Surto de meningite em São Paulo: cidade confirma mais uma morte

Saúde
06 de Outubro, 2022
Surto de meningite em São Paulo: cidade confirma mais uma morte

Ao passo que a Covid-19 torna-se mais branda, outras doenças ressurgem e trazem preocupações. É o caso do surto de meningite em São Paulo, enfermidade que até a semana passada contabilizava cinco casos, além da morte de uma mulher de 47 anos. Agora, a cidade registrou na segunda e terça-feira (3 e 4/10), mais dois casos de meningite meningocócica, sendo um óbito. Trata-se de um homem de 22 anos. Dessa forma, já são duas mortes resultantes do surto.

Apesar da capital paulista viver um surto localizado nas regiões de Vila Formosa e Aricanduva, esses registros são casos isolados, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Isso porque não houve três ou mais ocorrências de tipo igual em um período de 90 dias na mesma localidade. De qualquer modo, moradores dessas regiões foram convocados a irem nos postos de saúde mais próximos para receberem a vacina contra a meningite meningocócica tipo C, versão da doença responsável pelos quadros.

O total de casos da doença em São Paulo chega agora a 58 desde janeiro, com redução de 63,2% em relação ao mesmo período de 2021, quando se registraram 158 infectados. Em relação ao número de óbitos, são dez em 2022, contra 28 no último ano.

Dados recentes do DataSUS, do Ministério da Saúde, mostram que a vacinação contra a meningite meningocócica tipo C está em 42,5% na capital e 52% em relação ao país inteiro.

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Surto de meningite em São Paulo: quais são os sintomas da doença?

A meningite é uma grave infecção das meninges – membranas que envolvem o cérebro –, um problema que pode afetar toda a região e atrapalhar o transporte do oxigênio para as células do organismo. Um dos seus tipos é o C, o qual é causado pela bactéria Neisseria Meningitidis.

De acordo com Guilherme Spina, clínico geral e membro da plataforma Doctoralia, em entrevista anterior à Vitat, a meningite meningocócica ocasiona sintomas parecidos aos de doenças mais corriqueiras, como a gripe. Assim, o paciente tende apresentar sinais como febre repentina e dor de cabeça. No entanto, um indicativo da enfermidade costuma ajudar a diferenciá-la de outros casos: a rigidez na nuca, que pode dificultar a pessoa encostar o queixo no peito.

“Muitas vezes há outros sintomas associados como mal-estar, náusea, vômito, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz) e status mental alterado (confusão)”, complementa o médico. Com o passar do tempo, outros sinais mais graves da meningite bacteriana podem aparecer, como convulsões, delírio e tremores.

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O tratamento para meningite tipo C

Ainda segundo o especialista, o diagnóstico da doença acontece por meio de uma análise clínica do paciente. Em seguida, deve-se pedir exames como a punção lombar, que analisa uma pequena amostra do líquido retirado da medula espinhal, e hemograma.

Ao confirmar o caso, o tratamento tende a ser a partir do uso de antibióticos endovenosos em regime de internação hospitalar. Além disso, o isolamento do paciente é necessário porque “a transmissão da bactéria para outras pessoas é muito fácil”, completa o médico.

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Surto de meningite em São Paulo: e o que fazer para evitá-lo?

Embora a doença tenha tratamento, a melhor forma de combatê-la é por meio da prevenção com vacinas. “No Brasil, a meningite é considerada endêmica. Em outras palavras, esperam-se casos da enfermidade ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais. A ocorrência das meningites bacterianas é mais comum no outono-inverno e das virais na primavera-verão”, detalha o clínico.

Por isso, a Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) recomenda a vacina para crianças, adolescentes e adultos. Além da meningite C, ela protege contra três outros tipos de meningococos.

“Para crianças, a vacinação de rotina deve iniciar aos três meses de idade com duas doses no primeiro ano de vida e reforços entre 12 e 15 meses, entre cinco e seis anos e aos 11 anos de idade. Para adultos, somente em situações que justifiquem e em dose única”, explica Guilherme. É o caso, por exemplo, da situação nos bairros Vila Formosa e Aricanduva.

Fonte: Guilherme Spina, clínico geral e membro da plataforma Doctoralia

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