Refluxo oculto: veja os sintomas que seu bebê pode apresentar

Gravidez e maternidade Saúde
31 de Agosto, 2022
Leticia Ramirez Naper de Souza
Revisado por
Nutricionista • CRN-3 63183
Refluxo oculto: veja os sintomas que seu bebê pode apresentar

Embora a expressão “refluxo oculto” tenha se popularizado entre as famílias e ganhado espaço nas redes sociais, ela é considerada leiga entre a comunidade médica e caminha para o desuso. No entanto, ainda é possível explicar o quadro que recebe esse nome e acalmar os pais que suspeitam da condição.

Assim, de acordo com pediatra Cristina Helena Targa Ferreira, presidente do Departamento Científico de Gastroenterologia da SBP, essa designação acontece quando a criança tem refluxo – como adultos –, mas não vomita assim como não regurgita.

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Os principais sintomas do refluxo oculto

Dessa forma, suspeita-se da condição quando o pequeno apresenta sintomas como:

  • Azia;
  • Náusea;
  • Dor de estômago (ou de barriga, por não saber localizar o incômodo);
  • Não se alimenta corretamente;
  • Excesso de salivação;
  • Movimentos mastigatórios contínuos;
  • Arrotos;
  • Soluços.

O quadro em crianças menores ainda pode ser associado a um sono turbulento, choro excessivo e irritabilidade. Isso porque elas ainda estão aprendendo a reconhecer a própria dor, além de como sinalizá-la para os seus cuidadores.

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Por que esse quadro acontece?

O refluxo oculto ocorre principalmente em bebês devido a uma soma de fatores. Por exemplo, seus mecanismos de defesa, capazes de protegê-los contra o refluxo, ainda são prematuros. “Além disso, eles têm um esfíncter entre o esôfago e o estômago que ainda é imaturo e não funciona muito bem, logo, eles vomitam com mais facilidade”, completa a Dra. Cristina.

Sabe-se que o quadro médico também se dá porque bebês são amamentados com frequência ao longo do dia. Portanto, eles estão sempre com o estômago cheio, o que favorece o refluxo.

“Por isso, com o passar do tempo, amadurecem esses mecanismos, a alimentação fica mais sólida bem como a posição da criança fica mais ereta. Assim, o refluxo diminui em frequência e fica menos sintomático”, detalha a pediatra Luciana Gualberto Rocha, parceira da Iron Saúde Digital.

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Os principais tratamentos para o refluxo oculto

Ainda de acordo com a especialista, a intervenção diante de um quadro de refluxo oculto em bebês divide-se em três. São elas:

  • Medidas posturais: recomenda-se elevar a cabeceira da cama em um ângulo de 30 a 45º e, na medida do possível, colocar o bebê deitado para o lado esquerdo mediante supervisão dos pais. Isso porque a orientação oficial é que o pequeno deve descansar de barriga para cima a fim de evitar a síndrome de morte súbita infantil;
  • Medidas dietéticas: se possível, o aleitamento materno deve ser mantido para o tratamento do refluxo oculto. No entanto, pode ser necessário reduzir a quantidade das mamadas para que fique menos alimento no estômago do pequeno. Isso também vale para bebês que usam fórmula infantil, ou seja, pode-se pensar em fracionar as mamadeiras. “Inclusive, elas devem ser tomadas com o pequeno em posição semi elevada e, depois, esperar pelo menos quarenta minutos para deitá-lo”, conclui Dra. Luciana;
  • Tratamentos medicamentosos: ele deve sempre ser prescrito por um médico e consiste no uso de remédios que inibem a secreção ácida proveniente do estômago. Além disso, especialistas também podem recomendar medicações que tonificam a válvula entre o esôfago e estômago.

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Quando o bebê começa a melhorar do refluxo oculto?

Para que seja possível responder essa pergunta, as duas especialistas explicam que primeiro é necessário diferenciar o tipo de refluxo apresentado pelo bebê. De acordo com a Dra. Cristina, divide-se o quadro infantil em refluxo da criança menor e refluxo da criança maior.

No primeiro caso, a tendência é que ele dure até por volta dos dois a três anos de vida. Depois disso, ele tende a melhorar porque o organismo infantil amadurece. Já o segundo é similar ao que é observado entre adultos, com períodos em que o refluxo está melhor e em outros pior. Dessa forma, ele não está ligado a maturidade dos órgãos do pequeno, mas a uma pré-disposição genética em ter a condição.

Assim, Dra. Luciane orienta: “A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) só deve ser considerada quando compromete a qualidade de vida do bebê. Afinal, existem aqueles que regurgitam de dez a 15 vezes ao dia, mas são felizes, não sentem desconfortos e nem choram excessivamente. No entanto, há também aqueles que quase não regurgitam e que possuem muitos outros sintomas tão estressantes quanto”.

Dessa forma, caso o pequeno apresente sintomas relacionados ao refluxo oculto, é fundamental que a família busque pelo pediatra que acompanha a família. Ele é quem conseguirá dar o diagnóstico correto do pequeno e passar as orientações corretas aos cuidadores em relação ao tratamento.

Fontes:

  • Dra. Cristina Helena Targa Ferreira, presidente do Departamento Científico de Gastroenterologia da SBP;
  • Dra. Luciana Gualberto Rocha, pediatra parceira da Iron Saúde Digital.

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