Como tratar a depressão pós-parto durante a amamentação?
A chegada de um bebê promove profundas transformações na vida de uma mulher. Desse modo, se ela não puder contar com uma rede de apoio, problemas como a depressão pós-parto podem interferir na amamentação. Saiba mais:
O que é a depressão pós-parto
A depressão pós-parto é um dos grandes riscos que as novas mamães correm. Além disso, alguns fatores podem aumentar a chance do problema:
- Falta de apoio da família e amigos;
- Estresse;
- Falta de planejamento da gravidez;
- Depressão já diagnosticada anteriormente;
- Histórico de transtornos mentais na família.
Por isso, é preciso ficar de olho nos sintomas. Sentimento de culpa, insônia ou excesso de sono, cansaço extremo e, em casos mais graves, vontade de fazer mal ao bebê ou a si própria são alguns deles. Por rejeitar a criança, a mulher com depressão pós-parto pode querer evitar a amamentação.
Superar essa tristeza é essencial para a saúde da mãe e para o seu relacionamento com o filho. Por isso, existem estratégias que podem ajudar, como: fazer terapia, procurar apoio familiar, distrair-se com atividades de lazer, repousar, fortalecer a autoestima e reconhecer e aceitar as mudanças na gravidez.
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Como a depressão pós-parto afeta a amamentação
A chegada de um novo membro muda completamente a rotina de uma família. Se a mãe não contar com uma boa rede de apoio, pode se sentir sobrecarregada e cansada. Assim, todas essas questões podem causar ansiedade e estresse na mulher, e o quadro pode evoluir para a depressão pós-parto.
O problema é que esses sentimentos aumentam a produção de radicais livres no cérebro. Desse modo, a prolactina — hormônio que estimula a produção de leite — tem sua ação prejudicada, já que também é fabricada por uma glândula localizada no órgão.
Além disso, quando a saúde mental da mulher não está equilibrada, ela provavelmente sofrerá com a desregulação de inúmeros hormônios. Entre eles, estão o estradiol, a testosterona e os hormônios tireoidianos que, em excesso, afetam a prolactina. “Sem contar que a privação de sono aumenta os níveis de cortisol e diminui os de melatonina no organismo, o que também atrapalha o aleitamento”, explica Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista.
O que fazer
De acordo com a médica, em um primeiro momento, é preciso cuidar da mãe. Ela deve receber todos os tratamentos adequados para retomar a saúde mental (seja com psicoterapia ou até medicação). Nessa fase, o pequeno pode ser alimentado com fórmulas indicadas pelo pediatra.
Depois, quando a mulher já está curada, começa o processo de relactação: uma minúscula sonda é conectada ao bico do peito, por onde sai o leite preparado com a fórmula. Desse modo, o recém-nascido suga a mama, e o estímulo, aos poucos, promove a lactação novamente.
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Fonte: Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista membro da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP). Ela faz parte do corpo clínico do hospital Albert Einstein.