Adesivo para emagrecer realmente funciona?
Ele tem feito muito sucesso nos Estados Unidos e na Europa. Mas agora, está em ascensão também no Brasil: trata-se do Slim Patch, ou adesivo para emagrecer. A proposta é colar o objeto em certas partes do corpo para eliminar de quatro a oito quilos em até um mês, promete o fabricante.
Parece bom demais para ser verdade? Pois saiba que realmente é. “Os adesivos para emagrecer, como o Slim Patch, fazem parte dos produtos que não têm comprovação científica, e a sua utilização não está regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, alerta Roberta Maria, professora e coordenadora do curso de Nutrição da Estácio. Saiba mais:
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O que é o adesivo para emagrecer?
De acordo com o site de um dos muitos adesivos para emagrecer, o produto é 100% natural, com ativos que não provocam efeitos colaterais:
- Fio de artemísia;
- Raiz de gengibre;
- Plantas do gênero Zanthoxylum;
- Atracylodes lancea.
Para utilizar, a pessoa precisa limpar bem a área escolhida — braços, umbigo, costas ou quadril. Então, basta colar o objeto e deixá-lo agir de oito a 12 horas, não ultrapassando um adesivo por dia.
Assim, os ingredientes agiriam pelo mesmo princípio da acupuntura, estimulando a queima de gordura e provocando a perda de peso. “O Slim Patch foi apresentado a endocrinologistas e nutricionistas ao longo dos últimos cinco anos para testes consecutivos, sendo aprovada e comprovada a redução de medidas e gordura”, diz o site, sem citar artigos científicos ou nomes de profissionais que defendem o uso do acessório.
Contudo, para a coordenadora do curso de Nutrição da Estácio, não é bem assim. “As promessas de emagrecimento rápido e a busca por um corpo tido como perfeito são estratégias de marketing frequentemente utilizadas para incentivar a venda de novos produtos, inclusive os não regulamentados. Contudo, não há comprovação de que os possíveis efeitos de seus componentes fitoterápicos estimulam a lipólise ou a queima de gordura. Portanto, eles não devem ser indicados pelos profissionais da saúde.”
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Nada de adesivo para emagrecer: então, o que realmente promove a perda de peso?
Segundo Roberta Maria, o emagrecimento é um processo que deve acontecer gradualmente e como consequência de uma série de mudanças no estilo de vida de uma pessoa. Por exemplo: alimentação adequada, prática regular de exercícios físicos, controle do estresse, sono de qualidade… E por aí vai.
“Dietas restritivas podem até levar à perda de peso rápida. No entanto, não estão associadas a uma alimentação equilibrada. Além disso, quando a pessoa retorna à sua alimentação convencional, pode voltar ao peso que já tinha e até mesmo ganhar mais quilos (efeito sanfona)”, diz. Confira, então, algumas dicas de alimentação que ela dá:
Descasque mais
“Os tratamentos nutricionais devem estar baseados no consumo de alimentos in natura e minimamente processados. Isso porque eles são de baixa caloria e suprem as necessidades nutricionais das pessoas. Nesse sentido, é necessário priorizar o consumo de frutas, hortaliças, verduras, carnes frescas, arroz, feijão… Ou seja, o típico prato de comida do brasileiro.”
Desenbale menos
Por outro lado, “é preciso evitar os alimentos processados, como embutidos (salsicha, linguiça, presunto e similares), queijos gordurosos, biscoitos, refeições prontas para o consumo vendidas nos supermercados e os ultraprocessados, como miojo e salgadinhos de pacote. Além disso, as bebidas prontas adoçadas também devem ser evitadas, como refrigerantes, sucos em pó, suco de caixinha tipo néctar e iogurtes industrializados.”
Por fim, preste atenção no prato
“Dedicar um tempo para o cuidado com a alimentação, preparar e realizar suas refeições em um ambiente tranquilo, priorizando o comer em companhia e prestando atenção ao que se come, pode evitar comportamentos alimentares compulsivos. Desse modo, evite fazer refeições em frente ao computador, ao celular e à televisão — sente-se na mesa e desfrute dos momentos prazerosos relacionados à alimentação.”
Fonte: Roberta Maria, professora e coordenadora do curso de Nutrição da Estácio.