Chocolate hidrogenado: afinal, como é feito? Por que não é saudável?
Você sabia que 07/07 é o Dia Mundial do Chocolate? Pois é. A data celebra um ingrediente amado por pessoas do mundo inteiro, e não é para menos: doce e cremoso, ele dificilmente desagrada o paladar. Mas são tantos os tipos e marcas existentes no mercado, que é fácil ficar em dúvida sobre qual é a melhor opção para a saúde. Por isso, hoje, vamos falar de um específico: o chocolate hidrogenado.
O que é o chocolate hidrogenado?
Primeiramente, para entender o que é o chocolate hidrogenado, vale conhecer o processo de fabricação do alimento em si. Ele começa com as sementes do cacau, uma fruta muito abundante no Brasil e em países da América Latina e da África.
Quando a fruta já está madura, suas sementes são retiradas e colocadas para fermentar. Nessa fase, as amêndoas adquirem as características mais complexas do chocolate. Além disso, é também durante a etapa que forma-se o mel de cacau, um substituto vegano do mel de abelha.
Depois de fermentadas, as sementes passam pela secagem e perdem cerca de 70% dos seus líquidos. Em seguida, são torradas, resfriadas e descascadas, desenvolvendo aquele cheirinho de chocolate que a gente ama. Por fim, são moídas em pedaços minúsculos até virarem uma pasta escura e rica em gorduras. É a partir dela que os diferentes tipos de chocolate são feitos.
Para a fabricação do chocolate ao leite, por exemplo, a massa de cacau é combinada com leite, açúcar e baunilha. Por outro lado, a versão amarga recebe pouco ou nenhum leite (quanto menos leite, mais amargo o chocolate será).
Entretanto, para baratear a produção do item, realçar o seu sabor e até mesmo aumentar o prazo de validade do mesmo, algumas marcas adicionam a chamada gordura hidrogenada no chocolate.
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Por que o chocolate hidrogenado não é a melhor opção?
“A gordura hidrogenada é um tipo de gordura industrial, ou seja, não existe naturalmente nos alimentos. Pode ser maléfica ao organismo porque contribui para a inflamação crônica de baixo grau do corpo, que é base para doenças não transmissíveis [como a hipertensão e o diabetes]”, explica a nutricionista funcional e integrativa Luanna Caramalac Munaro. Além disso, consumi-la em excesso estimula o estoque de gordura no corpo, aumentando os riscos de sobrepeso e obesidade.
Por isso, vale evitar o consumo do chocolate hidrogenado, e priorizar as versões mais saudáveis! É o caso do chocolate amargo (com pelo menos 70% cacau em sua compisição, e com baixo açúcar).
Ele, sim, pode ser um aliado da saúde — tanto física, quanto mental! “Promove um aumento da serotonina, hormônio ligado à sensação de prazer e bem-estar. Além disso, é rico em magnésio, considerado o ‘rei’ dos minerais, que tem a função de relaxante muscular e ajuda a regular o cortisol (hormônio do estresse)”, finaliza a nutricionista.
Outras dicas importantes
Para complementar, a nutricionista Inarí Ciccone, especialista em Obesidade e Emagrecimento pela UNIFESP e mestre em Ciências da Saúde pela FMUSP, dá mais dicas de como consumir o chocolate em prol da saúde:
- Ele deve ser livre de gorduras trans e açúcares simples como açúcar líquido, invertido, frutose, sacarose e extrato de malte;
- Deve possuir mais cacau. As versões com mais de 70% de cacau são as mais indicadas;
- Consuma, preferencialmente, como sobremesa após uma refeição rica em fibras. Isso ajuda a evitar o pico de insulina provocado na digestão do açúcar.
“Aprecie com moderação. Por conter açúcar na composição, a quantidade deve ser limitada a uma média de 30g/dia. Já o cacau em pó pode ser consumido de forma livre”, completa Inarí.
Fontes:
- Luanna Caramalac Munaro, nutricionista funcional integrativa e fundadora do Instituto LCM, em Campo Grande (MS);
- Inarí Ciccone, especialista em Obesidade e Emagrecimento pela UNIFESP e mestre em Ciências da Saúde pela FMUSP.