Rubéola: sintomas, transmissão e prevenção

Saúde
14 de Setembro, 2022
Rubéola: sintomas, transmissão e prevenção

Você provavelmente já deve ter ouvido falar sobre a rubéola, uma condição que a princípio causa manchas vermelhas na face e atrás das orelhas, mas depois se espalha pelo corpo inteiro. Entenda mais a respeito da doença contagiosa:

O que é rubéola?

De acordo com a Dra Maria Isabel, infectologista pediatra do laboratório Delboni e consultora de vacinas da Dasa, a rubéola é uma doença viral de alta contagiosidade e transmitida pelo Rubella virus, do gênero Rubivirus. “Na época em que não havia vacina para a doença, essa infecção afetava geralmente crianças pequenas, especialmente em idade escolar”, conta.

Atualmente, existe uma vacina contra a rubéola que faz parte do calendário de vacinação brasileiro e que é muito eficaz para evitar o surgimento da doença e das suas complicações.

Como é a transmissão da rubéola?

A transmissão da rubéola acontece diretamente de pessoa para pessoa, por meio de gotículas de saliva e secreções respiratórias expelidas pelo doente ao falar, tossir ou respirar. “Em muitos casos, a pessoa contaminada pelo vírus pode seguir assintomática, mas ainda assim transmiti-lo a outros indivíduos”, conta a infectologista pediatra.

Além disso, é pouco comum acontecer a transmissão através do contato com objetos recém-contaminados por secreções de nariz, boca e garganta ou por sangue, urina ou fezes.

De acordo com a Dra Maria Isabel, o tempo médio de incubação (isto é, o período desde a exposição ao micro-organismo até o surgimento dos sintomas) é de 17 dias (mas pode variar entre 14 e 21). No entanto, a doença já se torna transmissível cinco a sete dias antes e depois do aparecimento dos sinais — com um risco maior dois dias antes e depois da aparição do primeiro exantema (erupção avermelhada na pele que pode ser acompanhada de manchas planas, pequenas vesículas ou bolhas).

Principais sintomas da rubéola

Segundo a especialista consultada, essa doença se manifesta por meio de alguns sintomas:

  • Febre;
  • Inchaço em gânglios linfáticos occipitais e cervicais (ou seja, localizados atrás das orelhas, na nuca e no pescoço);
  • Por fim, exantema (rash cutâneo), que começa na cabeça e vai descendo até os pés ao longo de três dias.

“Essa manifestação, em geral, não é considerada grave e é chamada de rubéola adquirida”, informa. Além disso, existem outros sintomas, como dor de cabeça, coriza, nariz entupido, dor ao engolir, mal-estar, dor muscular e nas articulações e olhos avermelhados e inflamados.

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Rubéola na gravidez é perigoso?

A infecção por rubéola na gravidez pode causar muitas complicações para a mãe, como aborto e natimorto (feto expulso morto). Além disso, as consequências para os recém-nascidos podem surgir com malformações congênitas (surdez, malformações cardíacas, lesões oculares, entre outras).

A Dra Maria Isabel confirma que a rubéola representa um quadro mais preocupante quando a paciente é uma gestante. “A transmissão vertical do vírus para o feto pode provocar a síndrome da rubéola congênita, que leva ao acometimento de tecidos e órgãos importantes, e acarreta inúmeras complicações, como catarata congênita, malformações cardíacas e uma série de outras anomalias graves”, reafirma.

Diagnóstico

Inicialmente, o diagnóstico de rubéola é feito clinicamente após a verificação da presença de sintomas como febre e exantema, especialmente em um indivíduo não vacinado.

Assim, para a confirmação do diagnóstico, a especialista comenta ser possível recorrer a dois tipos de exames:

  • Pesquisa do vírus na nasofaringe através de um swab;
  • Teste de sorologia para rubéola.

“Neste último, realiza-se a coleta de sangue para a detecção de anticorpos IgM e IgG contra a rubéola”, complementa. Além disso, em alguns casos, dependendo dos resultados, a infectologista explica ser necessário fazer uma segunda coleta duas semanas após a primeira para comparar os títulos de anticorpos IgG.

“Um resultado de IgM positivo na primeira coleta indica que estamos diante de uma infecção primária causada pelo vírus da rubéola”, ensina.

Como é feito o tratamento da rubéola?

Infelizmente, a rubéola é uma doença para a qual a medicina ainda não dispõe de um tratamento antiviral específico. No entanto, segundo a Dra Maria Isabel, podem ser prescritos alguns medicamentos para aliviar os sintomas, como analgésicos e antitérmicos. No mais, o corpo tende a combater o vírus por si só.

Como prevenir?

É importante frisar que a prevenção da rubéola é feita por meio da vacinação. De acordo com a médica, o imunizante é feito com vírus ativos atenuados, e ele faz parte da rotina vacinal de todas as crianças. A imunização é realizada em duas etapas:

  • A primeira dose é administrada aos doze meses de vida;
  • A segunda dose, aos quinze meses.

“Isso leva à proteção duradoura do indivíduo, sem que sejam necessários reforços durante a vida”, justifica. Porém, caso um adulto não tenha tomado a vacina com o componente da rubéola, ele pode tomá-la até os sessenta anos.

“Em geral, consideramos que indivíduos acima dessa idade nasceram em uma época em que todos tinham rubéola quando pequenos. Então, não se recomenda a vacinação nessa faixa etária”, lembra a especialista.

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Quanto tempo dura a rubéola?

A rubéola adquirida é uma doença muito leve e breve, com uma duração total estimada de três a cinco dias. A infectologista pediatra esclarece que por volta do terceiro dia, quando o exantema está chegando aos pés, a pele da face já começa a clarear.

“No entanto, a rubéola congênita representa realmente um risco, ou seja, o vírus encontra uma gestante suscetível que pode, então, desenvolver a doença e transmiti-la para o feto”, acrescenta.

Além disso, o vírus consegue provocar alterações nos tecidos em formação e, por essa razão, essa infecção pode resultar em sequelas para o resto da vida da criança.

Quais os f​​atores de risco? Tem cura?

Por fim, a Dra Maria Isabel comenta que a rubéola foi considerada eliminada no Brasil e não há registros recentes de circulação do vírus da rubéola nos últimos anos. Entretanto, essa doença ainda existe em outras partes do mundo.

“Por isso, é muito importante que haja uma manutenção da alta cobertura vacinal. Para evitar o risco de reintrodução da rubéola em nosso país, a cobertura vacinal deve ser mantida, idealmente, acima de 95% e, no mínimo, 90% da população acima de 1 ano deve ter recebido as duas doses do imunizante”, finaliza.

Fonte: Dra Maria Isabel, infectologista pediatra do Delboni e consultora de vacinas da Dasa.

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