Pólipos intestinais: o que são, sintomas e tratamento

Os pólipos no intestino (ou pólipos intestinais) surgem em aproximadamente 30% da população adulta acima de 50 anos e, geralmente, são benignos. No entanto, dependendo do tipo de pólipo, existe o risco de o mesmo se transformar em câncer. Saiba mais sobre essas pequenas protuberâncias que surgem no interior do intestino grosso logo abaixo:

O que são pólipos no intestino?

De acordo com Dr Tomazo Franzini, médico endoscopista do Delboni, laboratório de análises clínicas e de imagem da Dasa, os pólipos são alterações que ocorrem na superfície mucosa do intestino por proliferação excessiva das células, formando as pequenas estruturas arredondadas parecidas com as verrugas que surgem na pele.

Inicialmente, os pólipos são benignos, mas podem crescer e virar malignos. Por este motivo, é muito importante a remoção dos pólipos para prevenir o câncer.

Quais os tipos de pólipos intestinais?

Existem alguns tipos de pólipos, entretanto, o médico endoscopista informa que é preciso dividir os pólipos intestinais em quatro grupos principais. São eles:

• Adenomas: muito relacionados ao adenocarcinoma — principal câncer do intestino;
• Hiperplásicos: pólipos benignos sem risco de transformação maligna;
• Serrilhados: devem receber o mesmo tratamento do adenoma;
• Inflamatórios: estão associados à colite ulcerativa ou à doença de Crohn, que apresentam risco de câncer de intestino.

Quais as causas dos pólipos no intestino?

Segundo o Dr Tomazo Franzini, os pólipos surgem em decorrência de uma falha no processo natural de duplicação celular. “Isso gera uma proliferação desordenada, que em um segundo momento, seguido de diversas alterações, pode evoluir para o câncer”, explica.

Além disso, as mutações no intestino podem surgir ao longo da vida. Inclusive, pessoas acima dos 50 anos estão mais propensas ao desenvolvimento dos pólipos. Entretanto, há um risco ainda maior quando o problema é hereditário.

O paciente ainda pode apresentar os pólipos intestinais devido a condições como a Doença de Crohn, mas também por outros fatores de risco, como:

• Obesidade;
• Sedentarismo;
• Dieta (carne vermelha, ultraprocessados, preparo em altas temperaturas);
• Tabagismo;
• Alcoolismo;
• Idade maior que 50 anos;
• História pessoal ou familiar de câncer colorretal, ou pólipos colorretais;
• Doenças inflamatórias intestinais;
• Síndromes hereditárias;
• Diabetes tipo 2.

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Quais os sintomas dos pólipos no intestino?

Os pólipos no intestino, em sua grande maioria, não geram nenhum sintoma, de acordo com o nosso especialista consultado.

“Surgem sintomas exceto quando há alguma alteração de superfície que gere sangramento pelas fezes ou atinja um tamanho grande o suficiente para obstruir o intestino, gerando dor abdominal, náuseas, vômitos, distensão abdominal e parada da eliminação de gases e fezes”, ressalta.

Porém, importante saber que essas situações geralmente ocorrem quando já houve transformação do pólipo em câncer.

Sendo assim, quando os pólipos intestinais já estão mais desenvolvidos, os principais sintomas são:

• Mudança de hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre);
• Presença de sangue nas fezes, que pode ser visto a olho nu ou detectado em um exame de sangue oculto nas fezes;
• Dor ou desconforto abdominal, como gases e cólicas intestinais.

Como é o diagnóstico dos pólipos no intestino?

O médico endoscopista informa que o diagnóstico dos pólipos no intestino se dá por meio de alguns exames, dentre eles colonoscopia, tomografia e exame de fezes.

“Entretanto, não há dúvidas que o melhor deles é a colonoscopia, pois além de permitir diagnosticar lesões desde suas fases mais precoces, também nos permite a ressecção [retirada] deles”, complementa.

Com a colonoscopia, é possível observar o interior do intestino com a finalidade de identificar qualquer sinal de alteração, incluindo os pólipos.

Quais os tratamentos dos pólipos no intestino?

Os pólipos no intestino com indicação de ressecção (extração através de cirurgia) são tratados pela colonoscopia.

O Dr Tomazo Franzini lembra que existem diversas maneiras de fazê-lo, e isso é definido durante o exame de acordo com tamanho, localização, expertise do médico e disponibilidade de recursos do hospital.

Muitos dos pólipos intestinais vistos na colonoscopia podem ser completamente removidos durante o procedimento através da polipectomia.

Sem dúvidas, a colonoscopia é considerada o exame mais eficiente para a detecção dos pólipos, principalmente pela possibilidade de biópsia e/ou remoção das lesões durante o procedimento.

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Os pólipos voltam depois do tratamento?

Quando ressecados de maneira incompleta, o especialista informa que os pólipos podem crescer em meio à cicatriz do local onde foi retirado e, muitas vezes, isso só é descoberto no próximo exame de colonoscopia.

Novos pólipos também podem surgir em locais diferentes, ocorrendo em cerca de 30% dos indivíduos. Portanto, deve-se fazer o acompanhamento médico periódico para a investigação de novos pólipos.

Além disso, uma vez que o pólipo é removido totalmente, o seu reaparecimento não é comum, mas pode acontecer.

O pólipo intestinal pode virar câncer?

Muitas pessoas têm dúvidas se o pólipo intestinal pode virar câncer. De acordo com o médico endoscopista, os pólipos adenomatosos e serrilhados em sua história natural evoluem para o câncer: “a única dúvida é em quanto tempo isso ocorrerá. Por isso, é essencial realizar colonoscopias periódicas”, destaca.

Assim como os pólipos adenomatosos e serrilhados têm mais risco de evoluírem para o câncer, há outros fatores que também ajudam a estimar o risco de câncer. São eles:

• Pólipos maiores que 1cm são mais perigosos;
• Presença de mais de quatro pólipos adenomatosos;
• Existência de displasia de alto grau nos pólipos.

É possível ter câncer de intestino sem pólipos?

Por fim, o médico diz que isso é raro, mas pode ocorrer. Aliás, muitas pessoas acreditam que pólipos intestinais são sinônimos de câncer do intestino, mas é importante diferenciá-los.

Assim, o câncer de intestino é um tumor que se desenvolve no intestino grosso, chamado também de câncer do cólon e do reto.

Fonte: Dr. Tomazo Franzini, médico endoscopista do Delboni, laboratório de análises clínicas e de imagem da Dasa.