Trombose em jovens: jogar videogame sem pausa aumenta o risco

Saúde
02 de Março, 2022
Trombose em jovens: jogar videogame sem pausa aumenta o risco

Pessoas que têm o hábito de passar grandes períodos sentadas ou deitadas, sem movimentar as pernas, como aquelas que têm o hábito de jogar videogame, colocam em risco a saúde vascular e elevam a ocorrência de doenças como a trombose. A preocupação se estende, especialmente, entre os jovens, especialmente na faixa etária dos 15 aos 24 anos de idade, já que cada vez mais aumentam os casos de trombose em jovens.

Casos de trombose em jovens têm aumentado

Até pouco tempo, a prevalência da trombose em jovens costumava ser baixa, além de se manifestar apenas em casos específicos. Eram comuns, por exemplos, em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), além de pessoas com câncer, obesidade ou que fazem uso de cateter central para infusão de medicamentos. Porém, nos últimos anos, como consequência do sedentarismo e do isolamento social causado pela pandemia Covid-19, permanecer muito tempo na frente da TV, do computador ou do videogame intensificou o surgimento da trombose em jovens.

“Quando permanecemos imobilizados por muito tempo, seja sentado ou em pé, existe a estase, que é o represamento do sangue nas pernas. O sangue parado tende a se solidificar, formando o coágulo ou trombo. Isso significa um aumento do risco de trombose que, atualmente, tem atingido também os jovens gamers, que permanecem sentados por horas na frente de um computador”, explica o Dr. Fabio Rossi, cirurgião vascular e presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular.

Sintomas da trombose em jovens

A doença ocorre quando há a formação de um coágulo na circulação sanguínea que prejudica o fluxo de sangue no organismo. Assim, um dos principais mecanismos responsáveis pelo retorno do sangue venoso dos membros é a contração da bomba muscular da panturrilha, que por sua vez impulsiona a coluna de sangue de volta ao coração. Porém, quando não há movimento, esse retorno é prejudicado.

Dessa forma, a trombose se manifesta, sobretudo, com inchaço, edema, dor e arroxeamento nas pernas. Nos casos de embolia, são comuns, por exemplo, dores no peito, tosse, falta de ar, palpitação e, em ocorrências mais graves, parada cardiorrespiratória e óbito. “Nessas situações, é indispensável procurar um médico vascular que, na maioria dos casos, fará um exame chamado Doppler Vascular. O exame tem a capacidade de confirmar o diagnóstico e verificar a gravidade da trombose”, alerta Dr. Rossi.

Prevenção

Para evitar o desenvolvimento do tromboembolismo venoso, o profissional recomenda a adesão de iniciativas simples, porém saudáveis, na rotina:

  • Evitar longos períodos em uma mesma posição, seja em pé, deitado ou sentado, por exemplo;
  • Fazer pausas durante as partidas de videogame para movimentar os membros inferiores, com pequenas caminhadas e alongamentos ao longo do dia;
  • Praticar exercícios físicos regularmente;
  • Manter uma alimentação balanceada, sem o exagero de alimentos gordurosos ou processados, por exemplo;
  • Ingerir bastante líquido.

O médico ainda reforça a necessidade de sempre se hidratar bebendo água e não sucos ou outros tipos de bebidas. “Não vale refrigerante, porque eles contêm cafeína, que promove a diurese e pode provocar até mesmo a desidratação”, alerta.

Dessa forma, a prevenção e o diagnóstico precoce ajudam a evitar maiores complicações em relação à doença. Por isso, é fundamental consultar um angiologista ou cirurgião vascular e estar alerta aos sinais do corpo. “Sobretudo, é necessário que a população se informe sobre o significado da doença e como evitá-la, além de ficar atenta aos principais sinais e sintomas, pois há casos onde a intervenção imediata por equipes multidisciplinares, treinadas e equipadas se faz necessária para evitar a morte por embolia pulmonar, tão prevalente em nossa sociedade, e as suas sequelas crônicas”, completa Dr. Fabio Rossi.

Fonte: Fabio Rossi, cirurgião vascular e presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, Regional São Paulo (SBACV-SP).

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