O que pode acontecer se eu não tratar as varizes?

Saúde
28 de Setembro, 2021
O que pode acontecer se eu não tratar as varizes?

Enquanto a pandemia força o home office e, em muitos casos, o sedentarismo, devemos estar atentos às veias dilatadas e tortuosas que perderam sua função, as famosas varizes. Isso porque elas causam danos estéticos e circulatórios e, por isso, devem ser avaliadas por médicos. Mas o que pode acontecer se as varizes não forem tratadas? Saiba mais a seguir:

Varizes não tratadas

“As principais complicações das varizes surgem em função da falta de cuidados com a doença. Além da questão estética, ao menor indício dos sintomas mais comuns (dor, inchaço, sensação de peso e cansaço nas pernas), o paciente deve procurar imediatamente a ajuda de um médico para orientar o tratamento”, explica a cirurgiã vascular e angiologista Aline Lamaita.

Embora a causa seja desconhecida, os fatores genéticos estão ligados ao aparecimento de varizes. “Quem herda veias mais finas, por exemplo, tem mais chance de desenvolver essa condição. Além disso, fatores como menor produção de colágeno e elastina e menor resistência das paredes das veias também contribuem para o surgimento da condição”, afirma o geneticista Marcelo Sady.

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Consequências das varizes não tratadas

De acordo com a médica, quando o tratamento não é realizado, o organismo pode ser colocado em risco e ser afetado por quadros mais graves, como:

Insuficiência venosa crônica

No geral, o problema acomete mulheres mais velhas, porque tem relação com o número de gestações que elas tiveram ao longo da vida. Mas outros fatores também aumentam o risco do quadro: obesidade e histórico familiar, por exemplo.

Dor, coceira, formigamento, queimação, fadiga, cãibras musculares, inchaço e sensação de peso são os principais sintomas.

Úlceras venosas

Consequência do agravamento da insuficiência venosa crônica, as úlceras venosas são feridas abertas que exigem cuidado especializado, causam dor. Além disso, são muito difíceis de curar. “Após o tratamento, os cuidados e o acompanhamento devem ser permanentes para evitar o retorno das úlceras.”

Dermatite ocre

O sangue acumulado nas veias extravasa e mancha a pele das pernas com uma coloração acastanhada, semelhante à ferrugem. “A cor tem relação com o ferro contido nos glóbulos vermelhos, que se rompem, liberam hemoglobina e, por consequência, alteram a coloração da pele da região.”

Tromboflebite superficial

A famosa trombose acontece quando há o desenvolvimento, nas veias das pernas e das coxas, de um ‘trombo’. Ele nada mais é do que um coágulo sanguíneo que entope a passagem do sangue. “Em casos mais raros, um pequeno coágulo pode se desprender e correr pela circulação até chegar ao pulmão. O quadro é chamado de embolia pulmonar e pode causar dor no peito, tosse, cansaço, falta inesperada de respiração até morte súbita”, conta.

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Varizes não tratadas: Diagnóstico médico

Como as veias possuem diferentes espessuras, o diagnóstico médico irá determinar como tratar as varizes de acordo com o calibre de cada vaso e os sintomas que a paciente apresenta. “A genética pode ser usada para prevenir e tratar as varizes de maneira mais eficiente. E o seu DNA também pode te ajudar a chegar num resultado mais satisfatório, além de evitar o surgimento de mais veias dilatadas”, diz o geneticista.

Mas para as veias que já apareceram, há diversas opções de tratamento. “Escleroterapia (substância química injetada dentro da veia), uso de lasers e radiofrequências, espuma densa ou procedimentos que combinem todas essas técnicas são excelentes opções”, explica Aline. Cirurgias também podem ser indicadas, a depender do caso.

O diagnóstico e a intervenção correta devem ser feitos sempre por um angiologista ou por um cirurgião vascular. “Somente um médico especialista poderá avaliar a principal fonte desse problema. Pois muitas vezes temos uma veia nutrícia, uma espécie de veia-mãe, que precisa ser identificada e eliminada, caso contrário, o tratamento não terá efetividade”, finaliza a médica.

Fontes: Aline Lamaita, cirurgiã vascular membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology e do American College of Lifestyle Medicine; e Marcelo Sady, pós-doutor em genética com foco em genética toxicológica e humana e diretor geral da Multigene.

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