Como o horário das refeições influencia no refluxo?

Alimentação Bem-estar Saúde
16 de Maio, 2022
Como o horário das refeições influencia no refluxo?

O refluxo gastroesofágico (conhecido por muitos só pelo primeiro nome), é um dos problemas digestivos mais comuns entre a população ocidental — estima-se que 10% a 20% das pessoas sofram com ele. E você sabia que o horário das refeições pode piorar e até causar as crises de refluxo?

Queimação constante (azia), desconforto intenso na região do estômago e do esôfago, regurgitação, gosto amargo na boca e na garganta são alguns dos sintomas nada agradáveis do refluxo, que está totalmente ligado aos hábitos alimentares.

“Claro que é necessária uma investigação para identificar possíveis alterações na região, principalmente no esfíncter (músculo que controla a passagem entre o esôfago e o estômago)”, explica o gastrocirurgião e endoscopista Dr Eduardo Grecco, do Instituto EndoVitta.

Isso porque a principal característica da condição é a ida do ácido presente no estômago (líquido que ajuda na digestão dos alimentos) para o esôfago, que irrita o local e causa todos os desconfortos citados anteriormente.

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Qual a relação entre o horário das refeições e o refluxo?

De acordo com o médico, uma coisa tem tudo a ver com a outra. O principal exemplo é o costume de comer e ir deitar em seguida. “Fazer a última refeição muito tarde piora o refluxo. Pois imagine um copo cheio de água: quando você o tomba, ele espalha todo o conteúdo. A mesma coisa acontece com o estômago que está cheio de comida e ácido”, diz o especialista. Aí, aumentam as chances de tosse noturna e de despertar com a sensação de sufocamento.

O ideal, então, é esperar de duas a três horas para dormir. “Outra dica é aumentar a altura da cabeceira da cama, para que ela fique levemente inclinada, ou comprar um travesseiro próprio para quem tem refluxo”, aconselha o Dr Eduardo Grecco.

Além disso, ficar muitas horas em jejum pode ser ruim para a sua saúde digestiva, diz o médico. “O estômago produz ácido ao esperar pela comida. Quando ela não vem, há excesso de acidez no local.”

Por isso, é válido fazer pequenos lanches entre uma refeição e outra — nada muito volumoso, uma vez que exagerar nas quantidades também piora o refluxo. “No café da manhã, por exemplo, invista em um prato equilibrado e rico em nutrientes. Entre ele e o almoço, consuma uma fruta, uma barra de cereais ou água de coco — isto é, algo leve e fácil”, aconselha o profissional.

E se você jantar cedo, mas for dormir tarde, não tem problema comer alguma coisinha se a fome bater. Desde que seja um snack leve!

Outras dicas

No mais, o Dr Eduardo Grecco também recomenda não exagerar no chocolate, no café e no álcool (já que eles possuem substâncias que alteram o funcionamento do esfíncter). Além disso, é preciso evitar frituras. “Um frango à milanesa, por exemplo, provoca a formação de quatro vezes mais ácido no estômago do que um frango grelhado”, ressalta.

Por fim, nada de bebidas extremamente quentes, como chás ou chimarrão. Elas aumentam a dor e a sensação de queimação.

Fonte: Dr Eduardo Grecco, médico gastrocirurgião e endoscopista do Instituto EndoVitta.

Sobre o autor

Amanda Panteri
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em alimentação saudável.

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