Ferritina alta: o que comer, sintomas e como tratar

Saúde
15 de Julho, 2022
Ana Renata de Godoy Ferreira
Revisado por
Enfermeira • COREN SP - 87.661
Ferritina alta: o que comer, sintomas e como tratar

A ferritina é uma proteína produzida no fígado e que atua no armazenamento de ferro no corpo. Por isso, quando a ferritina está alta, pode ser um sinal de que há excesso do mineral no organismo. Mas é claro que nem sempre é assim, e a questão pode ter outras causas (aliás, tem até relação com a Covid!). Saiba tudo sobre a seguir:

Ferritina alta: o que significa

O que é a ferritina?

Como já explicado anteriormente, a ferritina é uma proteína produzida pelo nosso fígado cuja principal função é armazenar ferro no organismo — mineral importante para a fabricação de hemoglobina e mioglobina, que ajudam no transporte de oxigênio pelo sangue. Ela é uma macromolécula, e cada uma consegue carregar até quatro mil átomos de ferro de uma só vez!

Cerca de 70% do ferro no nosso organismo pode ser encontrado na hemoglobina; enquanto os 30% restantes geralmente se incorporam à ferritina.

É por isso que o exame que mede os níveis de ferritina pode ser útil para determinar a falta ou o excesso de ferro no organismo. Mas ele geralmente é associado a outros testes, como a dosagem de ferro sérico e o hemograma, para que o diagnóstico seja mais preciso.

Como saber se a ferritina está alta? Valores de referência

Os valores de referência da ferritina sérica podem variar de acordo com o laboratório e fatores como idade, sexo, gravidez e outras condições. Mas geralmente ficam entre:

  • 23 a 336 ng/mL em homens adultos;
  • 12 a 306 ng/mL em mulheres adultas.

Ferritina alta. O que pode ser?

A ferritina aumentada pode indicar excesso de ferro no organismo. Mas para ter certeza disso, geralmente são realizados também os outros exames já citados, além de transferrina e ressonância magnética abdome tipo FerriScan.

Ferritina alta sem o aumento do ferro

Nem sempre os níveis de ferro acompanham os da ferritina, sabia? Existem casos nos quais o primeiro está adequado, enquanto o segundo está alto.

A questão pode estar associada a processos inflamatórios, por isso, pode ser um sinal de doenças como Covid, gripe ou até mesmo câncer. Outras condições que aumentam a ferritina, mas não o ferro, são

  • Alcoolismo;
  • Hepatite (inflamação do fígado);
  • Esteatose (acúmulo de gordura no fígado);
  • Obesidade;
  • Mau funcionamento do metabolismo;
  • Anemia;
  • Problemas nos rins;
  • Leucemia (câncer que atinge os glóbulos brancos);
  • Doença de Hodgkin (câncer do sistema linfático);
  • Uso excessivo de suplemento de ferro;
  • Hemocromatose (doença genética que causa o acúmulo excessivo de ferro no organismo);
  • Tireotoxicose (excesso de hormônio tiroidiano);
  • Infarto.

Principais sintomas da ferritina alta

Quem sofre com essa condição tende a sentir dores nas articulações, cansaço e possivelmente falta de ar, bem como dores abdominais. Quando o problema é o excesso de ferro, outros sinais podem aparecer:

  • Perda de peso;
  • Dores em articulações;
  • Queda de cabelo;
  • Impotência;
  • Alterações no ciclo menstrual;
  • Arritmias;
  • Inchaço;
  • Atrofia testicular.

Leia também: Bons níveis de ferro no sangue podem retardar o envelhecimento

É possível tratar essa condição?

O tratamento pode variar de acordo com a sua causa. Porém, em geral, o tratamento se dá por meio de mudanças na alimentação. Por exemplo, com a alta da proteína, recomenda-se evitar alimentos ricos em ferro e em vitamina C, pois ela atua na absorção do mineral no corpo.

Quais especialistas procurar?

  • Hematologista: estuda, faz diagnóstico e trata alterações e doenças do sangue e de órgãos. Por isso, é capaz de identificar as causas do distúrbio a apontar o correto tratamento;
  • Endocrinologista: trata doenças relacionadas com os hormônios e o metabolismo;
  • Gastroenterologista: se ocupa do estudo, diagnóstico e tratamento clínico das doenças do aparelho digestivo;
  • Nutricionista: profissional poderá receitar a melhor dieta para o seu caso, levando em conta a causa da alta na ferritina.

Ferritina alta: o que comer

Leia mais: Ferro durante a gravidez: Importância e porque consumir

No entanto, assim como existem os alimentos cujo consumo é mais recomendado, também têm aqueles que é melhor evitar, por exemplo a carne vermelha, o brócolis e outros vegetais de cor escura, folhas verdes (espinafre, couve e mais) e alimentos ricos em vitamina C, como as frutas cítricas.

E quando a ferritina está baixa?

A ferritina baixa é mais comum entre as mulheres e pode levar ao desenvolvimento de um quadro de anemia, portanto, os sintomas das duas condições são similares.

Ou seja, a baixa da ferritina pode causar, por exemplo, a sensação de fraqueza e a falta de disposição (fadiga). Não só, outros sintomas típicos são:

  • Dificuldade de concentração (crianças podem apresentar baixo rendimento na escola, por exemplo);
  • Unhas fracas e palidez;
  • Sonolência;
  • Perda de memória;
  • Falta de apetite (pouca fome);
  • Queda de cabelo;
  • Dores de cabeça e tontura.

Em geral, para o diagnóstico é preciso fazer exames de sangue. Ainda, mais raramente, pode ser necessário fazer o exame de medula óssea.

O que pode causar a ferritina baixa?

Não existe uma causa única, portanto, ela pode resultar de diferentes condições pré-existentes, como o hipotireoidismo, bem como pode ser um efeito colateral de uma alimentação pobre em nutrientes. Por exemplo, o hipotireoidismo pode indiretamente provocar a ferritina baixa. Não só, a disbiose intestinal, um desequilíbrio da microbiota do intestino, também pode acarretar o problema.

A anemia pode ser um efeito colateral da ferritina baixa, porém, pode também ser sua causa. Além disso, sangramentos gastrointestinais, bem como o sangramento menstrual intenso, podem provocar esse quadro. Porém, a causa dessa condição também pode ter relação com a alimentação. Mais especificamente, com a falta da ingestão de alimentos ricos em ferro e vitamina C. No entanto, é possível que o corpo apresente dificuldade em absorver o ferro dos alimentos.

Fontes/bibliografia

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Sobre o autor

Nathália Lopes
Estagiária de Jornalismo

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