Quem tem pedra na vesícula pode comer ovo?
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A reeducação alimentar é essencial no tratamento da pedra na vesícula, também conhecida como colelitíase, em que ocorre o acúmulo de depósitos sólidos na vesícula biliar. Entre as recomendações, está a necessidade de evitar certos alimentos, o que frequentemente levanta dúvidas. Afinal, quem tem pedra na vesícula pode comer ovo?
A vesícula biliar, que está localizada próximo ao fígado, é responsável por armazenar bile — isto é, secreção que contribui para a digestão, a quebra de gorduras e a absorção de algumas vitaminas.
“A formação das pedras ocorre quando há um desequilíbrio na composição da bile, como excesso de colesterol ou bilirrubina. Dietas ricas em gorduras saturadas e pobres em fibras podem aumentar o risco de formação de cálculos biliares, pois contribuem para o desequilíbrio da bile”, explica a hepatologista e gastroenterologista Patrícia Almeida.
No caso do ovo, a preocupação está associada à presença do colesterol na gema, embora ele seja uma excelente fonte de proteína e nutrientes importantes para uma alimentação equilibrada. Entenda mais, a seguir, se pessoas com pedra na vesícula podem comer ovo e os cuidados necessários.
Leia também: Pedra na vesícula: o que comer (e o que evitar)?
Afinal, quem tem pedra na vesícula pode comer ovo?
De maneira geral, a resposta é sim, mas com ressalvas. O ovo é um alimento fonte de nutrientes como ômega 3, vitaminas do complexo B, proteínas e antioxidantes essenciais para manter uma boa saúde.
Normalmente, a pedra na vesícula é causada pelo consumo em excesso de alimentos gordurosos, como carnes vermelhas, laticínios, processados e alimentos fritos em geral. Por esse motivo, é necessário se atentar à forma como o ovo é preparado e a quantidade ingerida.
A gema contém aproximadamente 200 miligramas de colesterol, o que representa a maior parte do valor diário recomendado de 300 mg. Isso significa que consumir apenas um café da manhã com ovo pode exceder a quantidade de colesterol recomendada para um dia inteiro.
Por isso, de acordo com Patrícia, limitar a digestão a 1 ou 2 ovos por semana é a abordagem mais prudente para pessoas com cálculos biliares. “É importante equilibrar a dieta com outras fontes de nutrientes e monitorar quaisquer sintomas após o consumo de ovos para ajustar a dieta conforme necessário”, complementa.
Qual a melhor forma de comer ovo?
A moderação é a principal orientação quanto ao consumo de ovo. Quando combinado com uma dieta mais equilibrada, acompanhada de frutas, vegetais e grãos integrais, você pode limitar a ingestão de colesterol e aproveitar os nutrientes que ele oferece. Também é essencial evitar o consumo de creme, carnes gordurosas e manteiga.
Além disso, a preparação também é fundamental para prevenir problemas. A maneira mais saudável de consumi-lo é na forma cozida ou pochê, uma vez que são feitos apenas com água.
Por outro lado, o ovo frito é a pior alternativa para pessoas com cálculo biliar, também em função do óleo de cozinha utilizado, que eleva substancialmente seu conteúdo calórico e de gorduras saturadas e trans.
Dieta para pedra na vesícula: cuidados
De acordo com Patrícia, pessoas com cálculos biliares, além de consumirem ovo com moderação, devem observar como o corpo reage. “Indivíduos que experimentam dor abdominal, náuseas ou outros sintomas digestivos após consumir ovos devem considerá-los como um potencial gatilho e evitar seu consumo”, aponta a especialista.
Pessoas com alta sensibilidade a alimentos ricos em colesterol podem ser aconselhadas a evitar ovos. Além disso, pacientes que precisam reduzir a ingestão de colesterol devem seguir as orientações médicas, evitando alimentos que possam agravar a condição da vesícula biliar.
Se for aconselhável evitar ovos, você pode escolher alternativas ricas em proteínas, como carnes magras, peixe, frango e leguminosas como feijão e lentilha. Ainda mais, produtos de soja como tofu e tempeh são boas opções. Outras fontes importantes de proteína incluem laticínios como leite, queijo e iogurte, bem como nozes e sementes, segundo Patrícia.
“Essas opções fornecem proteínas essenciais, vitaminas e minerais necessários para uma dieta equilibrada sem comprometer a saúde da vesícula biliar”, finaliza a especialista.
Referências:
- Texas A&M University- Vital Record: Gallbladder 101
- Harvard University Medical School- Harvard Health Publishing: Attack of the Gallstones
- Harvard University Medical School – Harvard Health Publishing: Eggs, the nutrition source
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