Dicas para evitar a trombose em viagens de longa duração

Saúde
04 de Outubro, 2021
Dicas para evitar a trombose em viagens de longa duração

A trombose pode ser desencadeada por diversos fatores, mas o que muitos não sabem é que o risco da doença aumenta ainda mais em viagens aéreas de longa duração.

Dessa maneira, isso pode ocorrer pela estatura do passageiro, pois aqueles muito altos ou muito baixos têm mais chance de compressão vascular por conta da posição que ficam em seus assentos. O uso de medicamentos para dormir também pode favorecer o relaxamento do corpo, deixando o passageiro sem se movimentar e em uma posição que prejudica a circulação sanguínea. Além disso, a desidratação e o uso de álcool em excesso são fatores adicionais. E aqueles indivíduos que já tiveram trombose anteriormente são os que mais devem estar atentos. 

A Dra. Joyce Annichino-Bizzacchi, hematologista e professora do departamento de clínica médica da Unicamp, explica que uma trombose acontece quando um coágulo de sangue interrompe a circulação de alguma veia ou artéria, comprometendo a irrigação e a função regular daquele órgão ou tecido. “Os casos são muito comuns em idosos que vão fazer viagens longas – seja de carro, ônibus ou avião – e ficam sentados por horas a fio. No entanto, qualquer pessoa que já tenha tido um histórico pessoal ou familiar de trombose precisa estar em alerta.”

Para uma viagem livre de preocupações, a médica listou seis dicas que ajudam na prevenção da trombose e garantem uma viagem muito mais saudável. Veja abaixo:

Movimente-se de vez em quando para evitar trombose em viagens

A falta de movimento pode diminuir o retorno do sangue das pernas para o coração e, assim, aumentar o risco de uma trombose venosa profunda. Por isso, levantar e caminhar é um ato importante. “Se estiver em um avião, opte pelo assento do corredor, que irá permitir que você se levante com mais liberdade. Caso isso não seja possível, faça movimentos de flexão dos pés. O mesmo vale para viagens de ônibus. Agora, no caso de viagens de carro, faça uma parada a cada duas ou três horas para esticar as pernas”, afirma a doutora. 

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Facilite o fluxo sanguíneo 

Existem algumas ações que podem ser feitas a fim de melhorar o fluxo sanguíneo. Evitar cruzar as pernas ou não usar roupas muito apertadas nas regiões da cintura e das pernas ajudam a corrente de sangue a fluir com mais facilidade. “Opte sempre por roupas confortáveis e que permitem o movimento fácil. E, sempre que possível, evite guardar a bagagem de mão no chão, próxima aos pés. Isso porque, especialmente em aeronaves, o espaço, que já é restrito, ficará ainda menor”, relata Annichino. 

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Esteja sempre bem hidratado para evitar trombose em viagens

O baixo consumo de líquidos pode contribuir para que o volume sanguíneo diminua e, por consequência, fique mais grosso e propenso à formação de coágulos. No entanto, deve-se igualmente evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. “O álcool pode interferir na maneira como o seu organismo metaboliza o sangue. Então, apesar de pequenas quantidades de bebidas alcoólicas não fazerem mal, o excesso irá contribuir para um quadro de trombose”, conta a Dra. Joyce. 

Exercite-se (mesmo que sentado) 

Um dos fatores que mais contribuem para a formação de coágulos sanguíneos é a inatividade – motivo pelo qual pessoas de cama, em UTIs ou entubadas têm risco maior para trombose. Durante uma viagem longa, o passageiro, mesmo sentado, pode e deve movimentar suas pernas e pés para melhorar a qualidade do fluxo sanguíneo. “Estique pernas e braços, como uma espreguiçada, de tempos em tempos. E movimente os pés e os tornozelos para cima e para baixo — uma vez a cada 30 minutos poderá ajudar na prevenção”, explica a médica. 

Use meias de compressão 

Pessoas que já têm histórico de trombose devem evitar a todo custo fazer viagens com duração superior a seis horas sem meias de compressão. Elas são desenvolvidas especialmente para aprimorar a fluidez do sangue nas pernas, exercendo maior pressão sobre os tornozelos e menor sobre os joelhos e coxas. “O paciente deve consultar seu médico para entender qual o melhor tipo de meia para seu caso específico. Dependendo do histórico pessoal, a meia poderá ficar acima ou abaixo dos joelhos”, completa. 

Evite paranoias 

É verdade que viagens de longa duração podem contribuir para a formação de trombose. No entanto, o risco pode ser contornado com atenção aos seus movimentos e orientação médica apropriada. “A viagem aérea é um fator de risco, mas existem outros mais graves que devem ter a atenção do paciente. O anticoncepcional hormonal, por exemplo, apresenta um risco muito maior. Uma cirurgia em que o paciente não foi submetido a uma profilaxia é muito mais importante”, finaliza Dra. Joyce.

Fonte: Dra. Joyce Annichino-Bizzacchi, hematologista e professora do departamento de clínica médica da Unicamp.

Sobre o autor

Julia Moraes
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em fitness, saúde mental e emocional.

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