Suplementar estas vitaminas na menopausa ajuda a aliviar sintomas e prevenir complicações
A chegada da menopausa traz consigo sintomas que afetam negativamente o bem-estar da mulher – incluindo irritabilidade, distúrbios do sono, ondas de calor e fadiga persistente. Durante essa fase de transformações, o organismo pode demandar um maior aporte de nutrientes, exigindo assim a suplementação de diferentes vitaminas, que podem ajudar a aliviar esses e outros incômodos típicos da menopausa. Saiba mais a seguir:
Deficiências nutricionais comuns na menopausa
Durante a menopausa, que normalmente tem início entre 45 e 55 anos de idade, as deficiências nutricionais mais significativas normalmente incluem níveis baixos de cálcio e magnésio, além de falta das vitaminas K2, E, D e do complexo B.
De acordo com a nutricionista Thays Pomini, especialista em nutrição de precisão e emagrecimento, isso acontece por conta de diferentes fatores. Um deles é a diminuição da assimilação de vitaminas e minerais pelo próprio organismo. “Com o envelhecimento, a capacidade do corpo de absorver certos nutrientes, como a vitamina B12, pode diminuir”, ela diz.
Além disso, as flutuações hormonais típicas dessa fase da vida muitas vezes afetam a densidade óssea da mulher, fazendo com que ela precise consumir mais cálcio e vitamina D a fim de prevenir complicações. Por fim, “alterações no apetite ou restrições dietéticas podem levar a uma ingestão inadequada de nutrientes essenciais”, complementa a profissional.
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O que a falta de vitaminas na menopausa gera?
“A falta de cálcio no organismo pode levar a uma condição chamada acidose metabólica, além de sabermos que pode ocorrer a fraqueza dos ossos e uma maior propensão a osteopenia e osteoporose. O cálcio e o magnésio desempenham um papel importante na regulação do pH sanguíneo, e sua escassez pode resultar em um desequilíbrio ácido”, aponta o nutricionista da Clínica Soloh, Felipe França.
Alguns sintomas comuns de deficiência de vitaminas incluem desde uma fraqueza muscular e um formigamento nas extremidades do corpo, até uma falta de coagulação em um corte ou machucado. Portanto, embora nem todos os sinais sejam iguais, eles podem englobar:
- Dificuldade de recordar coisas recentes;
- Dor muscular (principalmente nas pernas);
- Câimbras;
- Cansaço;
- Queda de cabelo;
- Pele e unhas enfraquecidas;
- Dificuldades para dormir;
- Dificuldade de ir ao banheiro;
- Irritabilidade.
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Quando iniciar a suplementação de vitaminas na menopausa?
“A suplementação pode oferecer diversos benefícios para as mulheres na menopausa, incluindo: suporte à saúde óssea, regulação hormonal, função imunológica, produção de energia e manutenção de uma metabolismo saudável”, afirma Thays Pomini.
No entanto, segundo a ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein, Dra Mariana Rosário, para que ela seja efetiva, é necessário realizar exames que identifiquem a deficiência de vitaminas. Dessa forma, o profissional de saúde pode calcular e suplementar os nutrientes de acordo com as particularidades da paciente.
Cada pessoa tem necessidades únicas, mesmo passando pela mesma fase da vida. Por isso, é importante se atentar aos sinais de mudanças hormonais já durante o climatério, período que antecede a menopausa.
“É um momento bom para dar uma olhada na saúde em geral e pensar em adicionar suplementos na rotina, especialmente aqueles nutrientes que são importantes nessa fase da vida”, explica Felipe França, que também faz um alerta: “quando se trata de tomar suplementos, é importante fazer escolhas sábias com a ajuda de um nutricionista, pois devemos entender que suplemento é um adicional e, assim como há problemas relacionados à sua falta, também podemos ter problemas com o seu excesso” finaliza.
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Vitaminas importantes na menopausa
Cálcio
A menopausa provoca perda de estrogênio, um hormônio que auxilia na absorção do cálcio vindo de alimentos e suplementos dietéticos pelo corpo, além de ajuda a manter o mineral nos ossos para aumentar sua força. Muitas mulheres não consomem a quantidade de cálcio necessária antes dos 50 anos, e também não atendem aos requisitos aumentados após os 50.
Vitamina B6
A vitamina B6 é importante para a produção de energia e suporte para o sistema nervoso. Inclusive, os níveis desse nutriente precisam ser ainda maiores após os 50 anos. Além disso, estudos sugerem que os idosos podem precisar de mais do que os níveis atualmente recomendados de vitamina B6.
Alimentos de origem animal, como carne, frango e peixe estão entre as fontes mais ricas de vitamina B6, bem como cereais matinais.
Ferro
Os glóbulos vermelhos precisam de ferro para produzir hemoglobina suficiente, proteína que permite que os glóbulos vermelhos transportem oxigênio por todo o corpo.
A deficiência de ferro é incomum entre mulheres na pós-menopausa, já que a menstruação é interrompida. Assim, a ingestão sugerida de ferro cai para mais da metade após a menopausa. O mineral é encontrado em alimentos como carnes, aves, peixes e grãos fortificados.
Vitamina D
Independentemente da idade, muitas pessoas não obtêm a quantidade necessária de vitamina D. Ela auxilia na absorção do cálcio e também pode desempenhar um papel essencial no funcionamento muscular. O nutriente pode ser obtido por meio da exposição solar.
Vitamina B12
Assim como o ferro, a vitamina B12 é necessária para a produção de glóbulos vermelhos. Além disso, desempenha um papel fundamental na produção de DNA e na digestão adequada, entre outras funções importantes. A idade não altera as necessidades de vitamina B12, mas determina o tipo de vitamina B12 que você deve consumir.
Dessa forma, depois dos 50, cerca de 10 a 30% das pessoas absorvem menos vitamina B12 presente em alimentos como carne, leite e ovos. Isso ocorre porque o corpo produz menos ácido estomacal, necessário para absorver a vitamina B12 em sua forma natural.
Magnésio
Auxilia na saúde óssea e na função muscular. Pode ser encontrado em nozes, sementes, leguminosas, grãos integrais e vegetais verdes.
Vitamina K
Contribui para a saúde óssea. Encontrada em vegetais de folhas verdes, brócolis, couve-de-bruxelas e fígado.
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Cuidados com o uso de vitaminas na menopausa
- A suplementação não substitui uma dieta equilibrada e saudável. Portanto, a busca por nutrientes por meio da alimentação deve ser sempre priorizada, e os suplementos entram como complementos quando necessários;
- O uso de suplementos deve ser feito sob orientação nutricional para garantir que as doses sejam adequadas e seguras;
- A duração da suplementação pode variar de algumas semanas a meses, dependendo das circunstâncias individuais.
Fontes:
- Thays Pomini, nutricionista especialista em Nutrição de Precisão a Favor da Saúde e do Emagrecimento;
- Dra Liliane Oppperman, Nutróloga pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN);
- Dra Mariana Rosário, ginecologista, obstetra e mastologista, membro do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.
- Felipe França, nutricionista especialista em Oxidologia e Bioquímica Celular, sócio-fundador da Clínica Soloh de Nutrição.