Lesões da monkeypox: dá para diferenciá-las de outras doenças?

Saúde
31 de Agosto, 2022
Lesões da monkeypox: dá para diferenciá-las de outras doenças?

Umas das principais “marcas registradas” da varíola dos macacos são as feridas na pele, que surgem com outros sintomas: febre, dor muscular, fadiga, falta de ar e inchaço nos gânglios são os desconfortos que acompanham as lesões da monkeypox. No entanto, estes sintomas não são específicos e podem se confundir com outras infecções. Sobretudo as lesões, que são a área mais contagiosa da monkeypox. Com o aumento do número de casos, cresceu o desafio de realizar uma triagem correta: como saber que as lesões da infecção não são de outras doenças?

Veja também: Varíola dos macacos tem cura? Veja esta e outras dúvidas sobre a doença

Características das lesões da monkeypox

De acordo com Ana Karolina Barreto Marinho, membro do Departamento Científico de Imunização da ASBAI, as feridas da monkeypox são bem parecidas com a de outras infecções. Por exemplo, catapora, sífilis e até herpes-zóster podem confundir uma pessoa leiga. No entanto, o ciclo das feridas é diferente, algo que só um especialista pode identificar. “As lesões da monkeypox são profundas e bem circunscritas. Além disso, elas possuem estágios. Começam em formato de pápulas, evoluem para pequenas bolhas e depois se formam crostas até a cicatrização”, descreve. Ou seja, as feridas se parecem com espinhas e surgem de forma difusa ou em áreas específicas. As vesículas podem aparecer sobre a pele, e contêm líquido ou são sólidas e brancas, como se tivessem pus no interior. Cada fase dura, em média, 2 dias, com exceção da final, que perdura até 15 dias (fase das crostas e da cicatrização).

Exemplo de lesões da monkeypox. Foto: Reprodução/Journal of Infection.

Locais mais afetados pela infecção

“As lesões se localizam mais nas extremidades e podem afetar todo o corpo, incluindo a face, boca, palmas e plantas e órgãos genitais”, comenta a profissional da ASBAI. Às vezes, as marcas surgem primeiro em uma região e “pipocam” para outras em diferentes momentos da infecção. Outra características é que alguns machucados são bem sensíveis ao toque, dependendo da quantidade de lesões. É por isso que as pessoas ficam em dúvida, e é justamente que o auxílio médico deve acontecer logo nos primeiros sintomas. “Afinal, o perigo de transmissão só acaba quando as crostas das lesões desaparecem”, alerta Ana Karolina.

Como saber se realmente tenho lesões da monkeypox ou de outras doenças?

Até mesmo o olhar mais treinado pode ter dificuldade para diferenciar uma infecção da outra. Todavia, Ana Karolina explica que existe uma particularidade na monkeypox. “A febre é um sintoma comum e pode durar cerca de 5 dias. Quando a febre reduz, geralmente as lesões de pele se iniciam. Logo, esse padrão de febre seguido do aparecimento das lesões pode auxiliar no diagnóstico”, afirma.

A princípio, o teste para descobrir a monkeypox precisa da amostra da ferida, que concentra a proliferação do vírus. Também chamado PCR, o resultado demora aproximadamente 5 dias para ficar pronto. Nesse período, o médico aconselha o isolamento até receber o laudo. Caso seja positivo, a pessoa deverá se isolar por 21 dias, que é o ciclo de vida médio da monkeypox.

Como se proteger contra a infecção?

Em nota, o Ministério da Saúde recomenda o uso de máscaras para gestantes, puérperas, crianças e pessoas imunossuprimidas, sobretudo em locais com potencial de aglomeração, aeroportos e aviões. No entanto, tais orientações podem ser seguidas por todos, visto que a monkeypox afeta qualquer um. Outras medidas que auxiliam na prevenção:

  • Evitar o contato com pessoas suspeitas de contaminação ou confirmadas.
  • Reforçar os cuidados com a higiene, como lavar as mãos e manter o uso do álcool em gel.
  • Não dividir objetos pessoais com outras pessoas.
  • Utilizar preservativo nas relações sexuais.
  • Ao viajar, redobre a cautela e se informe sobre a situação da doença no país de destino.
  • Manter a máscara em locais fechados, como academias e transportes.

Fonte: Ana Karolina Barreto Marinho, membro do Departamento Científico de Imunização da ASBAI – Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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