Alimentos campeões em agrotóxicos, segundo a Anvisa

Alimentação Bem-estar
17 de Fevereiro, 2023
Alimentos campeões em agrotóxicos, segundo a Anvisa

Que uma dieta à base de vegetais e frutas é benéfica para a saúde do corpo, a maioria das pessoas sabe. Mas e quando falamos nos agrotóxicos presentes nesses alimentos naturais: será que eles podem trazer algum prejuízo para o organismo? Quais são as concentrações dessas substâncias nos itens que a gente come todos os dias, como tomate, pimentão e alface?

Visando elucidar essa questão, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizou, durante alguns anos, o chamado Programa de Análise de Resíduos em Alimentos (PARA). A última edição foi publicada em 2019, com amostras coletadas em 2017 e 2018. Em 2020, a pesquisa foi suspensa por conta da pandemia, e ainda não foi retomada.

Agrotóxicos nos alimentos: como funcionou a análise

O objetivo do PARA era justamente investigar as concentrações e os tipos de agrotóxicos presentes nos alimentos mais comuns aos brasileiros. Assim, a análise de 2019, a mais recente, coletou 4616 amostras de 14 itens de origem vegetal — que representam cerca de 30% da dieta da população brasileira:

“As amostras foram coletadas em estabelecimentos varejistas localizados em 77 municípios brasileiros, exceto no Estado do Paraná, que optou por não fazer parte do Programa a partir do ano de 2016. Foram pesquisados até 270 agrotóxicos diferentes nas amostras analisadas”, afirma o relatório oficial.

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Alimentos campeões em agrotóxicos

De acordo com a Anvisa, do total de amostras investigadas, 23% (1072) foram consideradas insatisfatórias, ou seja, apresentavam agrotóxicos proibidos ou acima do limite permitido. Confira, então, a lista de alimentos que concentraram as substâncias (em ordem decrescente):

1 – Pimentão

Das 326 amostras analisadas, 79 apresentaram resíduos acima do limite máximo permitido. Além disso, 263 apresentaram resíduos de agrotóxicos não autorizados para uso na cultura de pimentão.

2 – Goiaba

Das 283 amostras analisadas, 18 apresentaram resíduos acima do limite máximo permitido. Além disso, 115 apresentaram resíduos de agrotóxicos não autorizados para uso na cultura de goiaba.

3 – Cenoura

Das 353 amostras analisadas, 3 apresentaram resíduos acima do limite máximo permitido. Além disso, 139 apresentaram resíduos de agrotóxicos não autorizados para uso na cultura de cenoura.

4 – Tomate

Das 316 amostras analisadas, 8 apresentaram resíduos acima do limite máximo permitido. Além disso, 106 apresentaram resíduos de agrotóxicos não autorizados para uso na cultura de tomate.

5 – Agrotóxicos nos alimentos: alface

Das 286 amostras analisadas, 31 apresentaram resíduos acima do limite máximo permitido. Além disso, 48 apresentaram resíduos de agrotóxicos não autorizados para uso na cultura de alface.

6 – Uva

Das 319 amostras analisadas, 49 apresentaram resíduos acima do limite máximo permitido. Além disso, 48 apresentaram resíduos de agrotóxicos não autorizados para uso na cultura de uva.

7 – Beterraba

Das 357 amostras analisadas, 19 apresentaram resíduos acima do limite máximo permitido. Além disso, 37 apresentaram resíduos de agrotóxicos não autorizados para uso na cultura de beterraba.

8 – Laranja

Das 382 amostras analisadas, 5 apresentaram resíduos acima do limite máximo permitido. Além disso, 48 apresentaram resíduos de agrotóxicos não autorizados para uso na cultura de laranja.

9 – Agrotóxicos nos alimentos: abacaxi

Das 347 amostras analisadas, 28 apresentaram resíduos acima do limite máximo permitido. Além disso, 18 apresentaram resíduos de agrotóxicos não autorizados para uso na cultura de abacaxi.

10 – Manga

Das 350 amostras analisadas, 32 apresentaram resíduos acima do limite máximo permitido. Além disso, 31 apresentaram resíduos de agrotóxicos não autorizados para uso na cultura de manga.

11 – Chuchu

Das 288 amostras analisadas, nenhuma apresentou resíduos acima do limite máximo permitido. Além disso, 26 apresentaram resíduos de agrotóxicos não autorizados para uso na cultura de chuchu.

12 – Agrotóxicos nos alimentos: batata-doce

Das 315 amostras analisadas, nenhuma apresentou resíduos acima do limite máximo permitido. Além disso, 28 apresentaram resíduos de agrotóxicos não autorizados para uso na cultura de batata-doce.

13 – Alho

Das 365 amostras analisadas, 1 apresentou resíduos acima do limite máximo permitido. Além disso, 16 apresentaram resíduos de agrotóxicos não autorizados para uso na cultura de alho.

14 – Arroz

Das 329 amostras analisadas, 8 apresentaram resíduos acima do limite máximo permitido. Além disso, 7 apresentaram resíduos de agrotóxicos não autorizados para uso na cultura de arroz.

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Afinal, agrotóxicos nos alimentos podem fazer mal?

A Anvisa também calculou os riscos agudo e crônico que esses itens poderiam trazer para a saúde humana. Assim, segundo o órgão, somente 41 (0,89%) apresentaram resíduos de agrotóxicos em concentrações que pudessem levar a efeitos adversos à saúde.

Por exemplo: o ativo carbofurano, encontrado em 91% dessas amostras “perigosas”, foi proibido no país em 2017. Mesmo assim, a Anvisa destaca no relatório que esses casos foram pontuais e de origem conhecida, e que já vem adotando providências com relação a todos eles.

Por fim, a agência tranquiliza a população. “Os alimentos de origem vegetal consumidos no Brasil são seguros quanto aos potenciais riscos de intoxicação aguda e crônica advindos da exposição dietética a resíduos de agrotóxicos.”

Referência: Programa de Análise de Resíduos em Alimentos (PARA).

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