Parar de amamentar pode ser uma experiência difícil, pois mãe e bebê estão encerrando uma forma importante de vínculo. Contudo, se feito no momento certo, o desmame gradual – também chamado de desmame gentil – respeita a natureza dos envolvidos e não impõe muitos desafios.
A dúvida mais comum entre as mamães é a hora certa de encerrar a amamentação. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a amamentação deve ser exclusiva até os seis meses de vida e seguir como uma complementação da dieta até os dois anos de idade. Ou seja, durante os primeiros seis meses de vida, o bebê realmente precisa se alimentar exclusivamente do leite materno, pois é uma fase vital para seu desenvolvimento saudável.
Na vida real, amamentar pode durar mais ou menos tempo do que isso, o que depende da rotina da mãe, da demanda do bebê, de como a criança passou pela introdução alimentar, entre outras variantes.
Após iniciar a introdução alimentar (depois dos seis meses), a mãe poderá planejar o desmame gradual. Como o próprio nome sugere, o desmame deve acontecer aos poucos, quando a criança já está consumindo outras fontes de alimentos e torna-se menos dependente do leite materno. Desse modo, as ofertas do seio podem ficar mais espaçadas.
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E se a amamentação traz dúvidas, o desmame traz ainda mais. Mas afinal, quando fazê-lo? “Quando mãe e bebê sentirem que é o momento exato”, afirmou Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra.
Assim, primeiro, é preciso entender a rotina da mãe e do bebê para que o desmame gradual seja confortável. Quando as mamadas já estiverem menos frequentes ao longo do dia, há algumas estratégias úteis:
Perto do horário de mamar, ofereça um lanchinho ou um alimento para o bebê. Se você mesma puder fazê-lo, tente comer com o bebê para preservar o momento juntos.
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Deixar a criança por menos tempo no peito costuma ser eficaz durante o desmame. Por isso, se for o costume for inserido dia após dia, o bebê se acostuma e passa a pedir menos o seio.
É normal a mãe dar o peito quando o bebê chora por algum motivo com o objetivo de acalmá-lo. Mas se o bebê estiver agitado e não pedir “o mamá”, utilize outras formas para entretê-lo: dar colo, atenção ou assistir com ele um desenho favorito, entre outras atividades recreativas.
Se a criança pedir o peito a toda hora, deixe claro que ela só vai mamar depois que você concluir uma atividade, após ela tomar banho ou perto de dormir, e por aí vai. Aos poucos, a criança compreende que irá mamar em momentos específicos da rotina e se adapta ao processo.
Estar cercada de pessoas acolhedoras durante o desenvolvimento da criança é fundamental para toda mãe. No desmame gradual, por exemplo, ter um companheiro, companheira ou familiar para ajudar a dividir a atenção do bebê é uma excelente forma de driblar uma mamada extra. Principalmente se a criança acordar durante a noite — no lugar da mãe, o pai ou outra companhia pode cumprir esse papel.
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A mãe precisa estar pronta para o desmame gradual, e não ser influenciada por pressão externa. Muitas vezes, a mãe precisa voltar a trabalhar depois de uma licença-maternidade e quer aproveitar todos os momentos com o bebê, e a amamentação é um deles. Assim, inicie o desmame quando estiver confortável.
O desmame pode ocorrer de algumas formas:
“Sempre pergunto para a mãe qual é a sua expectativa em relação ao desmame. Se ela acha que o bebê vai dormir melhor e a noite toda porque pegou a mamadeira, pode se decepcionar porque não é uma regra que isso vá acontecer. Se optar por interromper o aleitamento, a mulher deve se sentir segura de que o vínculo com o bebê não vai mudar por conta disso. Para que o processo seja isento de traumas, a enfermeira obstetra indica que a mãe não ofereça o seio, mas também não recuse se o bebê procurar”, afirmou Cíntia.
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