Aumento de casos da Covid: crianças devem continuar indo à escola?
Quando a pandemia causada pela coronavírus se instaurou no país, pais vivenciaram a dura realidade de precisarem suspender a ida dos filhos à escola. Inclusive, as instituições de ensino foram um dos primeiros estabelecimentos a serem fechados. Com este histórico, não é incomum que cuidadores voltem a se perguntar se as crianças devem continuar indo presencialmente à aula mesmo com o aumento de casos da Covid-19.
A resposta do pediatra Fausto Carvalho, presidente do departamento escolar da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), é positiva. Segundo o especialista, o ambiente educacional continua sendo um local seguro para os pequenos.
“Apesar de estarmos tendo aumento dos casos, não estamos com o índice pandêmico como em 2020 e 2021, em que o nível de transmissão era muito alto”, defende Fausto.
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Cuidados necessários para preservar a saúde das crianças
Só que para que o ensino presencial continue sendo possível, é necessário que os cuidados básicos, aprendidos com a pandemia, sejam reforçados tanto pelas escolas quanto pelos próprios cuidadores. São eles:
- Lavar as mãos frequentemente;
- Fazer uso do álcool em gel;
- Manter distanciamento social de 1,5m²;
- Garantir que os ambientes estejam ventilados;
- Priorizar atividades ao ar livre.
Ainda assim, com a chegada das baixas temperaturas, a tendência natural é que se deixe os ambientes mais fechados. Todavia, neste momento, é importante que os pais dialoguem com a escola para evitar este tipo de situação e preservar a saúde dos filhos.
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Aumento de casos da Covid: repense o uso de máscara!
Além dos cuidados citados acima, Fausto orienta pais a repensarem sobre os pequenos utilizarem o dispositivo de proteção facial nas escolas. “A SPSP recomenda o uso da máscara, principalmente em ambientes fechados”, destaca o especialista. Este é o caso, por exemplo, das salas de aula.
O dispositivo ideal, de acordo com o pediatra, seria a máscara cirúrgica. No entanto, se não for possível, indica-se a de pano. “Dessa forma, reduz-se bastante as chances da criança ser contaminada pela doença e, caso seja, normalmente acontece com uma carga viral menor”, conclui o médico.
Além da proteção contra a Covid-19, vale lembrar que a máscara também blinda os menores de outras doenças respiratórias que estão circulando no país, como a gripe.
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Quando a criança não deve ir à escola neste momento?
Em síntese, estes cuidados somados ao esquema vacinal completo tornam o ambiente escolar seguro mesmo com o aumento de casos de coronavírus. Todavia, pode ser necessário repensar a ida do pequeno à instituição em casos específicos, como acontece com aqueles que têm menos de cinco anos e ainda não foram imunizados.
Nesta fase pré-escolar, é preciso que os pais redobrem a atenção diante dos protocolos sanitários seguidos pelas escolas para que elas continuem sendo frequentadas. Por exemplo, recomenda-se averiguar quantas crianças estão sendo cuidadas por cada profissional e se o ambiente é bem ventilado.
Caso os cuidadores percebam que algo não está dentro do esperado, tornando o local de risco, pode ser hora de repensar a ida do filho à instituição de ensino. O mesmo vale para caso a criança não seja vacinada e tenha problemas crônicos de saúde, como as que fazem tratamentos relacionados a imunidade. “Talvez essas crianças devam ficar em casa”, pondera o especialista.
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Aumento de casos da Covid: sintomas exigem isolamento!
Além disso, o monitoramento também precisa ser feito em relação a saúde da criança dia após dia. Fausto orienta suspender a ida presencial dos pequenos à escola caso eles apresentem sintomas associados à Covid-19. Os principais sinais são:
“Embora aparentemente seja uma rinite, crise de asma ou bronquite, deve-se ficar em casa porque o risco de transmissão é maior”, enfatiza o pediatra.
Fonte: Dr. Fausto Flor Carvalho, pediatra e presidente do Departamento Escolar da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP)