Saúde mental após o covid-19: aprenda a cuidar dos transtornos emocionais
Cuidar da saúde mental após o Covid-19 é fundamental, afinal, o que não faltam são transtornos emocionais que surgem após o diagnóstico da doença. Depressão, ansiedade, insônia, estresse pós-traumático, burnout, TOC (transtorno obsessivo-compulsivo) figuram na lista de queixas de diversas pessoas que enfrentaram o Covid-19.
Não obstante, há relatos de indivíduos que também apresentaram distúrbios neurológicos, como fraqueza e dor muscular, formigamentos, perda temporária dos sentidos (olfato e paladar são os principais), lapsos de memória e, em casos mais graves, o desenvolvimento de AVC, por exemplo. Muitas pesquisas que avaliam os prejuízos da doença para a saúde estão em andamento, e algumas delas já comprovam esse caminho.
Um exemplo foi o estudo publicado em abril deste ano no veículo científico The Lancet, que reuniu mais de 200 mil vítimas sobreviventes do Covid-19 nos Estados Unidos, e descobriu que 1 em cada 3 pessoas tiveram distúrbios neurológicos ou psiquiátricos. Todos esses problemas, somados ao contexto do isolamento, da privação do contato com outras pessoas e de outras mudanças na vida pessoal e profissional acenderam o alerta para o cuidado urgente com a saúde mental.
Dicas para cuidar da saúde mental após o Covid-19
É fato que as aflições emocionais estão afetando milhões de pessoas, vítimas ou não do vírus. No entanto, muitos não sabem como lidar com a ansiedade e outros distúrbios decorrentes dessa pandemia. Primeiramente, o ideal é procurar ajuda médica para obter o diagnóstico correto. Isso porque o apoio psiquiátrico é importante para o tratamento em busca do reequilíbrio emocional, aliado à terapia, apoio familiar e de amigos. Em paralelo, fazer atividades e mudar alguns hábitos podem ajudar a fortalecer a saúde mental. Veja quais.
Faça uma atividade física
A ciência e a medicina defendem o exercício como hábito essencial da vida saudável. Nessa conta, o corpo e a mente são igualmente beneficiados, pois o movimento causa reações químicas e estimulam a produção de hormônios do bem-estar. Fazer uma caminhada após o almoço ou uma aula de sua modalidade favorita só farão bem e têm o poder de melhorar sua disposição.
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Reveja sua relação com o trabalho
Durante a pandemia, muitas pessoas sofreram — e continuam sofrendo — com uma sobrecarga de trabalho, pois o trabalho remoto aumentou o nível de exigência. Além disso, o limite entre horário de trabalho e lazer foi perdido, o que fez muitos profissionais experimentarem a síndrome de burnout.
Esse problema causa alterações de humor, ansiedade, depressão, sensação de impotência e cansaço crônico. Se essa for a sua realidade, lembre-se de procurar auxílio profissional, mas a mudança depende da mudança na relação com o trabalho. Estabeleça limites para responder mensagens e para sua disponibilidade para demandas profissionais e respeite o momento de descansar. Talvez aprender a dizer “não” seja a tarefa mais difícil, mas é importante para o seu bem-estar e produtividade!
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Invista no autocuidado
O autocuidado não se limita a cuidados corporais, como muita gente pensa. Meditar, ler um livro e destinar um tempo para atividades prazerosas são terapêuticas e ajudam a deixar o dia mais leve. Até uma atitude simples, como desligar o celular enquanto faz uma refeição, é uma forma de se cuidar e apreciar o momento presente.
Terapia é fundamental para a saúde mental após o Covid-19
Sabemos que a terapia ainda é um privilégio para uma fatia da população. Mas, se puder investir nesse tipo de serviço, isso pode lhe auxiliar a enfrentar os problemas da vida e as questões emocionais. Existem diversos profissionais que prestam o serviço gratuitamente. Pesquise e informe-se!
Mantenha vínculos com pessoas queridas
O isolamento nos trouxe a ausência de familiares e amigos no cotidiano. Porém, sempre que possível, faça encontros virtuais, ligue ou mande mensagem para quem você se importa. Inclusive, se você conhecer alguém que esteja com alguma aflição ou doença emocional, tome a iniciativa e ofereça uma palavra amiga.
Fonte: Rosângela Casseano, psicóloga e diretora da PsicoPass – CRP 06/45001