Calorias ou lista de ingredientes: o que priorizar?
Na hora das compras no supermercado, a maioria das pessoas fica de olho em duas informações sobre os produtos: as calorias e a lista de ingredientes. Contudo, quando o item é bom em uma coisa, mas não em outra, o que escolher: um alimento com poucas calorias, mas uma lista de ingredientes duvidosa; ou algo mais saudável, mas com um valor energético alto?
A seguir, a nutricionista Luísa Ozorio, professora do curso de Nutrição da Estácio, nos ajuda a entender melhor:
Industrializado não é sinônimo de prejudicial à saúde
A principal recomendação de especialistas e órgãos de saúde é sempre priorizar os alimentos in natura — a tal “comida de verdade”, afirma a nutri. No entanto, no dia a dia, é comum apostarmos em alguns industrializados por conta da praticidade que eles oferecem.
E isso não é necessariamente ruim, sabia? “Antigamente, alimento industrializado era sinônimo de altos teores de açúcar, sal, gordura e ingredientes de nomes desconhecidos. Hoje, a realidade já é diferente”, explica a profissional.
De acordo com Luísa Ozorio, a indústria alimentícia anda percebendo a preferência dos consumidores por produtos mais saudáveis. Por isso, investe mais em opções feitas com ingredientes naturais e melhores métodos de preparo e conservação.
O resultado? Atualmente, já é perfeitamente possível seguir uma dieta saudável que inclua alternativas industrializadas! Alguns exemplos de itens que cabem perfeitamente na alimentação balanceada são iogurtes naturais, chocolate amargo, suco de uva integral, pão integral, tapioca, aveia… E por aí vai!
O problema aparece quando precisamos decidir entre uma coisa e outra: calorias ou lista de ingredientes. O que fazer?
Calorias ou lista de ingredientes?
A professora do curso de Nutrição diz que a resposta é individual, ou seja, depende do objetivo de cada pessoa. Quem preza pela saudabilidade, possui algum tipo de restrição alimentar (como intolerância ao glúten) ou convive com alguma doença (hipertensão ou diabetes, por exemplo), deve prestar atenção na lista de ingredientes.
Isso porque muitos alimentos que são baixos em calorias ou se dizem “light” e “diet” podem conter ingredientes que prejudicam a saúde e até trazem riscos mais sérios.
“Um bom exemplo é o dos refrigerantes zero calorias, que apesar de não engordarem, possuem uma grande quantidade de sódio — que promove retenção de líquidos e pode ser prejudicial para indivíduos com pressão alta”, complementa.
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E no caso das calorias?
Por outro lado, se você está fazendo uma dieta mais restritiva com o objetivo de perder peso, vale ficar de olho na quantidade de calorias que cada produto carrega.
“As calorias devem ser mais observadas por pessoas com necessidade de redução de peso. Atualmente, mais da metade da população adulta no Brasil encontra-se nesse grupo.”
Em todo caso, é importante evitar itens com listas de ingredientes extensa, cheias de nomes desconhecidos e aditivos. “Os aditivos são substâncias químicas utilizadas pela indústria de alimentos para melhorar cor, sabor, aroma e conservação. Geralmente não sabemos ao certo o impacto que eles podem gerar na nossa saúde, então é melhor evitar”, recomenda a especialista.
Portanto, priorize os alimentos com ingredientes naturais conhecidos. É importante lembrar que eles se encontram em ordem decrescente de quantidade na lista, isto é, o primeiro item é sempre o de maior quantidade.
Fonte: Luísa Ozorio, nutricionista e professora do curso de Nutrição da Estácio.