Erisipela: O que é, sintomas e principais causas

Saúde
26 de Janeiro, 2023
Erisipela: O que é, sintomas e principais causas

Com o aumento da temperatura, cresce também os riscos de complicações. Os dias de calor podem aumentar a incidência de micoses e picadas de inseto. Consequentemente, podem surgir lesões que servem como portas de entrada de bactérias que causam a erisipela. O alerta é da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) que faz um aviso: essa doença, sem tratamento adequado, pode gerar complicações graves e até mesmo ser fatal.

O que é erisipela?

A erisipela é uma condição inflamatória que atinge tanto a camada mais superficial da pele quanto o tecido adiposo subcutâneo, um processo que também envolve os vasos linfáticos. Assim, trata-se, de acordo com a dermatologista Ana Paula Mantoan, da Clínica Healphy, de uma forma mais externa de celulite. Costuma acometer pessoas com diabetes, obesidade, com baixa imunidade ou má circulação e pessoas acima dos 50 anos, cuja circulação venosa e linfática estão debilitadas. 

A doença não é contagiosa, pois é causada por bactérias. Principalmente a Streptcoccus pyogenes, que penetram na pele por uma porta de entrada em qualquer área do corpo, sendo a mais comum os membros inferiores. Assim, dificulta o retorno do sangue e da linfa (vasos linfáticos). “Exemplos de porta de entrada são úlceras, micoses de unhas, frieiras, picadas de inseto, manipulação inadequada das unhas, lesão de acne ou até mesmo um corte”, detalha Ana Paula. 

Sintomas

A médica informa também que a instalação e a evolução do quadro são rápidas, com sintomas de infecção. Entre eles mal-estar, fadiga, febre e calafrios, surgimento de endurecimento, inchaço e sensação de ardor na pele, bem como feridas avermelhadas e doloridas. 

Algumas pessoas também podem sofrer diarreia, vômito e desidratação. Com a progressão da erisipela, sem o tratamento adequado, o paciente pode apresentar bolhas incômodas e dolorosas ou feridas conhecidas como necrose, por conta da morte das células do tecido.

Diagnóstico e tratamento da erisipela

Adriana Vilarinho, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia (AAD), afirma que a erisipela pode ser diagnosticada por meio de uma análise clínica. Ou seja, da observação dos sintomas. “Não há, geralmente, a necessidade de realizar outros exames específicos.”

O tratamento no estágio inicial é feito em casa a partir do uso de antibióticos orais, anti-inflamatório, remédios para a febre, repouso absoluto, elevação do membro afetado e higiene adequada. “Quando o quadro é mais grave, necessita de internação para administração endovenosa do antibiótico e observação do paciente”, completa Ana Paula. 

Tomando esses cuidados, a condição pode ser completamente curada. Além disso, vale ressaltar a importância da prevenção para evitar o desenvolvimento da doença. São medidas como cuidar corretamente de quaisquer ferimentos na pele. Assim, evitando uma possível infecção, enxugar bem os pés para evitar a proliferação de fungos e tratar doenças dermatológicas como micoses e frieiras “Usar meias elásticas, utilizar instrumentos de manicure e pedicure sempre esterilizados, não expor os pés a ambientes com riscos de contaminação, entre outras situações que favoreçam a entrada da bactéria”, conclui Ana Paula.

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Cuidados durante o verão

Como as bactérias causadoras da erisipela são contraídas através de pequenos cortes ou ferimentos, nas altas temperaturas é preciso um olhar mais atento. “Durante o verão, as lesões de pele – em especial a micose interdigital – são mais frequentes e favorecem a entrada de bactérias causadoras de erisipela. Por isso, é preciso enxugar bem as áreas úmidas do corpo, principalmente entre os dedos, ter cuidado com cutículas e unhas e manter a higiene”, explica Sergio Belczak, angiologista e cirurgião vascular. 

O angiologista recomenda ainda criar o hábito de examinar os pés, a fim de encontrar frieiras e outros ferimentos; utilizar repelentes para evitar as picadas de insetos; e manter sapatos e meias bem higienizados, assim como o box do banheiro, para evitar a proliferação de fungos.

Fontes: Adriana Vilarinho, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia (AAD) e Sergio Belczak, angiologista, cirurgião vascular e membro da diretoria da SBACV.

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