É possível tomar cerveja e ainda emagrecer? Especialista explica
Quem está de dieta e gosta de um cervejinha já deve ter escutado que a bebida é inimiga da saúde. Mas, será mesmo que ela engorda? Ou será possível encaixar a cerveja na dieta e ainda assim conseguir emagrecer? Fomos perguntar a uma especialista:
Do que é feita a bebida?
De acordo com a nutricionista Flávia Ribeiro, professora do curso de Nutrição da Uninassau Recife, o líquido é basicamente constituído por água, lúpulo, leveduras e malte — na maioria das vezes, de cevada.
“Existem algumas cervejas específicas que podem ser feitas com outros cereais. Por exemplo, o trigo e o arroz, e aqui em Pernambuco a gente tem uma fábrica que produz cerveja com macaxeira [mandioca]. Mas ela está longe de ser um ingrediente típico da bebida”, explica.
Contudo, você deve estar se perguntando: e o álcool? Ele é resultado do processo de fermentação dos cereais, feito pelas leveduras. O que também gera gás carbônico, e ajuda a deixar o líquido cheio das bolhinhas típicas.
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Por que a cerveja é considerada vilã da dieta?
Essa fama vem dos seus efeitos no organismo. Durante a metabolização do álcool (digestão), o corpo o transforma em açúcar, o que pode acrescentar muitas calorias ao cardápio. “Ainda há, além disso, o carboidrato da cevada”, complementa a especialista.
Mas não para por aí. Por ter efeito diurético, a cerveja estimula a eliminação de água pela urina (entendeu por que você vai muitas vezes ao banheiro depois de bebê-la?). Isso faz com que a concentração de sódio no sangue aumente, gerando a retenção de líquidos pelo corpo e a sensação de inchaço nos dias seguintes.
“Ademais, a bebida aumenta a produção de insulina no nosso corpo, estimulando a degradação de glicose, que é a nossa principal fonte de energia. Assim, sentimos mais fome em pouco tempo”, alerta a nutricionista.
Ela não deixa de destacar os malefícios que uma noite de exageros pode trazer para os treinos. Afinal, o álcool gera sonolência e indisposição, sem contar que potencializa o catabolismo muscular — degradação dos músculos causada pela retirada do glicogênio deles, já que o corpo precisa de mais glicose circulando na corrente sanguínea. Os resultados? Pior desempenho nos exercícios físicos e hipertrofia prejudicada.
Por fim, Flávia Ribeiro destaca o efeito neurotóxico do álcool. “Ele libera algumas toxinas em nível cerebral e, aí, a gente fica com aquela bela dor de cabeça. Tudo isso se ela for consumida em grandes quantidades”, diz.
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É possível encaixar a cerveja na dieta?
Segundo Flávia, sim, desde que o consumo seja moderado. “Precisamos ter a noção de que uma lata (350ml) tem, mais ou menos, 150 calorias”. Então, é só multiplicar a quantidade de latinhas pela quantidade de calorias: se você ingerir dez latinhas em uma única ocasião, por exemplo, mandará para dentro aproximadamente 1500cal! “Isso sem contar o valor calórico dos petiscos que geralmente acompanham a cerveja.”
Para amenizar as consequências (nada agradáveis) do álcool no dia seguinte, a profissional sugere intercalar com água. “Para cada copo de cerveja, um copo de água. Também indicamos comer boas fontes de carboidratos e proteínas.”
Fonte: Flávia Ribeiro, nutricionista, especialista em Obesidade e Emagrecimento, especialista em Nutrição Clínica Funcional e Esportiva e professora do curso de Nutrição da Uninassau Recife.