação, um equívoco comum é puxar a placenta pelo cordão umbilical para ela sair mais rápido, o que também é totalmente contraindicado. Deixar a placenta dentro do útero mais tempo que o necessário também não é indicado, já que o útero não consegue contrair e a paciente perde ainda mais sangue. “E o pior, a gente não vê, porque a placenta tá no meio do caminho, como se fosse um tampão”, alerta.

Por fim, no quarto período a ginecologista reforça a importância de não deixar a mulher desacompanhada. “Esse período é um dos mais importantes do parto, e a gente tem que olhar se essa mulher tá bem. Ela chega a perder 2 litros de sangue em meia hora, então é importante fazer o acompanhamento, pois é nessa hora que podemos perder uma puérpera”.

Fonte: Dra. Karen Rocha De Pauw, médica ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana.

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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