Viroses de verão: por que a doença é mais comum no calor?

Saúde
27 de Dezembro, 2023
Viroses de verão: por que a doença é mais comum no calor?

No fim do ano, as pessoas costumam viajar para aproveitar as férias e os dias quentes. Mas após as festas, não é incomum que muitos retornem para casa com sintomas desagradáveis, como náuseas, vômito, diarreia e mal-estar. Todos são indícios das chamadas viroses de verão.

Mas o que exatamente é a doença e por que ela é tão recorrente na estação mais quente do ano? Vamos descobrir melhor a seguir:

O que é a virose? 

Primeiramente, vamos entender melhor o que significa o termo “virose”: de acordo com o site oficial da Fiocruz, virose é como se chama qualquer doença causada por um vírus, que nem sempre pode ser identificado.

A questão é que existem muitos vírus que geram uma infinidade de doenças – a Covid-19, por exemplo, é causada por um deles. Mas quando a gente fala em virose, a maioria das pessoas pensa especificamente nas gastroenterites virais (inflamações do trato gastrointestinal que podem afetar também o estômago e o intestino delgado). Então, vamos nos referir somente a elas nesta matéria, ok?

Por que as viroses costumam ser mais comuns no verão?

A principal forma de contágio da gastroenterite é o consumo de alimentos ou de água contaminada. E como os alimentos tendem a se deteriorar com mais facilidade sob altas temperaturas, não é incomum que ocorram surtos da doença no verão.

Vale lembrar, também, que muitas pessoas viajam nessa época do ano, e tendem a se preocupar menos com o que consomem na praia – muitas vezes, as refeições e até o gelo servido nas bebidas são armazenados de forma errada, tornando o ambiente propício para a propagação de micro-organismos.

A água do mar também pode ser motivo de preocupação, já que muitos lugares não têm tratamento de esgoto adequado – o que é pior durante temporadas nas quais muitos turistas vão passar as férias.

Leia também: Sol e praia favorecem casos de diarreia aguda; como evitar

Quais os sintomas das viroses de verão?

Os sintomas mais conhecidos são diarreia, vômitos, dor abdominal e febre (normalmente baixa). Mas outros sinais também podem aparecer:

  • Arrotos frequentes;
  • Engasgos;
  • Fezes verdes;
  • Inchaço;
  • Indigestão;
  • Calafrios;
  • Desidratação;
  • Fadiga;
  • Perda de apetite;
  • Boca seca;
  • Dor de cabeça.

Tratamento das viroses de verão

Não existe um tratamento específico para as gastroenterites virais. Mas há um conjunto de estratégias que aliviam os sintomas e ajudam o corpo na recuperação, bem como evitam complicações como a desidratação. Medicação para alívio dos desconfortos, muita hidratação, alimentação leve e descanso são alguns exemplos. Casos mais graves pedem acompanhamento no hospital e hidratação intravenosa.

Remédio para virose

Nenhum remédio trata especificamente a virose de verão. Contudo, como já explicado, alguns medicamentos podem amenizar os sintomas.

Analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios ajudam a diminuir as febres e a dor no corpo. Já soluções de reidratação repõem líquidos e sais minerais geralmente perdidos com vômitos intensos. Por fim, probióticos equilibram a flora intestinal, diminuindo a diarreia.

É importante lembrar, no entanto, que nenhum remédio deve ser usado sem a indicação de um médico.

Leia também: O que levar para comer na praia?

É possível evitar as viroses de verão?

Com alguns cuidados e hábitos, dá para reduzir as chances de você contrair uma gastroenterite. Confira dicas:

Lave sempre as mãos

Apesar de parecer óbvio, é essencial lavar as mãos antes e depois de ir ao banheiro, antes de comer, e após espirrar ou tossir. Ao andar em transportes públicos, você deve utilizar álcool em gel e lavá-las quando puder.

Cuidado com os alimentos

Se você viajar para a praia, por exemplo, deve ter muita cautela com a comida, como frios e frutas, que não podem ficar fora da geladeira. Pois o calor estraga os alimentos com muita facilidade.

Além disso, atente-se ao que você compra em quiosques e vendas ambulantes. Isso porque na maioria das vezes, os ingredientes não são armazenados ou manipulados de maneira correta. Isso vale também para o consumo de água, sucos e o próprio gelo.

Mantenha uma certa distância do infectado

Uma pessoa com virose pode contaminar todos ao seu redor por conta dos fluidos corporais que estão ativos na tosse, no vômito e na diarreia. Por isso, quando alguém próximo está contaminado, a melhor forma de evitar o contágio é ficar a aproximadamente um metro de distância.

Ademais, não utilize os mesmos talheres, copos e toalhas que o paciente usou.

Leia também: Saúde no verão: cuidados na praia e na piscina

Viroses de verão: perguntas frequentes

Quanto tempo dura uma virose?

O tempo de uma virose pode variar muito por conta de vários fatores: gravidade do quadro, imunidade do indivíduo e micro-organismo causador. Mas uma gastroenterite viral dura, em média, de três a sete dias.

O que é bom para virose?

O apetite tende a diminuir bastante durante a gastroenterite. Mas é importante não deixar de comer, mesmo que o volume das refeições diminua. O segredo é apostar em alimentos leves e ricos em água.

Boas opções são os carboidratos de fácil digestão (como batata, pão branco, macarrão, arroz branco e frutas sem casca como banana), além de proteínas com baixo teor de gordura (por exemplo, peixes brancos e frango sem pele).

Lembre-se apenas de maneirar nos temperos, evitando os mais fortes como pimenta, e reduzir o consumo de café, ultraprocessados e embutidos. E o mais importante: abuse da água e da água de coco (mas beba em goles pequenos e espaçados para não ter náuseas).

Virose passa?

Sim, as viroses são transmissíveis. Você pode contrair a gastroenterite ingerindo alimentos ou água contaminados. Além disso, os vírus no ambiente podem ser inalados, e banhar-se em locais sem tratamento adequado do esgoto também é um risco.

Virose transmite por quanto tempo?

Pacientes podem transmitir o vírus enquanto estiverem infectados. Isso inclui desde o período de incubação (alguns dias antes de aparecerem os sintomas, geralmente a pessoa não desconfia que está infectada) até a recuperação completa. Portanto, a transmissão ocorre por mais tempo do que o aparecimento dos sintomas.

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