Vida após a bariátrica: uma jornada de mudanças em prol da saúde
Fany Ramos, 29 anos, sempre foi uma pessoa ativa. Ela sabia, também, da importância de cuidar da saúde. Mas a rotina corrida e as responsabilidades da maternidade a fizeram esquecer, por um momento, de zelar por si. Foi apenas em 2020, depois de se perceber sem forças para nada, que a influenciadora com mais de um milhão de seguidores decidiu mudar de vida e contar com a ajuda da cirurgia bariátrica.
Fany perdeu 55kg desde que tomou a decisão. Por outro lado, ganhou de volta a disposição, se apaixonou pela prática de atividades físicas e descobriu que, para cuidar dos outros, ela precisava, primeiro, olhar para si.
“Quando comecei a fazer exames, vi que estava com algumas doenças relacionadas à obesidade – como gordura no fígado e pré-diabetes. Decidi que não queria mais viver essa realidade e, conversando com o médico, entendi que a cirurgia era a melhor opção para mim”, conta.
Passar por essa “virada de chave” é muito importante, aliás, para os pacientes que têm a indicação da cirurgia bariátrica. Isso porque o procedimento pode realmente trazer inúmeros benefícios, prevenindo comorbidades como diabetes tipo 2 e hipertensão, mas deve andar junto com mudanças permanentes no estilo de vida.
Segundo o médico cirurgião André Augusto Pinto, a intervenção não deve ser romantizada ou enxergada como uma solução mágica. A pessoa precisa estar preparada e disposta a transformar seus hábitos alimentares e seu dia a dia. “É um compromisso de longo prazo com a saúde e o bem-estar,” ele diz.
Era o que Fany queria fazer – e fez. “A cirurgia abriu o caminho para uma longa jornada. As pessoas estão acostumadas com caminhos milagrosos, mas não funciona assim. A bariátrica te dá a oportunidade de uma nova vida, você precisa decidir trilhar esse novo caminho e construir um novo eu”, afirma.
Preparação
A preparação de Fany para o procedimento durou alguns meses. “Fiz muitos exames e passei por muitos médicos para conseguir a aprovação”, conta. Os novos hábitos alimentares e a rotina de exercícios também começaram naquele momento. “Tive que reaprender a comer, aprender a me relacionar com a comida de uma forma diferente. Foi uma grande reconstrução de mente e corpo.”
Esse processo é essencial para evitar o reganho de peso depois dos primeiros 18 meses, problema que chega a acometer até 10% dos indivíduos operados. Além disso, a saúde mental também merece atenção.
Isso porque os pacientes muitas vezes passam por desafios emocionais e psicológicos que exigem cuidado, explica o Dr André Augusto Pinto. A transformação do corpo requer adaptações mentais, um aspecto que o cirurgião enfatiza como crítico para o sucesso a longo prazo.
Fany buscou apoio nesse quesito. “Fui atrás de terapia, pois estava enfrentando muitos problemas com depressão e ansiedade. Na terapia, pude entender tudo o que tinha me levado até ali”, lembra a influenciadora.
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Vida após a bariátrica
Em seu canal do YouTube, Fany postou um relato sobre os dias de dieta líquida do pós-operatório – que não foram muito fáceis. Mas ela garante que todos os desafios valeram a pena.
“Eu perdi 55kg e, hoje, treino de segunda a sexta e me alimento bem por amor ao meu corpo. O autocuidado vai além de fazer skincare e cuidar do cabelo – ele começa com pequenas escolhas no dia a dia, fazendo com que você escolha todos os dias a sua melhor versão!”
O cirurgião concorda que o procedimento pode envolver diferentes altos e baixos. Mas as vantagens superam os riscos e as dificuldades. “O procedimento abre portas para uma nova vida, cheia de possibilidades e esperança”, finaliza.
Fontes: Fany Ramos, influenciadora do Rio de Janeiro; e Dr André Augusto Pinto, médico gastroenterologista e cirurgião da Clínica Gastro ABC.