Ferritina alta: o que comer, sintomas e como tratar
A ferritina é uma proteína produzida no fígado e que atua no armazenamento de ferro no corpo. Por isso, quando a ferritina está alta, pode ser um sinal de que há excesso do mineral no organismo. Mas é claro que nem sempre é assim, e a questão pode ter outras causas (aliás, tem até relação com a Covid!). Saiba tudo sobre a seguir:
Ferritina alta: o que significa
O que é a ferritina?
Como já explicado anteriormente, a ferritina é uma proteína produzida pelo nosso fígado cuja principal função é armazenar ferro no organismo — mineral importante para a fabricação de hemoglobina e mioglobina, que ajudam no transporte de oxigênio pelo sangue. Ela é uma macromolécula, e cada uma consegue carregar até quatro mil átomos de ferro de uma só vez!
Cerca de 70% do ferro no nosso organismo pode ser encontrado na hemoglobina; enquanto os 30% restantes geralmente se incorporam à ferritina.
É por isso que o exame que mede os níveis de ferritina pode ser útil para determinar a falta ou o excesso de ferro no organismo. Mas ele geralmente é associado a outros testes, como a dosagem de ferro sérico e o hemograma, para que o diagnóstico seja mais preciso.
Como saber se a ferritina está alta? Valores de referência
Os valores de referência da ferritina sérica podem variar de acordo com o laboratório e fatores como idade, sexo, gravidez e outras condições. Mas geralmente ficam entre:
- 23 a 336 ng/mL em homens adultos;
- 12 a 306 ng/mL em mulheres adultas.
Ferritina alta. O que pode ser?
A ferritina aumentada pode indicar excesso de ferro no organismo. Mas para ter certeza disso, geralmente são realizados também os outros exames já citados, além de transferrina e ressonância magnética abdome tipo FerriScan.
Ferritina alta sem o aumento do ferro
Nem sempre os níveis de ferro acompanham os da ferritina, sabia? Existem casos nos quais o primeiro está adequado, enquanto o segundo está alto.
A questão pode estar associada a processos inflamatórios, por isso, pode ser um sinal de doenças como Covid, gripe ou até mesmo câncer. Outras condições que aumentam a ferritina, mas não o ferro, são
- Alcoolismo;
- Hepatite (inflamação do fígado);
- Esteatose (acúmulo de gordura no fígado);
- Obesidade;
- Mau funcionamento do metabolismo;
- Anemia;
- Problemas nos rins;
- Leucemia (câncer que atinge os glóbulos brancos);
- Doença de Hodgkin (câncer do sistema linfático);
- Uso excessivo de suplemento de ferro;
- Hemocromatose (doença genética que causa o acúmulo excessivo de ferro no organismo);
- Tireotoxicose (excesso de hormônio tiroidiano);
- Infarto.
Principais sintomas da ferritina alta
Quem sofre com essa condição tende a sentir dores nas articulações, cansaço e possivelmente falta de ar, bem como dores abdominais. Quando o problema é o excesso de ferro, outros sinais podem aparecer:
- Perda de peso;
- Dores em articulações;
- Queda de cabelo;
- Impotência;
- Alterações no ciclo menstrual;
- Arritmias;
- Inchaço;
- Atrofia testicular.
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É possível tratar essa condição?
O tratamento pode variar de acordo com a sua causa. Porém, em geral, o tratamento se dá por meio de mudanças na alimentação. Por exemplo, com a alta da proteína, recomenda-se evitar alimentos ricos em ferro e em vitamina C, pois ela atua na absorção do mineral no corpo.
Quais especialistas procurar?
- Hematologista: estuda, faz diagnóstico e trata alterações e doenças do sangue e de órgãos. Por isso, é capaz de identificar as causas do distúrbio a apontar o correto tratamento;
- Endocrinologista: trata doenças relacionadas com os hormônios e o metabolismo;
- Gastroenterologista: se ocupa do estudo, diagnóstico e tratamento clínico das doenças do aparelho digestivo;
- Nutricionista: profissional poderá receitar a melhor dieta para o seu caso, levando em conta a causa da alta na ferritina.
Ferritina alta: o que comer
- Leite e derivados (fontes de cálcio);
- Café;
- Chás com ou sem cafeína, a exemplo do chá verde;
- Maçã (contém pectina);
- Pera;
- Banana;
- Melão;
- Mamão;
- Chocolate amargo (fonte de antioxidantes).
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No entanto, assim como existem os alimentos cujo consumo é mais recomendado, também têm aqueles que é melhor evitar, por exemplo a carne vermelha, o brócolis e outros vegetais de cor escura, folhas verdes (espinafre, couve e mais) e alimentos ricos em vitamina C, como as frutas cítricas.
E quando a ferritina está baixa?
A ferritina baixa é mais comum entre as mulheres e pode levar ao desenvolvimento de um quadro de anemia, portanto, os sintomas das duas condições são similares.
Ou seja, a baixa da ferritina pode causar, por exemplo, a sensação de fraqueza e a falta de disposição (fadiga). Não só, outros sintomas típicos são:
- Dificuldade de concentração (crianças podem apresentar baixo rendimento na escola, por exemplo);
- Unhas fracas e palidez;
- Sonolência;
- Perda de memória;
- Falta de apetite (pouca fome);
- Queda de cabelo;
- Dores de cabeça e tontura.
Em geral, para o diagnóstico é preciso fazer exames de sangue. Ainda, mais raramente, pode ser necessário fazer o exame de medula óssea.
O que pode causar a ferritina baixa?
Não existe uma causa única, portanto, ela pode resultar de diferentes condições pré-existentes, como o hipotireoidismo, bem como pode ser um efeito colateral de uma alimentação pobre em nutrientes. Por exemplo, o hipotireoidismo pode indiretamente provocar a ferritina baixa. Não só, a disbiose intestinal, um desequilíbrio da microbiota do intestino, também pode acarretar o problema.
A anemia pode ser um efeito colateral da ferritina baixa, porém, pode também ser sua causa. Além disso, sangramentos gastrointestinais, bem como o sangramento menstrual intenso, podem provocar esse quadro. Porém, a causa dessa condição também pode ter relação com a alimentação. Mais especificamente, com a falta da ingestão de alimentos ricos em ferro e vitamina C. No entanto, é possível que o corpo apresente dificuldade em absorver o ferro dos alimentos.