Questões sobre saúde intestinal que um especialista quer que você saiba

Saúde
02 de Agosto, 2022
Questões sobre saúde intestinal que um especialista quer que você saiba

Conhecer todas as dicas para cuidar bem da saúde intestinal é muito importante — afinal, é no intestino que os nutrientes dos alimentos que ingerimos são absorvidos, sem contar que o órgão possui profundas ligações com o sistema imunológico e até o cérebro. Por isso, o Dr Rodrigo Barbosa, cirurgião do aparelho digestivo, elencou algumas informações sobre o assunto! Confira:

Dicas sobre saúde intestinal: existe um jeito certo de usar o papel higiênico

Você sabia que usar o papel higiênico da forma errada pode aumentar a fricção e gerar irritação? Desse modo, o objeto se torna um vilão da saúde íntima. “O ideal é que após a evacuação, o local seja lavado no chuveiro ou na ducha higiênica”, recomenda o especialista.

Caso não seja possível fazer isso, vale umedecer um pouco o papel e pressioná-lo suavemente contra a pele, sem raspar. “É importante entender que ele deve ser usado para secar ou limpar os excessos, não para esfregar”, afirma.

As mulheres devem dar uma atenção especial ao ato. O movimento correto começa na vagina e vai em direção ao ânus, e não o contrário — o que evita que bactérias e outros micro-organismos contaminem a região genital.

Por fim, o médico ainda fala sobre os tipos de papel. “Quanto mais cores, aromas e mais grossas forem as folhas, mais agressivo é o papel. A preferência deve ser dada aos neutros e macios.”

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Dicas sobre saúde intestinal: devemos ir ao banheiro todos os dias?

Muita gente acha que ficar apenas um dia sem fazer o número dois já pode ser considerado constipação. Mas nem sempre é assim. “A constipação intestinal é quando o indivíduo passa três dias sem ir ao banheiro, ou sofre com dificuldade na saída das fezes, seja por ressecamento ou necessidade de esforço para evacuar”, explica o Dr Rodrigo Barbosa.

Realmente, o ideal é fazer cocô diariamente, mas até uma vez a cada três dias também pode ser normal. “O mais importante é avaliar a consistência das fezes, que devem ter bons formatos e sair sem dificuldade. Para que tudo isso aconteça, o tripé da saúde é bem importante: alimentação rica em fibras, hidratação e exercício físico.”

Dicas sobre saúde intestinal: gases, cheiros e barulhos — até que ponto são normais?

O cirurgião do aparelho digestivo também analisa cada um deles:

Roncos estomacais e intestinais

Geralmente, indicam apenas que está na hora de comer, ou que a digestão está acontecendo a todo vapor. Mas, se estiverem acompanhados de outros sintomas (como dor e aumento do abdômen), podem significar infecções, inflamações ou obstruções intestinais — nesse caso, vale uma ida ao médico.

Flatulências (gases)

Consistem em duas coisas: a eliminação do ar ingerido junto com a comida e os subprodutos da fermentação de açúcares durante o processo digestivo. “O corpo humano saudável expele, em média, vinte deles por dia — inclusive durante o sono, e a maioria nem percebemos sair”, diz o profissional.

Contudo, certas condições pioram o quadro, provocando dores, inchaço e desconforto. É o caso da doença inflamatória intestinal (DII), das intolerâncias alimentares e de desequilíbrios na microbiota.

“Apesar de importantes, cheiros mais intensos não apontam doenças. Gases fétidos são, na verdade, consequências da composição da microbiota e da fermentação de certos alimentos, como feijão, ovo, carnes e leite”, finaliza o médico.

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Arroto (eructação)

De acordo com o Dr Rodrigo Barbosa, seu aparecimento é bem similar ao do pum, a única diferença é que o gás acaba sendo eliminado pela boca.

Outra possível causa é engolir ar. “Quando engolimos o ar, ele chega ao estômago, que se distende e o envia de volta pelo esôfago. A mistura com os gases concentrados por ali dá o cheiro característico dessa reação, que pode retumbar no ambiente. Mastigar rápido, falar durante as refeições e tomar bebidas gaseificadas são hábitos que influenciam no processo”, afirma.

Se os arrotos forem constantes e acompanhados de queimação, dor e regurgitação — quando um pouco da comida volta à boca —, eles viram um sinal de alerta. Isso porque podem ser refluxo, gastrite ou outra doença que merece investigação.

Soluços

Nada mais são do que a contrações involuntárias do diafragma e de outros músculos do tórax, seguidas do fechamento da glote e da vibração das cordas vocais, produzindo, por isso, um ruído característico.

“O soluço pode aparecer por excesso de comida ou bebidas gasosas e alcoólicas, ou por doenças já estabelecidas. Na maioria das vezes, a causa do soluço não é grave, no entanto, se persistir por mais de dois dias, ou se ele for acompanhado de outros sintomas que indiquem doenças como pneumonia ou doenças cerebrais, é necessário investigar.”

Fonte: Dr Rodrigo Barbosa, cirurgião geral pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e especialista em coloproctologia pelo Hospital Sírio-Libanês-SP.

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