Flebite: Conheça causas, sintomas e tratamentos
Talvez você já tenha ouvido falar em trombose, uma formação de coágulos na camada mais profunda de veias ou artérias. Mas será que conhece a flebite? Pois essa inflamação costuma confundir muita gente por ser parecida com a trombose. Tanto que é conhecida também como tromboflebite.
“Flebite é uma formação de trombo. Ou seja, um coágulo de sangue, no sistema venoso superficial (veias subcutâneas visíveis através da pele), o que causa uma inflamação no local”, explica a angiologista Alane Miranda Leite, que atua no Hospital Anchieta de Brasília. Esse processo pode ainda aumentar e acabar se espalhando ao longo do trajeto da veia.
De acordo com a médica, essa inflamação se divide em dois tipos: a tromboflebite superficial, que causa a formação do trombo; e a tromboflebite supurativa, associada a um processo infeccioso.
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Causas e fatores de risco
Em geral, a flebite é uma doença benigna e autolimitada que afeta os membros inferiores, aparecendo raramente em outras partes do corpo. Costuma ocorrer com mais frequência em mulheres, pessoas com câncer e doenças reumatológicas, mas qualquer pessoa pode manifestar a condição.
Entre as possíveis causas estão lesão vascular (como acessos venosos em pacientes internados), punções de veias para coleta de exames e aplicação de alguns tipos de medicações injetáveis em veias periféricas.
Além disso, o problema pode surgir por conta de alterações na constituição do sangue, pouca hidratação (que muda a viscosidade sanguínea favorecendo a formação de coágulos), presença de varizes de grosso calibre (mais dilatadas) e predisposição genética. Sedentarismo, cigarro e obesidade também são fatores que contribuem para aumentar os riscos.
Com relação aos sintomas, Alane aponta que os mais comuns são dor intensa local associada ao calor e vermelhidão. Bem como surgimento de uma espécie de cordão endurecido no caminho da veia e doloroso ao toque. Quando se desenvolve em veias mais profundas, a flebite pode causar uma cor avermelhada mais discreta e algum inchaço.
Importante dizer que, ao notar os sintomas, é necessário buscar ajuda médica. Pois a condição pode levar a complicações como trombose venosa profunda ou embolia pulmonar.
Diagnóstico e tratamento da flebite
“O diagnóstico é feito, inicialmente, por uma suspeita clínica em pacientes com os sintomas. Mas é confirmado por uma US (ultrassom) com doppler da região”, esclarece Alane. “É sempre mandatório realizar o doppler porque esse trombo no sistema venoso superficial pode se estender para o sistema venoso profundo, o que pode ter complicações mais sérias.”
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Tratamento da flebite
Com relação ao tratamento, segundo a angiologista, é feito o uso de anti-inflamatórios para controlar a dor. Além disso, compressas mornas na região — que ajudam a desfazer os trombos — e cremes com componentes de heparina.
“Se após o US doppler houver indicação de comprometimento de sistema venoso profundo, pelo risco de evoluir para embolia pulmonar esse paciente deve usar anticoagulantes (remédios para afinar o sangue)”, completa.
Para prevenir o surgimento da flebite, Alane sugere manter a saúde vascular sempre em dia com tratamento de varizes de grosso calibre. “São fatores predisponentes, além de poder evoluir para sangramento e presença de úlceras na região”. Ademais, é importante evitar punções venosas sempre que possível, optando por medicações via oral e deixando medicações endovenosas para casos selecionados.
“Em ambiente hospitalar, para prevenir flebite, a enfermagem já tem o costume de, a cada três dias, trocar o acesso venoso periférico justamente para não inflamar cronicamente. Existem também alguns medicamentos que não são administrados em veias periféricas, sendo obrigatório a passagem de acessos venosos em veias centrais (que levam diretamente sangue ao coração) para a administração do mesmo”, finaliza.
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